tag:blogger.com,1999:blog-48183760456925583442024-02-20T07:19:43.754-03:00Eu na madrugaUm pouco de tudo... e também de nada.
Aqui expresso minhas representações acerca do que penso, sinto, faço, vivo...E.A.C.http://www.blogger.com/profile/05445460814329948851noreply@blogger.comBlogger319125tag:blogger.com,1999:blog-4818376045692558344.post-38933493241875111672018-03-21T14:54:00.000-03:002018-03-21T14:54:03.706-03:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNS7WrsnSggvS1-9jEAF0T6BlWZ1YciciszXxo1GoOpTWgAufvNf8m4-9kmjWus8RmOElmq6GuAoHWgGHBXME7J6OHhqei4SYjVM6AFMYfyxeeI93aOin8T6d5rxpU5tsSbH2Er9dosAo/s1600/Manoel+Gon%25C3%25A7alves+Ferreira+Filho.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="800" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNS7WrsnSggvS1-9jEAF0T6BlWZ1YciciszXxo1GoOpTWgAufvNf8m4-9kmjWus8RmOElmq6GuAoHWgGHBXME7J6OHhqei4SYjVM6AFMYfyxeeI93aOin8T6d5rxpU5tsSbH2Er9dosAo/s320/Manoel+Gon%25C3%25A7alves+Ferreira+Filho.png" width="320" /></a></div>
<br />E.A.C.http://www.blogger.com/profile/05445460814329948851noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4818376045692558344.post-54252889977854122332017-05-01T14:44:00.001-03:002017-05-01T14:44:33.062-03:00Ói nóiz aqui ôtraveiz!Sumi aqui do Blogspot. Literalmente. Deixei de entrar no Eu na madruga e de acompanhar postagens dos blogs que sigo. A boa disso é que tenho muito conteúdo para conferir, já que acompanho uma galerinha bacana aqui. Nesse intervalo, criei conteúdo para o <a href="https://www.facebook.com/eunamadruga">Facebook</a> e adaptei alguns escritos daqui para publicar lá.<br />
Hoje aproveitei a folguinha do feriadão para logar e deixar um abraço aos que, vez ou outra, espiam por aqui. Prometo voltar mais vezes.<br />
Seguimos...<br />
<br />E.A.C.http://www.blogger.com/profile/05445460814329948851noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4818376045692558344.post-61947705827971147832015-06-20T15:59:00.000-03:002015-06-20T16:03:02.892-03:00Recortes d´O tempo é um rio que corre - III A embocadura do rio<span style="color: #b6d7a8; font-size: large;">Última postagem com os recortes que prometi. </span><br />
<span style="color: #b6d7a8; font-size: large;">Espero que tenha incitado a reflexão com o que compilei aqui.</span><br />
<span style="color: #b6d7a8; font-size: large;">Dá pra ter uma ideia geral do que é abordado por Lya Luft no livro. Mas a indicação de leitura da obra ainda está valendo.</span><br />
<span style="color: #b6d7a8; font-size: large;"><br /></span>
<span style="color: #b6d7a8; font-size: large;">* * *</span><br />
<span style="color: #b6d7a8; font-size: large;"><br /></span>
<span style="color: #b6d7a8; font-size: large;">III) A embocadura do rio</span><br />
<span style="color: #b6d7a8; font-size: large;"><br /></span>
<span style="color: #b6d7a8; font-size: large;">"<i>Somos náufrago ou timoneiro</i></span><br />
<i><span style="color: #b6d7a8; font-size: large;">nessas águas que tudo levam:</span></i><br />
<i><span style="color: #b6d7a8; font-size: large;">estrelas, escolhas, </span></i><br />
<span style="color: #b6d7a8; font-size: large;"><i>destroços e abraços.</i>"</span><br />
<span style="color: #b6d7a8; font-size: large;"><br /></span>
<span style="color: #b6d7a8; font-size: large;">"<i>Se imaginarmos que o nebuloso mar chamado morte pode não ser o fim de tudo, e que esconder o rosto na dobra do braço não adianta nada, em lugar de deixarmos levar com desespero silencioso podemos ter mais consciência da construção disso que somos. E escrever partes desse roteiro, com decisões, com coragem, com medo e terror, acertos e tantos enganos - tudo faz parte.</i></span><br />
<span style="color: #b6d7a8; font-size: large;"><i>[...] Nossa vida mais real é o tablet. Nossa única morte é a do game. Nossas alegrias correm o risco de serem apenas virtuais, o amor virtual, milhares de amigos virtuais, a maioria como bonecos nas prateleiras. Quem quer pensar em destino, decisões, compromissos, até mesmo poder e glórias reais que exigem trabalho, e perdas, e dores?</i>"</span><br />
<span style="color: #b6d7a8; font-size: large;"><br /></span>
<span style="color: #b6d7a8; font-size: large;">"<i>No começo da minha história pessoal, morte pertencia à linguagem dos adultos. Ficavam com ar sério ou triste, mas ninguém explicava nada. Possivelmente, se eu indagasse, minha mãe diria, como de costume que isso não é coisa pra criança. [...] Mas aso poucos fui percebendo que as coisas, os bichos, os momentos acabavam (ainda não imaginava que as pessoas também se incluíssem nesse acontecimento).</i>"</span><br />
<span style="color: #b6d7a8; font-size: large;"><br /></span>
<span style="color: #b6d7a8; font-size: large;">"[...] a<i> realidade não existe: cada um inventa a sua.</i>"</span><br />
<span style="color: #b6d7a8; font-size: large;"><br /></span>
<span style="color: #b6d7a8; font-size: large;">"<i>A poderosa, onipotente, indesejável e inevitável senhora Morte, nossa desde sempre enamorada, que não queremos ver, nem ouvir, nem aceitar: ela é que vai ter de nos pegar nos braços. Seremos submetidos, seremos domados, seremos absorvidos.</i></span><br />
<span style="color: #b6d7a8; font-size: large;"><i>(Não escrevi destruídos).</i>"</span><br />
<i><span style="color: #b6d7a8; font-size: large;"><br /></span></i>
<span style="color: #b6d7a8; font-size: large;"><i>"Se perder os pais é doloroso, se a consciência da súbita orfandade em qualquer momento da vida é difícil, uma criança que se vai, sugada pelo funil do grande enigma, é a dor maior. É o horror, a escuridão.</i>"</span><br />
<i><span style="color: #b6d7a8; font-size: large;"><br /></span></i>
<span style="color: #b6d7a8; font-size: large;">"<i>Essa ave pousada em nosso ombro, pálpebras baixadas para que seu olhar não amedronte, está dizendo 'brinquem, dancem, riam, enquanto minha hora não chega. Paguem as contas! Transem ou bebam ou chorem, ou simplesmente fiquem encolhidos à minha espera, fazendo de conta que não, que não, com a cabeça, como crianças negando que eu existo.'</i>"</span><br />
<i><span style="color: #b6d7a8; font-size: large;"><br /></span></i>
<span style="color: #b6d7a8; font-size: large;">"<i>Em certo momento não caberá a nós decidir: apenas iremos. Com medo, com dor, com indiferença, com alguma tranquilidade, quem sabe curiosidade: o que existe e quem está na outra margem?</i>"</span><br />
<i><span style="color: #b6d7a8; font-size: large;"><br /></span></i>
<span style="color: #b6d7a8; font-size: large;">"<i>Quantas vezes, num convívio longo ou breve, nos demos conta de que não era eterno? Quantas vezes na lida diária sentimos que era passageiro? Quantas vezes pensamos que atrás dessa superfície alguma coisa mais espera, imóvel, paciente - concreta e real ainda que apenas névoa? Pouco disponíveis estamos para o inquietante. Mas está lá, o avesso de tudo, como passos no corredor embora não haja ninguém, um tumulto sutil no ângulo da sala indicando que acima das frivolidades paira um segredo sem tamanho, que torna tudo precioso e singular, e terrível.</i></span><br />
<i><span style="color: #b6d7a8; font-size: large;">Transitamos por tudo isso como crianças inconscientes, com uma leviandade invejável e alegre, até que essa realidade nos atinge, nos enfia a faca no peito, e nos derruba com aquele soco de uma mão poderosa na nuca de uma criança que não compreende nada.</span></i><br />
<span style="color: #b6d7a8; font-size: large;"><i>Cada um de nós de inventar o seu próprio jeito de sobreviver: para alguns isso será deixar as pálpebras bem fechadas, apertar os olhos com os punhos e andar feito cegos como a gente brincava em criança.</i>"</span><br />
<span style="color: #b6d7a8; font-size: large;"><br /></span>
<span style="color: #b6d7a8; font-size: large;">"<i>Importa que eu acredite mais na vida que na morte, mais na presença que na ausência: é o melhor que posso fazer por esses que, sem os perdi, perdi.</i>"</span><br />
<i><span style="color: #b6d7a8; font-size: large;"><br /></span></i>
<span style="color: #b6d7a8; font-size: large;">"<i>Essa singular companheira nossa, a memória, nos ajuda a suportar despedidas.</i>"</span><br />
<i><span style="color: #b6d7a8; font-size: large;"><br /></span></i>
<span style="color: #b6d7a8; font-size: large;">"<i>Amadurecer, envelhecer, traz várias coisas boas, mas também significa que mais amigos começaram a morrer.</i>"</span><br />
<i><span style="color: #b6d7a8; font-size: large;"><br /></span></i>
<span style="color: #b6d7a8; font-size: large;">"<i>A morte pode ser o barco atracando em areias macias, ou o rio desaguando num oceano acolhedor. Como ninguém me prova o contrário, gosto de pensar assim.</i>"</span><br />
<i><span style="color: #b6d7a8; font-size: large;"><br /></span></i>
<span style="color: #b6d7a8; font-size: large;">"<i>Em lugar de reclamar, podemos dialogar; em vez de nos matar, podemos outra vez tentar a vida e desenrolar a alma; em vez de ressecar podemos animar essa criatura singular que somos, com risos, com gemidos de dor, com sussurros no escuro. </i></span><br />
<span style="color: #b6d7a8; font-size: large;"><i>É preciso enfrentar isso que não controlamos, mas que não precisa nos destruir: a vida inevitavelmente fluindo. Pois nós também somos isso.</i>"</span><br />
<i><span style="color: #b6d7a8; font-size: large;"><br /></span></i>
<span style="color: #b6d7a8; font-size: large;">"<i>Tempo de refletir: as vezes em que fomos egoístas, grosseiros, fúteis, infiéis. As vezes em que não estivemos presentes.</i></span><br />
<i><span style="color: #b6d7a8; font-size: large;">As vezes em que a gente não estava nem aí.</span></i><br />
<i><span style="color: #b6d7a8; font-size: large;">Mas todas as vezes em que a gente fez o melhor que podia naquele momento.</span></i><br />
<i><span style="color: #b6d7a8; font-size: large;">As vezes em que tivemos pena de nós mesmos, em que deixamos que alguém se afastasse ou nos isolamos de quem nos queria bem; o tempo desperdiçado ignorando uma boa oportunidade, e nos boicotamos - o quase imperdoável pecado, tão comum.</span></i><br />
<span style="color: #b6d7a8; font-size: large;"><i>(E, mais uma vez, cada hora em que fizemos o melhor que podíamos.)</i>"</span><br />
<i><span style="color: #b6d7a8; font-size: large;"><br /></span></i>
<span style="color: #b6d7a8; font-size: large;">"<i>As águas não interrompem seus curso quando dormimos ou comemos, quando amamos ou nos frustramos, quando executamos projetos ou achamos que nossa força acabou. Não param quando comemos hambúrguer, usamos o computador, tomamos vinho, choramos no escuro, pensamos em nos matar, pagamos dívidas com mais dívidas, traímos ou somos traídos, ou rimos sem motivo porque nos sentimos bem.</i>"</span><i> </i><br />
<i><br /></i>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQzCQs6oe-VFbmqGVCpVR1RHcSeARMWzilawFm8eWtIVC5372s2rtQOOD-HAZ_DhRKL9n1zaoQhK0gTnQWACyFe8q7LEJhEt1RSYXrzw4Fi54oxUq20A2h81ZjfzGerOW0xwCOqFVUp-I/s1600/lyaluft.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQzCQs6oe-VFbmqGVCpVR1RHcSeARMWzilawFm8eWtIVC5372s2rtQOOD-HAZ_DhRKL9n1zaoQhK0gTnQWACyFe8q7LEJhEt1RSYXrzw4Fi54oxUq20A2h81ZjfzGerOW0xwCOqFVUp-I/s320/lyaluft.png" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;">Foto extraída da internet.</span></div>
E.A.C.http://www.blogger.com/profile/05445460814329948851noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4818376045692558344.post-39230581735310231712015-06-16T00:30:00.000-03:002015-06-16T00:30:01.066-03:00Recortes d´O tempo é um rio que corre - II Maré alta<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Seguindo na minha proposta de trazer recortes desta obra da Lya Luft, vamos para a segunda parte.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">* * *</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">II) <i>Maré alta</i></span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-style: italic;"><span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>Sem que a gente entenda direito, já nos acenam os dias de ter uma vida própria, segurar o leme, decidir: o curso, a profissão, o amor (esse se decide?), a casa, os filhos, o futuro, ah!, o futuro que pertence à velha feiticeira com suas agulhas loucas. Tudo o que desejamos ser e ao mesmo tempo tememos, como vai ser, o que terei de fazer?</i></span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><i>Os compromissos, as dúvidas, o cansaço. A alegria algumas vezes, o inesperado êxtase, a tamanha esperança.</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><i>[...] Vamos nos alegrar, vamos nos assustar, nos encolher, nos fechar no quarto, entrar na internet e seguir os esse mil chamados em que não é preciso mostrar identidade e rosto verdadeiro?</i>"</span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><div style="text-align: justify;">
"<i>Se a infância é o pátio dos sustos e dos devaneios, a juventude é o horizonte provocador que dá tontura, arrepio, fascinação. Mais medo. Época dos primeiros questionamentos e daquela doce arrogância (outra face da insegurança) com que nos fingimos de onipotentes.</i>"</div>
</span><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>Rebeldias saudáveis, rebeldias tolas, rebeldias inúteis, sinais que existimos: somos pessoas, queremos nos entender, nos expandir, queremos chegar a outros lugares:que trilhas de angústia sem explicação, a que nem nomes conseguimos dar. Mas sempre queremos mais. </i></span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><i>(Aqui e ali, labaredas de euforia que ninguém decifra: nem nós.)</i>"</span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>[...] o adolescente finge que olhando para os lados ou tocando música bem alto não se escutarão as dúvidas e as ansiedades. Híbrido entre criança e adulto jovem, suas antenas supersensíveis se expandem e se encolhem, assustadas, muitas vezes falhando na sensação, o que parece amoroso é duro, o que parece frio é cálido, mas ele nem sempre tem como saber, e a opinião dos adultos mais machuca que ilumina.</i>"</span></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>Estar em trânsito é a nossa essência, ninguém tem tempo para pensar no tempo.</i>"</span></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>Ora somos reais, ora nos sentimos réus. A tribo nos acolhe, nos conforta, quebra um pouco a solidão, mas também pode nos descaracterizar, nos engolir. gente nunca sabe direito o que fazer, então canta, então dança, então chora, então ama, então se desespera, então ri com o mesmo encantador jeito infantil de outro dia.</i></span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><i>Ainda temos a ilusão de que não será preciso pagar todos os preços.</i>"</span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>[...] Esperam que sejamos felizes nessa fase, como se lhes devêssemos isso.</i>"</span></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>Viver é estar num campo de batalha, as metralhadoras disparando o tempo todo. Atingem desconhecidos, ou alguém bem longe, mais próximo, ou no nosso lado. Um dia os atingidos seremos nós.</i>"</span></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>Como amadurecer sem perder a graça, sem ficar embotado, sem sucumbir ao tédio da rotina com que nos enrolamos feito um cobertor que abafa as inquietações, as dores e os maravilhamentos?</i>"</span></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>Vamos cumprindo tarefas, conquistando algumas coisas e perdendo outras, vamos largando pedaços aqui e ali - alguns jamais se recuperam.</i></span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><i>[...] Empurramos mais para o fundo a incerteza quanto ao que estamos fazendo, fica aí, quieta, não me estorva, eu tenho de pegar o ônibus, chegar na hora, bater o ponto, cumprir a agenda, satisfazer o patrão, o marido, a mulher, o filho, a sociedade, é preciso, é preciso, é preciso. Pois agora somos responsáveis.</i>"</span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>Porque tudo se vai e se transforma, eventualmente nos damos conta da importância máxima das coisas mínimas.</i>"</span></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>Aos poucos pesa em nosso corpo (e na alma não menos) a realidade de que o rio que empurra a vida não é miragem. Manchas, rugas, cansaço, impaciência, e sempre espiando atrás das portas, o medo: estou fora dos padrões, fora do esquadro, devo impedir isso, preciso mudar? O grande engodo da nossa cultura nos convoca: a endeusada juventude tem de ser a nossa meta.</i>"</span></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>Agora a gente quer estancar, quer se prender numa moldura impossível, se preciso queremos parar de respirar.</i></span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><i>Pois no conceito atual, o tempo é o vampiro que suga força, beleza, potência, e nos deixará como uma casca de uva chupada, cuspida, apodrecendo no asfalto.</i>"</span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>Depois, aos poucos, sem perceber, deixamos de questionar: a acomodação, adversária da vida, nos protege, mas também nos anestesia. Viver agora é cumprir deveres, correr atrás de horários, tentar crescer, tentar acertar, tentar esquecer o incômodo quebra-cabeças que somos e precisaríamos a toda hora recompor.</i></span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><i>[...] A ilusão pode ser mais confortável, mas a verdade é mais simples, só não sabemos que verdade é essa. Começamos a rejeitar como futilidade ou romantismo aquela premente indagação da adolescência: o que quero da vida? Procuro por isso ou faço o que exigem de mim?</i>" </span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>Se não formos demasiado fúteis nem nos avaliarmos apenas pelo bolso e pelo físico, pode haver muita energia boa na maturidade. Alguns trabalhos cumpridos, ainda horizontes pela frente, sensação de que afinal podemos repensar muita coisa.</i>"</span></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>Descartamos o que não faz parte do nosso mundo. Porque somos perversos?</i></span></div>
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><div style="text-align: justify;">
<i>Porque somos humanos.</i></div>
</span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><i>(Pensar dói.)</i>"</span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>Dissabores fazem parte.</i></span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><i>(Maior devia ser a celebração da vida.)</i>"</span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>Não saber seria melhor do que saber? Dormir seria melhor do que viver? Não ter nada seria melhor do que tantas vezes perder? Essas águas onde pescamos dádivas e jogamos despedidas nos desafiarão até o último instante de lucidez.</i>"</span></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>O tempo não nos aniquila: ele nos move mesmo quando nos derruba e passa por cima de nós com suas grandes patas.</i>"</span></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>Cruéis convenções nos convocam: estar em forma, ser competente, ser produtivo, mostrar serviço, prover, pagar, e ainda ter tempo para ternura, cuidados, amor. [...] A sociedade é uma mãe terrível.</i>"</span></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-style: italic;"><span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>Tempo de perder: as despedidas sôfregas, ou a partida sem o tempo de um adeus; a alegria roubada, o amor estilhaçado, o rumo perdido, o leito de morrer, o quarto de acordar sozinha, onde estão os belos momentos, onde foram parar os projetos, onde devo me situar agora, neste tempo sem tempo?</i></span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><i>[...] Avançar porque não havia outro jeito, as pessoas que me amparavam, que me amavam não mereciam que eu desistisse. Além do mais, não reagir seria homenagear a velho bruxa Morte, e declarar que ela tinha vencido.</i>"</span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>A gente resiste, se pode.</i></span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><i>Segue em frente, do jeito que pode.</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><i>A gente vence.</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><i>A gente aceita.</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><i>Ou finge.</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><i>(Máscaras muito usadas se tornam a pele do nosso rosto.)</i>"</span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>Porque o tempo passa é que tudo se torna tão precioso. Porque estamos sempre nos despedindo - dessa luz, dessa paisagem, dessa rua, desse rosto, desse momento, e de nós mesmos nesse momento -, tudo assume uma extraordinária importância. Não é coisa para sentirmo constantemente, mas nas horas em que a alma se expande saímos do fútil para o singular - e vemos como somos especiais.</i>"</span></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>Seja como for, de tropeço em tropeço, de agonia em agonia, retomamos o prumo. Pois mesmo quando de um lado a morte nos abraça, do outro a vida nos chama.</i>"</span></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>É cruel nosso esforço em iludir o tempo, em deter a vida, em não ser quem podemos ser a cada fase, numa mentira que sacrifica muito entusiasmo, muita alegria, doçura, interesse, experiência e esperança. </i></span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><i>[...] Armadilhas de uma cultura da futilidade: podendo viver mais, queremos permanecer na juventude como num tanque de formol, porque uma ideologia tola nos diz que só ali estão as possibilidades todas.</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><i>E nós seguimos a manada: vamos ignorar as coisas interessantes que o mundo nos oferece em qualquer fase, vamos desperdiçar a vida agarrados a um ideal impossível, talvez grotesco. Em lugar de um semblante, uma máscara onde só a boca se move um pouco, e as pálpebras abrem e fecham.</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><i>Estaremos felizes ou apenas mais desesperados?</i>"</span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-style: italic;"><span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>É possível desafiar os conceitos que imperam, desatar os fios que nos enredam, limpar o pó desse uniforme de prisioneiros, deixar de lado as falas decoradas, a tirania do que temos de ser ou fazer. Pronunciar a nossa própria alforria: vai ser livre, vai ser você mesmo, vai tentar ser feliz, seja lá o que isso for.</i></span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><i>Então podemos murmurar, gritar, cantar. Podemos até dançar. Não há marcações nem roteiro, mas a inquietante possibilidade de optar[...]</i>"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>Velhos conceitos tortos ainda nos limitam, e o coração é pequeno demais para aceitar que há possibilidades de crescer - em qualquer tempo.</i>"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>Por que não se podem celebrar a vida pessoas, sonhos, até perdas, em qualquer idade? Por que temos de nos encolher, morrendo antes da hora?</i>"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>O afeto, o interesse, a curiosidade, estar aberto para os outros são o maior talento.</i>"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>Frequentemente se pensa que qualidade de vida significa uma espécie de embalsamento em algum ponto da mocidade. Predomina a ideia de que a velhice é uma sentença da qual se deve fugir a qualquer custo.</i>"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>Quanto aos afetos, se ao nosso redor existe apenas um deserto, possivelmente nós mesmos o criamos.</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><i>Presenças amorosas a gente procura ou nos encontram. Ainda que os afetos perdidos sejam insubstituíveis, existe espaço na alma para novos acolhimentos, desde que a gente queira. Ou possa, me diz alguém, pois algumas pessoas são, por educação e bagagem psíquica, irremediavelmente estreitas e secas.</i>"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>Não precisamos ser ricos, magros, belos, ágeis, viajar a Paris, conhecer as ilhas gregas e o mais novo restaurante chique da cidade para estar bem. Em nenhum momento da vida projetos incríveis significam incríveis alegrias. Mas a cada momento a gente pode se transfigurar</i><i>.</i>"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></i></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>E o sentido da vida?</i></span></div>
<i><div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><i>Cada um tem de inventar o seu com seus talentos e sua própria inevitável incompetência.</i>"</span></div>
</i><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>A vida é uma casa que construímos com as próprias mãos, criando calos, esfolando os joelhos, respirando poeira. Levantamos alicerces, paredes, aberturas e telhado. Podem ser janelas amplas pra enxergar o mundo, ou estreitas para nos isolarmos dele. Pode haver jardins, pátio, por pequenos que sejam, com flores, com balanços, para a alegria; ou só com lajes frias, para a melancolia.</i>"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>Acossados pelo medo e pela inquietação, nunca parando para refletir e raramente para respirar, algumas pessoas parecem tombar subitamente da juventude impensada para a velhice ressentida. Foram apanhadas desprevenidas. Estavam desatentas ao milagre da existência.</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><i>Toda essa realidade, que inclui nascimento e velhice, crianças doces e caras murchas, corpos sensuais ou mentes confusas, escorre como um rio no qual flutuamos, nadamos, resistimos ou nos deixamos levar - enquanto ele, estranho e belo, permanece em seu fluir, e nos leva até onde talvez apenas comece o novo roteiro de uma nova peça de teatro.</i>"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>Melhor ter rugas de riso do que cara feito máscara de gesso.</i>"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>Se alguém na velhice é realmente só, sem ninguém, nem vizinho, nem conhecido, nem parente, nem mesmo o quitandeiro da esquina com quem falar, me perdoem: a não ser uma tragédia tenha devastado sua vida sem deixar pedra sobre pedra, possivelmente faltou cultivar interesses e afetos, em vez de esperar por eles como obrigação alheia.</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><i>A vida não nos deve nada.</i>"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>Estar quieto não é sempre depressão: pode ser, como na infância, aquela contemplação prazerosa que na agitação atual dificilmente se entende.</i>"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>Não há garantia para nada, então, assim como ser bom, honesto, decente, trabalhar direito, seguir os preceitos todos não garante que sejamos felizes, recompensados, bem-sucedidos e saudáveis; amadurecer, envelhecer com o possível de otimismo e cordialidade não garante nada.</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><i>Também em nosso refúgio da casa, da família, do trabalho, da rotina e dos afetos bons, o mal é possível.</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><i>[...] Mas uma coisa a gente pode construir de positivo, em qualquer fase da vida.</i>"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>Quando não pudermos mais realizar negócios, viajar a países distantes ou dar caminhadas, poderemos ainda ler, ouvir músicas, olhar a natureza; exercer afetos, agregar pessoas, observar a humanidade que nos cerca, eventualmente lhe dar abrigo e colo. Para isso não é necessário ser jovem, belo (significando carnes firmes e pele de seda) ou ágil, mas ainda lúcido. Todos queremos viver muito, esquecendo que viver muito é inevitavelmente envelhecer. E que envelhecer não é doença, não é deterioração: é apenas mais uma inevitável fase.</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><i>Que seja boa.</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><i>Que seja vivida, não suportada: isso, sim, depende de nós.</i>"</span></div>
E.A.C.http://www.blogger.com/profile/05445460814329948851noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4818376045692558344.post-11646424171427989862015-06-13T22:13:00.001-03:002015-06-13T22:25:34.866-03:00Recortes d´O tempo é um rio que corre - I Águas mansas<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Se eu fosse você, daria um jeito de colocar <i>O tempo é um rio que corre</i> mais acima na pilha dos livros que estão para serem lidos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">* * *</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Esta é, no meu entender, a obra mais espetacular da Lya Luft. Quem já conhece a autora sabe que as relações humanas, o tempo e a morte são temas que ela não se cansa de abordar. Neste livro, especificamente, Luft discorre sobre o fluir das fases da vida - "<i>o fluir da vida é o rio do crescimento e da transformação</i>, diz ela, cada qual com seus prazeres, suas limitações, suas paixões, suas angústias, suas possibilidades, suas esperanças. O livro é dividido em três capítulos: 1) águas mansas, 2) maré alta e 3) a embocadura do rio. Por analogia, são a infância, a juventude e o envelhecer, respectivamente. Uma leitura leve e, ao mesmo tempo, de enorme profundidade reflexiva-existencial.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Como eu sou bonzinho com as poucas pessoas que me leem - e já que ando meio ausente desse meu cantinho no blog - vou deixar aqui alguns recortes de cada um dos capítulos da obra, começando agora e me estendo pelas próximas duas postagens.<br />Mas a indicação de leitura do livro na íntegra continua super valendo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Bom proveito!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">* * *</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">I - <i>Águas mansas</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>Cúmplices de nós mesmos nesse solitário brinquedo de existir, alternamos trabalho duro com euforia cintilante, desejo de se ocultar atrás de fantasias e o ímpeto de arrancar as máscaras e finalmente ser.</i>"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>No tempo sem tempo da infância , o trabalho dos relógios demarcando a vida é coisa dos adultos, é hora imposta de fora. [...] Tudo é possível nessa fase: o tempo em curso pode ser apenas uma invenção malévola dos bem-intencionados adultos para nos controlar.</i>"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>Se tivéssemos consciência de que estamos em transformação, de que tudo é passageiro e pode acabar em alguns minutos - ou anos, ou décadas que seja -, não suportaríamos a pressão, não haveria espaço emocional para viver com certa normalidade.</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><i>(Ou, na ambiguidade que nos caracteriza, daríamos mais valor ao que temos?)</i>"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>Antes de lhe darmos nome tudo se chama: enigma.</i>"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>O mundo, com gente, casas, carros, florestas e rios, e todos os mares, será apenas a invenção de cada um para dar algum sentido a toda essa complexidade?</i>"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>Não parece haver respostas.</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><i>Mas nós insistimos em inventar algumas - e isso afinal nos salva.</i>"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>O tempo, criador de ilusões: os que morreram são para nós sempre como eram - jovens, velhos, belos, feios, com suas manias e jeitos de ser que nos encantavam ou irritavam tanto. Não crescem os mortos, não envelhecem, nem se transfiguram.</i>"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>A gente pode não ser tão importante, nem nossas dores, e desejos, e alegrias, nem nossa morte: aprendi.</i>"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>Dores de crescimento furam os ossos da alma.</i>"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>Eu só queria um tempo sem medidas para ficar suspensa no varal dos devaneios: que figura estava se formando naquela nuvem, que unicórnio, que princesa habitavam os morros azuis, que dedo mágico do vento fazia um traçado nas copas das árvores numa linha caprichosa, só um arco de singular de folhagem se movendo?</i>"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>Por algum tempo não somos nós mesmos, não somos nada, apenas transitamos, fluímos, os adultos nos olham com certa impaciência, bom humor (se tivermos sorte) ou compaixão: que idade essa, de não ser criança nem jovem, de simplesmente não ser?</i>"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #b6d7a8; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">"<i>O rio dos encontros e das despedidas. Dizer adeus a si mesmo em cada fase.</i>"</span></div>
E.A.C.http://www.blogger.com/profile/05445460814329948851noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4818376045692558344.post-83343361664317590052015-05-26T23:57:00.000-03:002015-05-28T12:47:54.889-03:00O preço que se paga não é alto demais quando o valor é inestimável *<div>
<span style="font-size: large;">Minha mãe herdou um costume de minhas avós (na real, herdou vários - mas esse é especificamente o que vou utilizar para ilustrar o que estou querendo dizer): guardar coisas arcaicas. Mudança sendo organizada, embrulha daqui, encaixota dali, ensacola acolá e de repente "<i>ah, eu não queria me desfazer disso!</i>". Não preciso nem estar vendo o que é, mas só de ouvir algo do gênero sei que o "<i>disso</i>" a que ela se refere é, bem provavelmente, algo que estava guardado há tempos e que, mais provavelmente ainda, nem voltará a ser utilizado. Uma panela furada, um eletro-eletrônico que nem liga mais, uma máquina de escrever com os botões encravados, uma roupa de mil novecentos e setembro...</span></div>
<div>
<span style="font-size: large;">Pois cada uma dessas coisas tem um valor maior que o preço que possuem. Estão registradas na alma, no coração da minha mãe que a panela foi presente de um tio meu, ainda antes de ela ter deixado a casa dos pais; o rádio a pilhas foi a primeira coisa que ela comprou com o dinheiro do seu primeiro salário; a máquina de escrever lhe traz à memória os momentos íntimos em que nela escrevia cartas apaixonadas para meu pai; a blusa fora comprada em sua primeira viagem ao exterior... </span></div>
<div>
<span style="font-size: large;">- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -</span></div>
<div>
<span style="font-size: large;">Um colecionador que paga um preço altíssimo por um vinil do Beatles, alguém que paga um preço alto para ver um show do U2, outro que dá uma nota preta por um carro do ano, um vinho que é comprado por preço de três dígitos antes da vírgula e tantos outros exemplos possíveis. Isso aponta que, provavelmente, para a pessoa que paga, o valor é maior que o preço estipulado pelo mercado. Também pode ser indicativo que, para quem julga ser alto o preço, tal coisa não tenha tanto valor. </span></div>
<div>
<span style="font-size: large;">- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -</span><span style="font-size: large;"> </span></div>
<div>
<div>
<span style="font-size: large;">O valor às vezes transcende os cifrões, vai além dessa referência.</span></div>
<div>
<span style="font-size: large;">Algumas coisas valem muito mais que seu preço. Pode-se dizer, até, que são coisas que não tem preço.</span></div>
</div>
<div>
<span style="font-size: large;">- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -</span><span style="font-size: large;"> </span></div>
<div>
<span style="font-size: large;">O preço que se paga não é alto demais quando o valor é inestimável. </span></div>
<div>
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/QFwQIRwuAM0/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/QFwQIRwuAM0?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
* reflexão sobre o preço e o valor que brotou do título desta canção</div>
<div>
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
E.A.C.http://www.blogger.com/profile/05445460814329948851noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4818376045692558344.post-20289047442519688042015-04-28T19:35:00.002-03:002015-04-28T19:35:55.319-03:00Covardes sem ombridade!<span style="font-size: large;">Governantes que se escondem atrás de leis criadas para benefício próprio são covardes.</span><br />
<span style="font-size: large;">Políticos fajutos que não conseguem estabelecer diálogo com a sociedade são covardes.</span><br />
<span style="font-size: large;">Líderes que querem cercear os direitos das classes que mantém de pé a zona desse país são covardes.</span><br />
<span style="font-size: large;">Policiais que agridem professores ou quaisquer outros trabalhadores em manifestações são covardes.</span><br />
<span style="font-size: large;">Servidores que calam e consentem com o caos das condições de trabalho e salários defasados do funcionalismo público são covardes.</span><br />
<span style="font-size: large;">Os Estados são covardes.</span><br />
<span style="font-size: large;">Os que eram para ser nossos representantes são covardes.</span><br />
<span style="font-size: large;">Os que deveriam nos proteger são covardes.</span><br />
<span style="font-size: large;">Que país é esse?</span><br />
<span style="font-size: large;">Cadê os homens que honram o bigode e as calças que vestem, como faziam nossos antepassados?</span><br />
<span style="font-size: large;">Covardes sem ombridade!</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/-dj2dpG8VHs/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/-dj2dpG8VHs?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<span style="font-size: large;"><br /></span>E.A.C.http://www.blogger.com/profile/05445460814329948851noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4818376045692558344.post-64818183938211171802015-03-24T22:17:00.001-03:002015-03-24T22:17:54.008-03:00De braços abertos para a morte<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Vez ou outra me deparo com a morte. Ou melhor, algumas vezes me vem à cabeça este tema, este assunto, este conceito. Mas o que sabemos, eu e você, sobre ela? Sabemos tão pouco da imensidão da vida; quem dera soubéssemos sobre a morte... Podemos especular, mas nossas limitações apenas nos permitem levantar hipóteses, conjecturas, possibilidades. Afinal, como disse Epicuro, filósofo grego que viveu antes de Cristo, "<i>Enquanto eu sou, a morte não é; e, quando ela for, eu já não serei. Por que deveria temer o que não pode ser enquanto sou?</i>".</span><br />
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Na minha opinião, a vida é cheia de pequenas e de grandes mortes. Alguns de nossos sonhos já estão mortos e enterrados há tempos. Algumas fases de nossa vida também padeceram e deixaram de existir. Alguns comportamentos também falecem. Uma árvore que tinha no jardim de casa e que não mais está lá. Um animalzinho de estimação que morreu. Um ente querido, familiar ou amigo, que partiu dessa vida. E um tanto de outros exemplos. Viram só!? Direta ou indiretamente, a tal de morte nos visita, passa bem pertinho da gente, às vezes até esbarra no nosso ombro. "<i>Tu não escapa, reles mortal, a tua hora também vai chegar. Me aguarde.</i>" E não tem choro. Aqui na terra nossa validade é limitada. Podemos até não saber quanto tempo ainda temos pela frente. Mas vai chegar a hora do apagão. Deixaremos de ser; a morte será. </span><br />
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Diante disso, do inesperado, do fluir, do movimento, cabe a cada um viver. Algumas criaturas vão vivendo conforme a música do Zeca Pagodinho"<i>deixa a vida me levar, vida leva eu</i>". Já outras, preferem o coro do Geraldo Vandré e fazem a hora, não esperam acontecer. Quem sou eu e quem é você para julgarmos como o outro deve viver?! Quero mais é que cada pessoa siga seu caminho existencial conforme suas singularidades, de acordo com a estruturação única que cada ser possui.</span><br />
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Medo da morte? Às vezes tenho receio de perder algumas pessoas que são importantes para mim, seja para qual tipo de morte for. Mas medo da minha morte, não tenho nem um pouco. Eu vivo intensamente. Tenho uma história de amor com cada dia da minha existência. Tento deixar claro para quem me rodeia que se meu último dia de vida for hoje, terei aproveitado minha estada aqui. Não sei se isso servirá de consolo para quem ficar quando eu partir, mas é assim que gostaria que pensassem quando eu morrer. </span><br />
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Lembro sempre de Quintana, que expôs com uma lucidez incrível um de seus pensamentos sobre a morte: "<i>Um dia, pronto! Me acabo. Pois seja o que tem de ser. Morrer, que me importa? O diabo é deixar de viver.</i>" Sendo a vida um requisito para a morte, estou aproveitando bem cada disciplina do curso. Só que, ao invés de diploma, o que vou receber é um caixão, uma urna fúnebre... Pois então, seja qual for a hora - claro que quero alongar meu tempo aqui - te espero de braços abertos, morte. Pena que não poderemos nos abraçar, pois só há espaço e tempo para um de nós. Enquanto não me consomes por completo, continuarei espalhando os abraços para os meus chegados e ficarei tentando convencê-los de que não há motivos para temê-la...</span><br />
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Seguimos. </span>E.A.C.http://www.blogger.com/profile/05445460814329948851noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4818376045692558344.post-31279955449030333552015-02-21T18:20:00.001-02:002015-02-21T18:20:24.469-02:00Do que não quero para o que me resta de vida<span style="font-size: large;">Da vida não se leva nem aperto de mão. </span><br />
<span style="font-size: large;">A mortalidade nos torna iguaizinhos. A grana ou o status que isso traz não faz diferença alguma para a morte. Estamos todos viajando na mesma direção e, quer pensemos nisso ou não, </span><span style="font-size: large;">queiramos ou não,</span><span style="font-size: large;"> a morte é nosso destino certo. </span><br />
<span style="font-size: large;">E o que fica são as sementes que plantamos. Isso sim faz uma grande diferença nas relações que estabelecemos e para a posteridade. Ser lembrados pela mesquinhez ou por ter compartilhado vivências interessantes é decorrência das escolhas que fazemos e da maneira como escolhemos viver.</span><br />
<span style="font-size: large;">E se tem coisa que eu quero para o que me resta de vida, é não ter no meu círculo de amizades e de convivência gentes que não suportam a felicidade dos outros e que tentam puxar o tapete de outras pessoas, que semeiam discórdia, ódio e incompreensão ao invés de esforçarem-se para ser pessoas melhores para si mesmas e para quem as rodeia. Que eu afaste ou nem me aproxime de gente assim, amém!</span><br />
<span style="font-size: large;">Isso é para tornar a vida mais leve, com mais amor e humor e menos recalque.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Seguimos...</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<i><span style="font-size: large;">"Vencer na vida não é fácil. Num mundo decadente, um milhão de recalcados pra puxar o seu tapete.</span></i><br />
<i><span style="font-size: large;">Mas do jeito que eu vim, é do jeito que eu vou. É como vivo, como ando, como penso, como sou!</span></i><br />
<i><span style="font-size: large;">[...]</span></i><br />
<i><span style="font-size: large;">Eu não sou otário, eu aprendi a lição.</span></i><br />
<i><span style="font-size: large;">A sintonia faz o sangue, o sangue faz o irmão.</span></i><br />
<i><span style="font-size: large;">[...]</span></i><br />
<i><span style="font-size: large;">Se você quer minha amizade, vai ter que provar pra mim quem é você de verdade, se vamos juntos até o fim. </span></i><br />
<i><span style="font-size: large;">Porque eu não quero do meu lado alguém que não confia em mim"</span></i><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://ytimg.googleusercontent.com/vi/74NNcbAGQ6g/0.jpg" src="http://www.youtube.com/embed/74NNcbAGQ6g?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<br />E.A.C.http://www.blogger.com/profile/05445460814329948851noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4818376045692558344.post-23845201366602190072015-01-18T23:31:00.001-02:002015-01-18T23:31:29.617-02:00Eu e os pássaros<span style="font-size: large;">Tempo bom aquele em que as crianças ainda tinham tempo de ser crianças, de brincar, de se divertir sem terem que se preocupar com uma agenda programada pelos pais com mil e uma atividades. Bolinhas de gude, ou jogo de bolitas, brincar na areia, de esconde-esconde, de polícia e ladrão, fazer racha de bicicletas, escorregar na grama ou em barrancos sentado em um papelão, tomar banhos de piscina, de chuva, de cascata, de mangueira, de açude... enfim, muitas coisas que transcendem o mundo tecnológico-digital de hoje. Baaah! Até meio nostálgico. Maravilhas que tive oportunidade de vivenciar e que têm espaço reservado em minha memória e em meu coração.</span><br />
<span style="font-size: large;">Caçar de estilingue, ou bodoque, como chamávamos, era outra atividade que acabava em farra. </span><span style="font-size: large;">Eu tive alguns colegas bons de mira. Era um passarinho descuidar, sentar num fio de luz ou numa árvore próxima e "<i>toma!</i>". Lá se ia o bichinho para o chão com uma pedrada. </span><span style="font-size: large;">Tinha que ter boas noções de física, para saber a distância que a pedra lançada alcançaria, e de direção, para não atingir pessoas ou quebrar alguma coisa nas casas do arredores por onde passávamos. Duas coisas que eu não dominava muito bem. O que me restava, então, era catar as pedras mais redondas para que meus amigos atirassem com mais propriedade. Nisso eu era perito.</span><br />
<span style="font-size: large;">Pois um dia resolvi sair sozinho à caça. Fiquei com dor nos braços de tanto atirar. No caminho de volta para casa, acertei uma andorinha que fazia voos circulares com seu bando. Ela caiu no meio da rua, uma estrada de terra batida por onde eu passava. Que euforia. Eu acabava de matar o primeiro pássaro da minha vida. Mas logo a euforia se tornou algo um tanto incômodo. Eu não sabia se ficava ali, se corria, se pegava o bichinho ainda quente e com sangue escorrido no bico ou se o deixava lá caído, morto, sozinho. Desajeitado, peguei a andorinha e corri até onde minha mãe trabalhava. Cheguei chorando, dizendo para ela que havia matado um passarinho. E com um grau enorme de dificuldade, já que a andorinha não estava pousada em nada, mas em pleno voo. </span><br />
<span style="font-size: large;">Até hoje não sei se minhas lágrimas eram por ter conseguido matar aquele bichinho ou se por ter tirado a vida daquele indefeso e inocente animal. Foi o primeiro e o último pássaro que matei.</span><br />
<span style="font-size: large;">...</span><br />
<span style="font-size: large;">Na janela da sala onde trabalho tem um pardal que, vez em quando, vem me visitar. É lindo olhar aquela criaturinha com o colorido das árvores e do céu como pano de fundo.</span><br />
<span style="font-size: large;">Costumo dizer que ele vem trazer alegria, que as batidas que ele dá com o bico no vidro são para alertar que lá fora existe um mundo que não pode ser esquecido, um mundo mágico. Basta estarmos atentos para perceber.</span><br />
<span style="font-size: large;">Uma colega minha já ficou íntima dele. É passar alguns dias sem o pardalzinho aparecer e ela já lembra "<i>Estranho, tem dias que o nosso amigo não vem nos visitar</i>"</span><br />
<span style="font-size: large;">...</span><br />
<span style="font-size: large;">Uma noite um casal de passarinhos invadiu a mesma sala onde trabalho. Fiquei feliz com a companhia, pois estava sozinho naquele turno. Larguei de lado o que eu estava fazendo e fiquei prestando atenção aos voos que fizerem. Sentaram no ventilador, olharam atentos para ver se achavam a saída, voaram para a copiadora, se separaram, um indo para cima de um arquivo de aço, o outro pousando no chão. Nossa! Como desconectei de toda a burocracia naqueles momentos. </span><br />
<span style="font-size: large;">Quando uma moça entrou na sala para requerer um serviço eu estava agachado, falando com os pássaros, apontando para saírem pela porta, dizendo que voar contra os vidros só iria macucá-los. Atendi a moça, que ficou encantada com a calma que o casalzinho de asas apresentava dentro da sala. Estavam à vontade.</span><br />
<span style="font-size: large;">Saí, então, para pegar um pouco de água e quando retornei eles já não estava mais na sala. Saíram de mansinho. Acho que não gostavam muito de despedidas.</span><br />
<span style="font-size: large;">...</span><br />
<span style="font-size: large;">Escrevi essas linhas ao som de jazz. A inspiração me veio quando baixei um pouco o volume da música para que o canto dos pássaros ficasse no mesmo tom do </span><span style="font-size: large;">piano e do saxofone. Que sinfonia! </span>E.A.C.http://www.blogger.com/profile/05445460814329948851noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4818376045692558344.post-53344306450818856252015-01-06T23:19:00.001-02:002015-01-06T23:19:52.700-02:00Faça o que eu digo, não faça o que eu faço?<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"> Em muitos
casos, e para muitas pessoas, uma coisa é o que é pensado, o que habita o mundo
das ideias e outra coisa é o mundo da concretude, das atitudes, da prática. E
isso não necessariamente tem a ver com dissimulação, com falsidade, com falta
de caráter ou de princípios.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"> Diferente disso, outras pessoas tentam seguir
à risca aquilo que pensam. Pessoas que estão assim estruturadas agem de forma
que haja uma proximidade enorme entre o que teorizam e o que praticam, entre o
que dizem e o que fazem. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"> Esses
elementos apontam para características singulares de cada pessoa e não se trata
de fazermos juízo de valor quanto a isso, tampouco estabelecermos uma forma de
agir como sendo melhor que as outras. Podemos até não compactuar, não concordar
com isso, mas é nosso dever respeitarmos a forma de ser de tais criaturas.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"> Em muitas
circunstâncias, no entanto, é importante que o discurso encontre acolhida na prática.
Pense em um pai que fuma e consome álcool quase que diariamente orientando seu
filho para que fique longe das drogas; em uma mãe que não lê, mas quer que sua
filha adote o hábito da leitura. Não é impossível que o filho fique, de fato,
longe das drogas e que a filha se torne uma leitora assídua, apesar do exemplo
contrário dos seus pais. Talvez até o façam justamente por querer evitar se
tornarem como seus criadores/educadores. Mesmo não havendo um elemento
universal e de conexão necessária de causa e efeito para que um comportamento
“x” decorra de um estímulo “y”, é bem provável que tanto o filho quanto a filha
dos exemplos acima reproduzam as atitudes dos pais. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Para muitas pessoas, não se aplica o
velho jargão de “faça o que eu digo, não faça o que faço”. Elas buscam
consistência no sentido de estreitar o laço entre o pensar e o agir. O abismo
entre o dizer e o fazer soam, para elas, como hipocrisia e deve ser evitado ao
máximo, tanto que o que elas dizem é o que elas fazem e vice-versa. De nada
adianta, por exemplo, professar uma fé que mova montanhas se, na prática, o
indivíduo não move um alfinete para ajudar o próximo; não adianta um discurso
bem elaborado em forma e conteúdo se a prática for na direção contrária daquilo
que foi expresso. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Para amarrar meus raciocínios, cito o
filósofo Ralph W. Emerson: “<i>suas atitudes
falam tão alto que eu não consigo ouvir o que você diz</i>” e as palavras de um dos expoentes da literatura portuguesa, Manuel Bernardes: “<i>Não há modo de mandar mais forte e suave que
o exemplo: persuade sem retórica, impele sem violência, convence sem debate,
todas as dúvidas desata e corta caladamente todas as desculpas. Pelo contrário,
fazer uma coisa e mandar ou aconselhar outra é querer endireitar a sombra de
vara torcida.</i>”</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: large; line-height: 115%; text-indent: 35.4pt;">Que texto lhe sirva de reflexão e
que, mais do que isso, contribua para o aprimoramento dos seus afazeres,
independente de quais sejam.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: large; line-height: 115%; text-indent: 35.4pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: large; line-height: 115%; text-indent: 35.4pt;">Seguimos...</span></div>
E.A.C.http://www.blogger.com/profile/05445460814329948851noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4818376045692558344.post-18448473276528672982014-12-29T22:19:00.002-02:002014-12-29T22:19:29.233-02:00Por um 2015 mais do caralho do que foi 2014<span style="font-size: large;">Já tomei banho de chuva no último dia do ano. </span><br />
<span style="font-size: large;">E já tomei banho de champanhe na madrugada da virada.</span><br />
<span style="font-size: large;">Já vesti cuecas e camisetas de várias cores. </span><br />
<span style="font-size: large;">Inclusive já passei sem essas peças de roupa.</span><br />
<span style="font-size: large;">Já usei tênis novinho, tênis batido, havaianas e até experimentei os pés descalços.</span><br />
<span style="font-size: large;">Já fiz simpatia de pegar em grana, comer variedades de frutas, mostrar a bunda para a lua, etc e tal.</span><br />
<span style="font-size: large;">Já enchi a cara de bebidas e chorei. </span><br />
<span style="font-size: large;">Quando não bebi nada, chorei assim mesmo.</span><br />
<span style="font-size: large;">Já fiz mil e um planos e resoluções. </span><br />
<span style="font-size: large;">E também não planejei sequer o que comeria no dia seguinte.</span><br />
<span style="font-size: large;">Já mandei sms em massa para amigos e conhecidos. </span><br />
<span style="font-size: large;">E liguei para os do coração, claro.</span><br />
<span style="font-size: large;">Enfim, quem nunca, né!? Isso é meio que de praxe para muita gente em se tratando de virada de ano.</span><br />
<span style="font-size: large;">Para o réveillon que se aproxima, não planejei nada. </span><br />
<span style="font-size: large;">Vai ser tudo ao natural, de forma espontânea, sem muita frescura.</span><br />
<span style="font-size: large;">E, diferente das outras vezes, não vou desejar um feliz 2015 com adjetivos mil. </span><br />
<span style="font-size: large;">Apenas vou desejar que seja um bom ano, cheio de saúde e que se possa ser o que se é. </span><br />
<span style="font-size: large;">Direto e reto.</span><br />
<span style="font-size: large;">E vou emanar energias positivas para que você possa gozar das coisas boas da vida e enfrentar de cabeça erguida e de peito aberto o que está por vir. </span><br />
<span style="font-size: large;">É isso que está implícito no meu "feliz 2015!"</span><br />
<span style="font-size: large;">Para mim, está de bom tamanho se os dias do meu ano tiverem café, alguns minutos de música e outros de leitura e algumas construções compartilhadas com pessoas que tenho o privilégio de encontrar pelo caminho.</span><br />
<span style="font-size: large;">O resto eu dou um jeito.</span><br />
<span style="font-size: large;">Assim vou me despedindo de 2014 e firmando para entrar em 2015.</span><br />
<span style="font-size: large;">Seguimos... </span>E.A.C.http://www.blogger.com/profile/05445460814329948851noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4818376045692558344.post-30247251412193416272014-12-27T22:01:00.003-02:002014-12-27T22:12:46.471-02:00O que habita minha alma<span style="font-size: large;">Na madrugada passada, lendo um texto do <i>Rubem Alves</i> chamado <i>A alma é música</i>, destaquei o seguinte: "<i>a alma, no seu lugar mais fundo, está cheia de música.</i>" No mesmo momento me veio à cabeça uma música que ouvia com meu pai. Essa lembrança foi instantânea. A fita k7 branca, o rádio toca fitas preto com o botão de apertar para dar play e o de girar para dar volume, a estante onde o rádio ficava, a sala na antiga casa de madeira, entre tantos outros detalhes que saltaram à memória. Momento nostálgico.</span><br />
<span style="font-size: large;">***</span><br />
<span style="font-size: large;">Isso me remeteu também à teoria platônica da reminiscência, que afirma que aquilo que aprendemos já está em nós, ou seja, estamos apenas rememorando algo que nossa alma já havia apreendido. A alma, por ter habitado o mundo inteligível, onde se contemplam as verdades absolutas, mesmo agora fazendo morada no mundo sensível, onde tudo é cópia imperfeita daquele outro, tem a capacidade de resgatar aquilo que antes foi contemplado, que, portanto, já está em nós.</span><br />
<span style="font-size: large;">***</span><br />
<span style="font-size: large;"> A canção que lembrei é <i>Shiny Happy People</i>, do <i>R.E.M. </i>Ela fala de amor, de cuidado, de pessoas felizes dando as mãos e rindo.</span><br />
<span style="font-size: large;">Tenho a impressão que minh´alma deslumbrou muitas maravilhas no mundo inteligível. E é um prazer inominável quando eu resgato essas lembranças que já estão em mim, como nesse caso.</span><br />
<span style="font-size: large;">***</span><br />
<span style="font-size: large;">Seguimos...</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/iCQ0vDAbF7s?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEig6XI2I6q3eD8IBMUFOMG-Dz2bdEIXn7vVhwtidvBWW7ORi93C5Nss3nPovqwxWjFRTtBoo_7LUXXKztIH0K6g7HVUBRiekUaDiZWcaoMJzlgb2NhgjYRtqeY8J3vUEEiO6wScMCOL1K0/s1600/a7.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEig6XI2I6q3eD8IBMUFOMG-Dz2bdEIXn7vVhwtidvBWW7ORi93C5Nss3nPovqwxWjFRTtBoo_7LUXXKztIH0K6g7HVUBRiekUaDiZWcaoMJzlgb2NhgjYRtqeY8J3vUEEiO6wScMCOL1K0/s1600/a7.jpg" height="119" width="200" /></a></div>
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
E.A.C.http://www.blogger.com/profile/05445460814329948851noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4818376045692558344.post-82176862091851244332014-12-10T12:17:00.003-02:002014-12-10T12:17:39.295-02:00Celebrando o presente, preparando o futuro<div class="MsoNormal" style="margin-right: -.05pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"> O filósofo
Mário Sérgio Cortella é reconhecido internacionalmente em virtude de sua
consistente trajetória acadêmica, suas publicações, palestras e participações
em programas de rádio e televisão. Os noventa minutos de apresentação dessa
personalidade, proporcionados pelo Sicredi Região da Produção na
confraternização do último sábado, dia 06, deram uma mostra do potencial desse
mestre na arte de ensinar. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -.05pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"> Logo no início de sua fala,
Cortella deu uma bela definição de cooperação. Como não sabemos tudo, juntamos
o pouco que sabemos com o pouco que outras pessoas sabem e o resultado disso é
o crescimento de todos que estão nesse processo. Se cada um ficasse somente com
o já sabido, ficaríamos estagnados. Como já disse o poeta inglês John Donne
“nenhum homem é uma ilha”. Portanto, esse movimento de compartilhar o que se
sabe é essencial e se encaixa perfeitamente como definição de cooperação.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -.05pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"> Passeando por diversos contextos
e situações, o filósofo refletiu com a plateia sobre a importância de comemorar
o presente e planejar o futuro, título do trabalho daquela manhã. Para tanto,
elencou quatro conceitos indispensáveis para o sucesso nessa empreitada, que
cito a seguir.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -.05pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"> A humildade, da origem
etimológica “humus”, terra fértil, onde tocam os pés, nada tem a ver com
subserviência. É a postura de nos reconhecermos como pequenos para, então,
vislumbrarmos a possibilidade de engrandecimento; é sabermos que não sabemos
tudo e buscarmos saber cada vez mais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -.05pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"> A coragem, que não é sinônimo da
ausência de medo, também é importante. Termos coragem significa enfrentarmos o
sentimento do medo, planejarmos seguir adiante na caminhada mesmo com as
dificuldades e situações que nos colocam diante do inesperado. Nesse sentido,
muitas de nossas conquistas são frutos de nossa coragem, não meramente destino.
Basta olharmos para nossa história para identificarmos contextos em que, como
diz o dito romano, “a sorte segue a coragem”. Se não tivéssemos tido coragem,
talvez não estivéssemos na situação em que nos encontramos atualmente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -.05pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"> A ambição é outro conceito que
devemos ter em mente. Ambição é querer mais e melhor, bem diferente da
ganância, que é querer tudo para si. Ao sermos ambiciosos estamos considerando
não apenas nosso ego. Ambicionando, disponibilizamos nossas conquistas para
toda a sociedade e não agimos meramente guiados pelos nossos desejos
individuais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -.05pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"> A paciência é outro elemento que
devemos exercitar. Paciência é nossa capacidade de admitirmos a maturação de
alguns processos em nossa vida, ou seja, darmos tempo para que as coisas fluam,
para que possam vir a ser aquilo que planejamos ou o mais próximo disso. É
importante que não se confunda paciência com lerdeza.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -.05pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"> Amarrando esses quarto
conceitos, Cortella elucidou a importância de comemorarmos, sim, o presente.
Não menos importante é refletirmos e observarmos que este só é possível devido
ao trabalho de muitas pessoas em épocas que ficaram para trás. E, completando
essa tríade, planejarmos o futuro com bases sólidas é indispensável para que
tenhamos, no futuro, condições de vermos desabrochar as flores das sementes que
agora plantamos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -.05pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"> Tantos outros exemplos de enorme
relevância e profundidade foram trazidos por Cortella, tanto na área da
educação, quanto na área da economia. Mas acredito que as maiores lições que
ele nos deixou são de demanda existencial. São lições que nos puseram em
contato com o nosso íntimo, nos fazendo pensar sobre como estamos agindo no
cotidiano, como estamos nos comportando em relação a nós mesmos, aos que nos
cercam, ao universo como um todo. À partir disso, podemos prever, por
aproximação, que herança estamos deixando para as futuras gerações.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -.05pt; text-align: justify;">
<span style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-size: large;"> Desfrutemos com alegria do presente que agora temos acesso e
edifiquemos um futuro cheio de grandes realizações e conquistas. E que façamos
isso de forma coletiva, cooperativa, crescendo juntos. Afinal, parafraseando o
encerrou da fala do Cortella, incompletos que somos, precisamos da asa de
outras pessoas para podermos alçar voo.</span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-size: x-large; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqkb0H4yj8kd55aTU1N3ewqmGgIv81w71ImkussCUhPFMJk_r0OAGKDsERDQXwwbcExPIPdJsO2EOZPQpkjTfpKjrtbXRzSrwkzcl3jPfY3IseRH2LWz7JfNMXaGwaWDxJUm8qkY1vlpI/s1600/MS+Cortella.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqkb0H4yj8kd55aTU1N3ewqmGgIv81w71ImkussCUhPFMJk_r0OAGKDsERDQXwwbcExPIPdJsO2EOZPQpkjTfpKjrtbXRzSrwkzcl3jPfY3IseRH2LWz7JfNMXaGwaWDxJUm8qkY1vlpI/s1600/MS+Cortella.jpg" height="320" width="240" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: xx-small;">Alegria pela oportunidade ímpar.</span></div>
E.A.C.http://www.blogger.com/profile/05445460814329948851noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4818376045692558344.post-75729943709335307272014-11-08T00:30:00.000-02:002014-11-08T00:30:01.215-02:00Que o urgente não ofusque o que é essencial<span style="font-size: large;">Posso garantir que, mesmo <i>Cidadão Quem</i> sendo uma banda gaúcha, </span><span style="font-size: large;">muitas pessoas de todo o Brasil já ouviram a parte da canção <i>Dia Especial</i> que diz assim: </span><i><span style="font-size: large;">"Se alguém já lhe deu a mão e não pediu mais nada em troca, pense bem, pois é um dia especial."</span></i><span style="font-size: large;"> Uma bela música, diga-se de passagem.</span><br />
<span style="font-size: large;">***</span><br />
<span style="font-size: large;">Hoje me comuniquei por facebook com uma pessoa que está hospitalizada há dias. Não foi uma conveeeersa cheia de detalhes. Apenas alguns breves minutinhos. Perguntei como ela estava, já que eu havia ficado sabendo que ela não tinha passado por dias muito bons. Ela disse que estava na sacada do hospital tomando chimarrão e olhando o pôr do sol </span><span style="font-size: large;"><span style="font-size: large;">e que estava se recuperando bem.</span></span><br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-size: large;">Me sensibilizei com a situação e tentei animá-la dizendo que logo ela estaria de volta para casa e que tinha muita coisa ainda para fazer com os amigos, para desfrutar a vida. Ela disse que a família dela estava lá dando uma força e que é bom receber o apoio das pessoas de seu círculo de amizade e convivência. </span></span><br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-size: large;">***</span> </span><br />
<span style="font-size: large;">Fiquei pensando aqui com meu botões... É tão simples e tão fácil tornar a vida boa de se viver. Um exemplo disso são esses pequenos detalhes que podem fazer uma grande diferença. Acontece que às vezes a correria diária acaba cegando, transferindo o foco para algo que talvez não seja o essencial em nossas vidas.</span><br />
<span style="font-size: large;">É tão clichê e tão verdadeiro o fato de que muitas vezes nos voltamos para o urgente e negligenciamos o que é importante.</span><br />
<span style="font-size: large;">São aqueles gestos que não custam nada além da vontade para serem praticados que geralmente apontam para elementos que costumamos não levar em conta no decorrer dos dias. Esses mesmos pequenos gestos fazem o coração pulsar mais forte e a alma ficar mais leve, e trazem uma sensação reconfortante de pureza, de paz tanto para quem pratica o ato quanto para quem o recebe.</span><br />
<span style="font-size: large;">***</span><br />
<span style="font-size: large;">Que não nos deixemos embrutecer e que possamos perceber que cada dia tem alguma coisa de especial.</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/wjlJjnlOK8I?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;"><br /></span>E.A.C.http://www.blogger.com/profile/05445460814329948851noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4818376045692558344.post-8834732448272007042014-10-30T22:20:00.006-02:002014-10-30T22:20:51.776-02:00Das histórias de Nikholas e Natasha<span style="font-size: large;">- Sabe, Natasha, sinto saudade de quando a gente ainda estava se conhecendo.</span><br />
<span style="font-size: large;">- Nossa! Nem faz tanto tempo assim.</span><br />
<span style="font-size: large;">- Não faz mesmo. Mas não é pelo tempo. É pela forma como a gente se relacionava. Me parece que estávamos mais próximos, mais interessados, mais cúmplices.</span><br />
<span style="font-size: large;">- Viagem tua, Nikholas. Talvez seja porque a gente anda envolvido com muitas coisas, trabalhos, estudos, tarefas, dilemas existenciais e tal.</span><br />
<span style="font-size: large;">- E antes não estávamos envolvidos com mil coisas? Não tínhamos mil coisas para pensar e/ou para fazer?</span><br />
<span style="font-size: large;">- Lá vem você de novo com esse lance de querer estreitar laços e bla-blá-blá. Isso enche o saco, cara!</span><br />
<span style="font-size: large;">- Ah, Nath, para você é assim, meu. Eu me esforço para entender. Mas chega um ponto que fica foda para mim. Acho que agora você já me descobriu, já sabe muitas coisas sobre mim. Talvez tenha percebido que havia criado expectativas a meu respeito que eu próprio desfiz uma a uma. Tipo, enquanto o chiclé era novo tinha um gosto bom, mas agora que deu umas mascadas quer mais é descartar e partir para outro.</span><br />
<span style="font-size: large;">- Nikh, olha aqui: eu gosto de ti. Tu que faz essas tuas pirações de maionese. Eu posso não ficar me declarando, mas ao menos eu te respeito.</span><br />
<span style="font-size: large;">- Foi mal, Nath. Nunca fui bom nessa parada de relacionamento. Não quero te magoar. Me deixa ser como eu sou. Ou me deixa...</span>E.A.C.http://www.blogger.com/profile/05445460814329948851noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4818376045692558344.post-89989728715238847462014-10-22T21:21:00.000-02:002014-10-22T21:29:02.170-02:00O que segura o homem é o sexo da mulher?<i><span style="font-size: large;">"Não adianta. O que segura o homem é o sexo da mulher."</span></i><br />
<span style="font-size: large;">Essa frase foi dita por um rapaz que conversava com outro, numa mesa ao lado da minha, numa padaria, enquanto eu tomava um café dia desses. Pois bem, para essa pessoa, para esse rapaz o que o mantém com uma mulher é o sexo. Ou seja, para ele se rolar a química na cama (ou sabe-se lá quais suas fantasias e posições sexuais preferidas) dane-se o resto e o relacionamento estará firme e forte.</span><br />
<span style="font-size: large;">Essa não é uma verdade universal. </span><span style="font-size: large;"><span style="font-size: large;">É certo que alguns homens só permencem ao lado de algumas mulheres devido ao sexo. Não menos verdade é que para algumas mulheres o que une ou mantém a relação com um homem é também o mesmo elemento: o sexo. </span>Mas sabemos que são infindáveis os motivos pelos quais um homem e uma mulher firmam e dão continuidade a um relacionamento. </span><span style="font-size: large;"><span style="font-size: large;"></span>O sexo é apenas um deles. </span><span style="font-size: large;"><span style="font-size: large;"><span style="font-size: large;">E para cada pessoa isso se dá de forma singular. </span></span> </span><br />
<span style="font-size: large;">Algumas pessoas compartilham dos mesmos ideiais, dos mesmos projetos, das mesmas buscas e por isso se aproximam e permanecem lado a lado. Outras possuem valores semelhantes e então isso acaba sendo um elo de ligação entre ambas. Há quem se relacione com outra pessoa apenas como forma de obter alguma coisa, servindo o relacionamento, nesses casos, como mediação para obtenção de algum outro fim. Há quem encontre o significado na vida somente numa relação com outra pessoa. Existem também as que querem assumir futuramente o papel existencial de pai ou de mãe e sentem a necessidade de uma outra pessoa para efetivar isso. Enfim, temos inúmeros exemplos de motivos que levam pessoas a aproximarem-se e manterem um relacionamento. E para o vizinho da mesa, ao que tudo indica, o que mais tem peso subjetivo em sua malha intelectiva, o que de fato influencia nas suas tomadas de decisões quando se trata de manter um relacionamento com uma mulher é o sexo. É assim para a representação de mundo dele. E para você? Já pensou o que o ou a aproxima e o ou a mantém numa relação com outra pessoa? </span>E.A.C.http://www.blogger.com/profile/05445460814329948851noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4818376045692558344.post-85121732962668931622014-09-05T20:54:00.001-03:002014-09-05T20:58:49.955-03:00Espero que compreenda<span style="font-size: large;">Numa noite qualquer... </span><br />
<span style="font-size: large;">"<i>Seu saldo está abaixo de $ 10,00. Estamos completando a sua ligação.</i>"</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Oi! Como estão as coisas?</span><br />
<span style="font-size: large;">Então, pensei em te ligar só pra ouvir tua voz. Eu sei, nos vimos ontem, ficamos juntos e tal. Ainda não estou com problemas graves de memória. Acontece que pra mim nunca é demais estar contigo, sabe? Gosto de te ter em meus braços e também gosto de estar no teu colo. Se isso encher o saco é fácil tu me falar "olha, tu não tá nem me deixando respirar". É certo que eu vou fazer uma carinha de cão que perdeu-se na mudança. Mas logo vou estar sorrindo novamente. E vou me esforçar pra te respeitar, claro. Mas confesso que não o efeito disso não é muito duradouro e logo já vou estar pensando em ti, em nós dois juntos, algo que fizemos ou algumas coisas que ainda queremos fazer. Juntos.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Eu ainda acredito no amor. Acredito no sentimento, na sintonia fina de corações, na aliança de almas, nisso que muitos dizem ser viagem de maionese. Mas só parece ser assim para eles porque a maioria sequer vivenciou algo parecido com amor alguma vez na vida. Talvez tenham tido um sexo bem pegado, mas desconhecem a sensibilidade desses sentimentos sublimes despertados pelo love. Ou talvez tenham quebrado a cara com algum relacionamento e universalizaram a vivência ao ponto de pensarem não existir possibilidade de relacionamentos saudáveis, maduros. Vai saber dos motivos de cada um, né?</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Não liga pro fato de eu ser repetitivo, tá? Eu te amo. Não falo muito isso porque não quero transformar esse amor em "bom dia". Às vezes sinto essa necessidade de comunicar verbalmente o que demonstro através das leais atitudes. Fique à vontade pra me mandar à merda, se quiser. Nem todo mundo sabe lidar com pessoas com eu. </span><span style="font-size: large;">Não nasci pronto e posso aprender a conviver melhor comigo mesmo para, então, melhorar essa nossa relação. </span><br />
<span style="font-size: large;">Não quero te acorrentar. Quero ser tuas asas para que possas alçar voos à altura da tua bondade e dos teus anseios. Quero passar muito tempo ao lado desse teu coração bom, desse jeitinho que é só teu.</span><br />
<span style="font-size: large;">Agora preciso desligar porque meus créditos já estão indo pro espaço.</span><br />
<span style="font-size: large;">Já tô com saudade.</span><br />
<span style="font-size: large;">Fica bem.</span><br />
<span style="font-size: large;">Beijos meus.</span>E.A.C.http://www.blogger.com/profile/05445460814329948851noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4818376045692558344.post-20282001601674455302014-09-03T14:51:00.002-03:002014-09-03T14:51:50.377-03:00Mais 15 doses de Bukowski*<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiree3KKWNjH1N4BhASpsgNoQ8gso6Yn4RuUQ9vx9DVS2fFzhSYeHIPfVbrUUWYIah86iA1wwpA-_RZ_w4lUpGk2LfexmMZDsh9sw-TgTiDA0Zj1mkjhw4xFIULlIofW_DxkP_1TTLmYw/s1600/WP_002498.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiree3KKWNjH1N4BhASpsgNoQ8gso6Yn4RuUQ9vx9DVS2fFzhSYeHIPfVbrUUWYIah86iA1wwpA-_RZ_w4lUpGk2LfexmMZDsh9sw-TgTiDA0Zj1mkjhw4xFIULlIofW_DxkP_1TTLmYw/s1600/WP_002498.jpg" height="400" width="300" /></a></div>
<br />
Bukowski publicou seu primeiro conto quando tinha 24 anos, em 1944. Aí deu uma pausa em suas produções por dez anos. Nesse intervalo de tempo viajou pela América, envolveu-se com várias mulheres e com a bebida. Esse ritmo culminou em uma hemorragia estomacal provocada pelo excesso de álcool. Essas experiências de autoconhecimento são a base da produção do escritor, que dedicou-se exclusivamente à tarefa da escrita a partir de seus 49 anos, após largar seu emprego nos correios.<br />
Alguns críticos apontam para os gritantes aspectos do cotidiano abordados na poesia de Bukowski<br />
Já havia postado aqui <a href="http://eunamadruga.blogspot.com.br/2013/04/15-doses-de-bukowski.html">15 doses de Bukowski</a> e agora posto mais algumas das verdades desse homem, que, imagino, são também as verdades de tantas outras pessoas.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<u>Garotas quietas e limpinhas de vestidos xadrez de algodão</u><br />
"<i>jamais apareça com uma puta, falo para meus</i><br />
<i>poucos amigos, eu ia me apaixonar por ela."</i><br />
<i><br /></i>
<div style="text-align: right;">
<u>Borboletas</u></div>
<div style="text-align: right;">
<i>"acredito em fazer por merecer nosso caminho</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>mas também acredito em um presente</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>inesperado."</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: left;">
<u>A gente precisa conversar</u></div>
<div style="text-align: left;">
<i>"É preciso ser homem para mostrar</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>seus sentimentos.</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>[...] vou arranjar para mim alguém que seja</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>real, alguém que converse comigo,</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>alguém que diga, 'olha, Paula, eu percebi</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>que estamos tendo alguns problemas e talvez</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>se nós falássemos sobre eles, poderíamos entender um ao outro melhor</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>e fazer as coisas funcionarem.'</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>[...] e o que você sabe sobre o amor?</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>é uma palavra suja para você! amor. você nem mesmo sabe o que é ´gostar'!</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>você não gosta do seu país, você não gosta de cinema, você</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>não gosta de dançar, você não gosta de dirigir na estrada, </i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>você não gosta de crianças, você não olha para as pessoas."</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: right;">
<u>Corcunda</u></div>
<div style="text-align: right;">
<i>"eu fui amado por muitas mulheres,</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>e para uma vida corcunda,</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>isso é uma sorte.</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>[...]fui tratado melhor que deveria</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>ser -</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>não pela vida em geral</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>nem pelo mecanismo das coisas</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>mas pelas mulheres."</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: left;">
<u>Eles, todos eles, sabem</u></div>
<div style="text-align: left;">
<i>"uma esposa rosnando no portão é mais</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>do que qualquer homem pode suportar."</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: right;">
<u>Os substitutos</u></div>
<div style="text-align: right;">
<i>"agora nossos escritores </i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>discursam em universidades</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>de terno e gravata,</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>os aluninhos atentos e sóbrios,</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>as aluninhas de olhos vidrados</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>olhando</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>admiradas,</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>a grama tão verde, os livros tão chatos,</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>a vida tão morrendo de </i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>sede."</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: left;">
<u>Assim que os poemas vão</u></div>
<i>"os melhores escritores disseram bem</i><br />
<i>pouco</i><br />
<i>e os piores,</i><br />
<i>demais."</i><br />
<i><br /></i>
<div style="text-align: right;">
<u>Como ser um grande escritor</u></div>
<div style="text-align: right;">
<i>"você tem mais é que comer muitas mulheres</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>mulheres bonitas</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>e escrever uns poemas de amor decentes.</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>[...] não faça muito exercício.</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>durma até o meio-dia.</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>evite cartões de crédito</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>ou pagar qualquer coisa no </i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>dia.</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>[...] e se você tiver a capacidade de amar</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>primeiro ame a si mesmo</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>mas sempre tenha em mente a possibilidade de</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>derrota total</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>ainda que a razão dessa derrota</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>pareça certa ou errada - </i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>um gostinho de morte cedo não é necessariamente</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>uma coisa ruim.</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: left;">
<u>Agora, se você estivesse lecionando escrita</u></div>
<div style="text-align: left;">
<u>criativa, ele perguntou, o que diria a eles?</u></div>
<div style="text-align: left;">
<i>"eu diria a eles para terem um caso de amor</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>infeliz, hemorroidas, dentes cariados</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>e para beberem vinho barato.</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>[...] jamais se considerem superiores e/</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>ou imparciais</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>e jamais tentem ser.</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>tenham outro caso de amo infeliz.</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>[...] jamais tentem fazer sucesso.</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>[...] aí depois de tudo isso</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>invertam o procedimento.</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>tenham um bom caso de amor.</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>e o que</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>vocês podem aprender </i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>é que ninguém sabe nada -</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>[...] e se vocês algum dia me pegarem </i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>lecionando escrita criativa</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>e lerem isso de volta para mim</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>eu darei um 10 direto</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>para você enfiarem naquele lugar."</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: right;">
<u>Splash</u></div>
<div style="text-align: right;">
<i>"isto não é a porra </i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>de um poema.</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>isto é um cavalo adormecido.</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>uma borboleta em</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>seu cérebro.</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>isto é um circo</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>do diabo.</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>você não está lendo isto</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>numa página.</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>a página é que está lendo</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>você.</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>[...] estas palavras te arrastam </i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>para uma nova</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>loucura.</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>você foi abençoado,</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>você foi atirado </i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>num</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>lugar que cega</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>de tanta luz."</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: left;">
<u>Os mais fortes dos estranhos</u></div>
<div style="text-align: left;">
<i>"você não vai vê-los direito</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>pois onde a multidão estiver</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>eles não estarão.</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>estes esquisitos, não</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>são muitos</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>mas deles </i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>vêm</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>os poucos</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>bons quadros</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>as poucas</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>boas sinfonias</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>os poucos</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>bons livros</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>e outras</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>obras.</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>e dos</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>melhores destes</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>estranhos</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>talvez </i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>nada"</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: right;">
<u>Ressacas</u></div>
<div style="text-align: right;">
<i>"já tive provavelmente mais delas</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>do que qualquer outro ser vivo</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>e elas não me mataram</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>ainda</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>embora algumas manhãs parecessem</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>bem próximas</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>da morte.</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>[...] é preciso uma resistência inacreditável para</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>ser alguém que beba por várias</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>décadas.</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>[...] escrevo isto agora</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>sob os efeitos de uma das minhas</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>piores ressacas."</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: left;">
<u>Assalto</u></div>
<div style="text-align: left;">
<i>"já fui um cara contente por estar só.</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>agora fui violado,</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>tudo tem seus limites.</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: right;">
<u>A crise</u></div>
<div style="text-align: right;">
<i>"há uma solidão tão grande nesse mundo</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>que você pode vê-la no lento movimento dos</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>ponteiros do relógio.</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>pessoas tão cansadas</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>mutiladas</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>tanto por amar como por não amar.</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>[...] nosso sistema educacional diz</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>que todos podemos ser </i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>grandes vencedores.</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>ele não fala nada </i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>sobre os miseráveis</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>ou os suicidas.</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>ou do pavor de uma pessoa</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>sentindo dor num lugar</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>sozinha</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>intocada</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>incomunicável.</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>[...] as pessoas não são boas umas com as outras.</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>talvez se elas fossem </i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>nossas mortes não seriam tão tristes.</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>[...] com certeza deve haver um jeito que ainda não</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>pensamos."</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: left;">
<u>Ao acender um charuto</u></div>
<div style="text-align: left;">
<i>"[...] e quando o amor veio a nós pela segunda vez</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>e mentiu para nós pela segunda vez</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>decidimos nunca mais amar novamente</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>isso era justo</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>justo com a gente</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i>e justo com o amor mesmo."</i></div>
<div style="text-align: left;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: left;">
* trechos extraídos do livro Essa loucura roubada que não desejo a ninguém a não ser a mim mesmo amém, 2ª edição, 7 letras, 2012<i> </i></div>
<div style="text-align: left;">
<i><br /></i></div>
<span style="font-size: large;"><br /></span>E.A.C.http://www.blogger.com/profile/05445460814329948851noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4818376045692558344.post-23249397427729613342014-09-01T22:09:00.000-03:002014-09-01T22:17:40.223-03:00Amor e sexo<span style="font-size: large;">Dias atrás, conversando com uma colega, disse a ela que fazer sexo já é bom, imagina então fazer amor. Ela disse "sim, eu sei porque para mim as duas coisas estão no mesmo ato". Então eu perguntei se ela, de fato, amou todos os caras com quem fez sexo, ou se ela só faz sexo na vida com quem ama. Espantada, ela respondeu negativamente e então seguimos nossa conversa.</span><br />
<span style="font-size: large;">*** </span><br />
<span style="font-size: large;">Para algumas pessoas, sexo não tem nada a ver com amor. Pode ser uma enorme e variável gama de coisas outras que não impliquem em amor. Pode ser uma atração física, uma necessidade instintiva da espécie, algo que tenha importância para a pessoa, entre tantas outras possibilidades. </span><br />
<span style="font-size: large;">O amor, por sua vez, é um estado afetivo da alma e é representado de forma única em cada pessoa. Ele também pode estar ligado a fatores diversos, de acordo com a estruturação da pessoa. Pode ser uma questão sensorial, ou ser algo ligado às abstrações, ou ser uma busca existencial da pessoa, pode, ainda, ser um comportamento que se encarregue de alguma função, enfim, o leque aqui é imensamente aberto.</span><br />
<span style="font-size: large;">*** </span><br />
<span style="font-size: large;">Como identificar esses elementos em nossas próprias vidas? Basta prestarmos atenção à nossa historicidade. Ao visitarmos nossas vivências, perceberemos indicativos não somente dessas, mas de muitas questões que podem ser relevantes para o exercício de nossa existência. </span><br />
<span style="font-size: large;">Essa identificação é feita por aproximação e nem sempre são tarefa fácil. Por isso, às vezes o auxílio de um profissional é imprescindível.</span><br />
E.A.C.http://www.blogger.com/profile/05445460814329948851noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4818376045692558344.post-71540015170073608822014-08-28T01:08:00.000-03:002014-09-01T21:34:39.807-03:00Tristeza na medida certa<span style="font-size: large;">Dias atrás fiz uma postagem chamada "Você sente o que sente?" na qual apontei para processos mecânicos que algumas pessoas executam, muitas vezes sem mesmo dar-se conta disso, ao ponto de não saberem o que se passa com elas próprias ou ao seu redor.</span><br />
<span style="font-size: large;">Hoje não fujo muito dessa temática. Poderia até mesmo repetir a pergunta. Traço considerações acerca de termos consciência daquilo que está em interseção conosco, ou seja, de termos certa propriedade de como nos percebemos e de como somos afetados por aquilo que encontra-se em nossas circunstâncias.</span><br />
<span style="font-size: large;">Claro que não se trata de darmos nomenclaturas com exatidão matemática àquilo que vivenciamos, mas por proximidade podemos vislumbrar nossos horizontes.</span><br />
<span style="font-size: large;">***</span><br />
<span style="font-size: large;">Várias vezes esbarramos com o dito que rir é o melhor remédio. Não desprezemos a importância do riso no cotidiano, mas também adotemos uma postura crítica quanto a isso. Se rir curasse tudo, bastaria que, frente aos problemas e infortúnios que surgem na vida, assistissemos um filme de comédia. Perdeu um ente querido, vai na farmácia e compra ataques de riso em pílulas ou em gotas. Rompeu uma relação, vai a um espetáculo de stand up comedy. Quer ficar imune aos conflitos existenciais, seja um bobo alegre. No entanto, sabemos que as coisas não acontecem assim magicamente.</span><br />
<span style="font-size: large;">Algumas vezes é necessário uma pausa, uma atenção da pessoa à aquilo que a está perturbando, causando incômodo, desconforto, dor. Isso pressupõe um processo e cada qual pode fazer isso respeitando seu jeito de ser no mundo, suas singularidades. Costumo me referir a isso com a expressão "lamber as feridas", ou seja, vivenciar isso para que a situação tenha um desfecho que possibilite seguir em frente, o mais em paz possível.</span><br />
<span style="font-size: large;">Por incrível que pareça, as pequenas doses de infelicidade podem ter muita experiência a nos legar. Que tenhamos serenidade para absorve-las.</span><br />
<span style="font-size: large;">***</span><br />
<span style="font-size: large;">"<i>Saudáveis são os que sentem tristeza. Apenas muito recentemente começamos a descobrir que negar a tristeza é negar uma função da natureza humana e que tal negação às vezes produz consequências diretas. A tristeza, como qualquer emoção verdadeira, é acompanhada por certas mudanças físicas e pela liberação de certa energia psíquica. Se essa energia não for liberada no processo normal de tristeza, torna-se destrutiva dentro da pessoa. Até uma doença física pode se desenvolver por causa de uma tristeza não resolvida. Qualquer fato, qualquer conscientização que contenha uma sensação de perda podem, e devem, ser sentidos. Isso não significa uma vida de incessante tristeza. Significa estarmos dispostos a admitir uma emoção honesta, m vez de sempre ter de rir da dor. Admitir a tristeza que acompanha qualquer perda não é apenas permissível - é uma opção saudável</i>".</span><br />
<span style="font-size: large;">Donald L. Anderson</span>E.A.C.http://www.blogger.com/profile/05445460814329948851noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4818376045692558344.post-73731689397751968132014-07-18T23:46:00.003-03:002014-07-20T23:14:02.626-03:00Dos meus causos com Carpinejar<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyBuUafxG4RE0Womun0Tey9_ppD3_zE7BARNDc2AhZkw5tHsGo-xgn-HxIgsP-z0ODxkm0-_YioQusVSvrHDzRQejdhvwVH1_HyUggQq3YVbtAee6PgeLE4adQq6rZeWhak_1V_rCDR6E/s1600/WP_002398.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyBuUafxG4RE0Womun0Tey9_ppD3_zE7BARNDc2AhZkw5tHsGo-xgn-HxIgsP-z0ODxkm0-_YioQusVSvrHDzRQejdhvwVH1_HyUggQq3YVbtAee6PgeLE4adQq6rZeWhak_1V_rCDR6E/s1600/WP_002398.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyBuUafxG4RE0Womun0Tey9_ppD3_zE7BARNDc2AhZkw5tHsGo-xgn-HxIgsP-z0ODxkm0-_YioQusVSvrHDzRQejdhvwVH1_HyUggQq3YVbtAee6PgeLE4adQq6rZeWhak_1V_rCDR6E/s1600/WP_002398.jpg" height="320" width="205" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEVcacR0J6z0Zphwdq4Vk6oYIwqeIydhugwEpvuIFwtf_jRKj8lYHJpXy7sIXuI5xIhlB4MQ6ItUTNFqClyufAZACfXItEtRn7J6AkRB99UtDqjiwW9Mb86GWNwHoUrZgW3xb3Jh_QrRI/s1600/WP_002397.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEVcacR0J6z0Zphwdq4Vk6oYIwqeIydhugwEpvuIFwtf_jRKj8lYHJpXy7sIXuI5xIhlB4MQ6ItUTNFqClyufAZACfXItEtRn7J6AkRB99UtDqjiwW9Mb86GWNwHoUrZgW3xb3Jh_QrRI/s1600/WP_002397.jpg" height="213" width="320" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
Quem tiver paciência de ler descobrirá do que se referem as imagens*</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;">Abril de 2013. Final de semana. Chapecó/SC. Na sexta, show da Bidê ou Balde. No sábado era para ter Paul Di´Anno, ex vocalista do Iron Maiden, mas o cara cheirou até o limão da tequila no hotel e não teve condições de se apresentar. Percebi que a esmola era demais quando os garçons da casa começaram a distribuir chopp de cortesia para o público que estava em fila e eufórico do lado de fora. Estava explicado o porque do mimo.</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;">No domingo acordei mais cedo que o habitual nos outros domingos e passei em Nonoai/RS, onde teria uma palestra do Fabrício Carpinejar. E teve. Evento fechado. Entrada apenas para quem estampava um crachá no peito. Perguntei para uma meia dúzia de organizadores se teria como assistir, nem que tivesse que ficar em pé, escorado na parede ou sentado no chão. Sem chance. Aliás, deselegância geral daqueles rostos marrentos. Porra! Carpinejar atravessando uma praça, tomando seu chimarrãozinho, sorridente, espontâneo e os tiozinhos da organização com cara de quem comeu e não gostou. Ah, dá licença!</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;">Dei uns passos na direção daquele ser nada discreto em sua maneira de se vestir, estendi a mão para ele, que prontamente apertou minha mão, antes passando para o braço esquerdo o casaco que segurava com a mão direita. Pedi para tirar uma foto com ele. Fui atendido na hora. </span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;">Depois do flash, o</span><span style="font-size: large;">lhei para o lado e vi que algumas pessoas prestavam atenção ao nosso encontro. Posei de entrevistador e perguntei </span><span style="font-size: large;">se dava para registrar em áudio nossa conversa. Tendo sua autorização, fiz de conta de usava o celular como captador de áudio.</span><span style="font-size: large;"> </span><span style="font-size: large;">C</span><span style="font-size: large;">omecei a perguntar de onde vem inspiração e disposição para tantos trabalhos, livros, artigos em jornais, revistas e blogs, mais o Consultório Sentimental, mais o programa A Máquina na TV Gazeta e tantas outras coisas que fazem parte do seu cotidiano agitado. Gentilmente ele conversou comigo como eu jamais havia imaginado.</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;">Ele percebeu que eu o conhecia ou que, no mínimo, acompanhava seus trabalhos de alguma forma. E eu, que até poucos minutos estava esbarrando na entrada do evento pela falta de credencial, agora estava adentrando a passos lentos para assistir a palestra do Fabrício bem acomodado numa cadeira estofada...</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;">***</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;">Novembro de 2013. A Escola José Antônio Ferronato, em parceira com a Secretaria da Educação de Três Palmeiras/RS, estava promovendo uma palestra do Carpinejar. Alguém precisava buscá-lo no aeroporto em Chapecó/SC e depois levá-lo até lá para que pegasse voo de volta para Porto Alegre. </span><span style="font-size: large;">O pessoal da escola e da prefeitura me fizeram um favor de confiar a mim essa tarefa.</span><span style="font-size: large;"> </span><span style="font-size: large;">O voo chegou em Chapecó às 8h, a palestra em Três Palmeiras estava marcada para às 9h e às 11h20min era o horário do voo de volta para a capital gaúcha. A </span><span style="font-size: large;">"missão quase suicida" conforme descreveu Carpinejar logo ao me cumprimentar, era de tirar o fôlego. E realmente foi. </span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;">Tive a oportunidade de conversar com Fabrício sobre vários assuntos. Incrível como pareceu que nos conhecíamos há tempos. Rimos juntos, fizemos desabafos terapêuticos um com o outro, ouvimos um bom rock´n´roll, apreciamos a natureza. Cheguei apresentando-o aos organizadores da palestra, providenciei um cafezinho para ele. Assessoria completa. </span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;">Na volta ele autografou meu livro, com dedicatória, e ainda usou-o como tela para uma frase que, logo após fotografar, postou no Facebook e no Instagran. </span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;">Que experiência ímpar para mim! Ele talvez tenha esquecido nos dias seguintes, mas eu vou levar na bagagem por um bom tempo.</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;">***</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;"><i>*As fotos do início do post são da dedicatória, "Para Everton, meu chofer de luxo do Rio Uruguai. Beijo. Carpinejar" e da frase que ele postou em suas redes sociais.</i></span></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<!-- Blogger automated replacement: "https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyBuUafxG4RE0Womun0Tey9_ppD3_zE7BARNDc2AhZkw5tHsGo-xgn-HxIgsP-z0ODxkm0-_YioQusVSvrHDzRQejdhvwVH1_HyUggQq3YVbtAee6PgeLE4adQq6rZeWhak_1V_rCDR6E/s1600/WP_002398.jpg" with "https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyBuUafxG4RE0Womun0Tey9_ppD3_zE7BARNDc2AhZkw5tHsGo-xgn-HxIgsP-z0ODxkm0-_YioQusVSvrHDzRQejdhvwVH1_HyUggQq3YVbtAee6PgeLE4adQq6rZeWhak_1V_rCDR6E/s1600/WP_002398.jpg" --><!-- Blogger automated replacement: "https://images-blogger-opensocial.googleusercontent.com/gadgets/proxy?url=http%3A%2F%2F3.bp.blogspot.com%2F-VQO_cX3aeEM%2FU8nIvAvvj9I%2FAAAAAAAAAcQ%2FQp7zjGXO6xc%2Fs1600%2FWP_002398.jpg&container=blogger&gadget=a&rewriteMime=image%2F*" with "https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyBuUafxG4RE0Womun0Tey9_ppD3_zE7BARNDc2AhZkw5tHsGo-xgn-HxIgsP-z0ODxkm0-_YioQusVSvrHDzRQejdhvwVH1_HyUggQq3YVbtAee6PgeLE4adQq6rZeWhak_1V_rCDR6E/s1600/WP_002398.jpg" -->E.A.C.http://www.blogger.com/profile/05445460814329948851noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4818376045692558344.post-81442275672416888832014-07-16T23:15:00.001-03:002014-07-16T23:15:49.685-03:00indiferença é a morte?<div align="center" class="MsoNormal" style="background: black; line-height: 14.7pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="color: #cccccc; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Dá o play aí e vai curtindo o som
enquanto lê. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="background: black; line-height: 14.7pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="color: #cccccc; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Garanto que são poucas pessoas que
conhecem essa pérola.<o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/yI5kdep0WNM?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="background: black; line-height: 14.7pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="color: #cccccc; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: black; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
</div>
<div style="line-height: 14.7pt; text-align: left;">
<span style="color: #cccccc; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 115%;">Algumas pessoas tem uma capacidade de desapego
que eu chego invejá-las. Há pouco tuitei que estamos numa geração miojo, ou
seja, quase tudo é instantâneo, rápido. Num dia o rapaz conhece uma moça, no
outro dia eles se amam incondicional e eternamente e, de repente, no terceiro
dia aquilo tudo some como se nada tivesse acontecido. É algo semelhante ao que
Zigmunt Bauman diz em suas obras, introduzindo o conceito de modernidade
líquida, na qual quase tudo se dilui rapidamente, se dissolve, desaparece, não
se solidifica. </span></div>
<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; color: #cccccc; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 115%;"><span style="text-align: start;">De certa forma é um embrutecimento. Um "oba-oba" do
velho jargão de "a fila anda". Nada contra quem experiencia a vida
dessa forma, mas, para um animal sentimental como eu, isso acaba causando
alguns desconfortos.</span></span><span style="color: #cccccc; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;"><br style="text-align: start;" />
</span><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; color: #cccccc; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 115%;"><span style="text-align: start;">Vejo nisso certa influência de jargões prontos incitam um
certo individualismo, até mesmo um egoísmo demasiado que faz com que pessoas ao
redor, próximas se tornem descartáveis, quando não invisíveis. </span></span><span style="color: #cccccc; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;"><br style="text-align: start;" />
</span><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; color: #cccccc; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 115%;"><span style="text-align: start;">Na minha representação de mundo, a indiferença não combina
com relacionamentos interpessoais, sejam eles da natureza que forem. São duas
coisas que se anulam. Os dois não podem sentar para um café nem por decreto de
lei. Eu funciono dessa forma e prefiro esses desconfortos a me embrutecer, a
perder a sensibilidade. Sei dos preços - nem sempre tranquilos - que pago por
ser dessa forma. Aliás, se alguém passar a me sentir indiferente, é um sinal de
que estou me afastando, me tornando morno. E mornidão não combina comigo. Até
nas Escrituras tem uma passagem sobre isso. Em Apocalipse 3, 16 está que Deus
vomitará os mornos, literalmente "porque és morno, nem frio nem quente,
vomitar-te-ei da minha boca".<br />
I</span><span style="text-align: start;">sso é assim para mim, não quer dizer que outras pessoas
tenham que concordar, pensar e se comportar assim.</span><span style="text-align: start;"> Nada disso. Estou apenas traçando algumas considerações
a partir da minha percepção, daquilo que vejo como característica de uma época.
Provavelmente isso será passageiro, como muitas coisas da história da
humanidade que ficaram para trás, deixando ou não saudades.</span></span><br style="text-align: start;" /><div style="text-align: left;">
<span style="color: #cccccc; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 24px; line-height: 27.600000381469727px;"><br /></span></div>
<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; color: #cccccc; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 115%;">
<span style="text-align: start;">Quem viver, será que verá?</span></span>E.A.C.http://www.blogger.com/profile/05445460814329948851noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4818376045692558344.post-875515183352705912014-07-08T22:18:00.000-03:002014-07-08T22:18:21.660-03:00Fomos atropelados. Alguém anotou a placa? <span style="font-size: large;">O assunto é futebol. Deixemos as ponderações sobre política e outros assuntos para outra hora. A Copa do Mundo que abordo aqui é a de futebol.<br />Como todos sabem, o país que sedia a Copa tem cadeira cativa, participação garantida na edição do evento em seu próprio país. Um ponto a menos para o Brasil. Já saímos perdendo. As outras seleções competiam nas Eliminatórias para ter a oportunidade de jogar a Copa do Mundo no Brasil e as comissões técnicas arquitetavam um time ideal, faziam ajustes em algumas peças e viam na prática o resultado disso no campo de jogo. Afinal, quem não quer disputar uma Copa? Enquanto isso a CBF agendava para nossa seleção amistosos com seleções de nível muito inferior. Mesmo com adversários teoricamente mais fracos, penamos para vencer alguns desses amistosos. </span><br />
<span style="font-size: large;">Mas o maior evento de futebol do mundo é na nossa casa. Estádios lotados, torcida jogando junto, sintonia fina entre campo de jogo e arquibancadas. Certamente os adversários sentiriam a pressão. E isso, de certa forma, foi o nosso ponto positivo. Marcamos a favor. Mas já estávamos perdendo pelo que está no parágrafo acima. Então, não nos empolguemos. Tudo igual.</span><br />
<span style="font-size: large;">Antes do apito inicial, clima de festa. Estrangeiros de todos os lados fazendo uma linda confraternização com o povo brasileiro. A Copa é na nossa casa. Euforia.</span><br />
<span style="font-size: large;">Bola rolando nos estádios e arenas de todo o país. Placares se dilatando, média de gols aumentando, cartões amarelos, cartões vermelhos, vitórias, empates, derrotas, gols, gols, gols, à flor da pele. Primeira fase, Brasil, sem apresentar um futebol convincente, avança para o mata-mata. A maré parece estar a nosso favor.</span><br />
<span style="font-size: large;">Já no quem perde fica pelo caminho, sofremos contra os vizinhos sul americanos Chile e Colômbia. E se anunciou um dos grandes duelos das semi-finais: Alemanha x Brasil. Nossa! Passou o filme de 2002, Ronaldo marcando dois gols nos alemães em plana final. Título. Faixa no peito. Grito de é campeão. O penta é nosso. Mas agora nada de Rivaldo, de Ronaldo, de Ronaldinho Gaúcho, de Kaká, de Cafu, de Roberto Carlos, só para citar os que me vieram à cabeça. Agora é nossa defesa quem tem que marcar gols. Porque é dose depender de Fred, de Hulk, de Jô. Maaas, tínhamos Neymar Jr. Só que perdemos o menino prodígio para um golpe de luta do colombiano que o tirou da Copa. E agora? Quanto está o placar mesmo? Será que temos chance contra os alemães?</span><br />
<span style="font-size: large;">(Parênteses - falar depois do jogo findado é fácil. Agora que o placar final está encerrado em 7 a 1 para a Seleção da Alemanha muito torcedor passional vem bancar de Mãe Dinah, esquecendo-se que há algumas horas atrás estava falando que a saída do Neymar ia fortalecer o grupo e não sei o que e bla bla bla. Ás vezes o coração distorce aquilo que pensamos ser a realidade)</span><br />
<span style="font-size: large;">A Alemanha deu uma aula de futebol. Futebol envolve estratégia, técnica, força, velocidade, doação e, às vezes, simplicidade. Pois foi o que os alemães demonstraram em campo. E nos mostraram que objetividade também é uma característica deles. Enquanto isso, nossa seleção mostrou total vulnerabilidade. Bolas lançadas da defesa direto ao ataque, um meio campo sem produção ofensiva, uma defesa titubeante e muitas vezes mal posicionada. Deu no que deu. </span><br />
<span style="font-size: large;">Claro que nem o mais otimista dos alemães e nem o mais pessimista dos brasileiros pensaram em uma lavada assim. 2 ou 3 de diferença alguns fanáticos de ambos os lados até que ponderavam. Mas foi demais. A Alemanha veio em voltagem de 220, ouvindo Heavy Metal, dando murro em ponto de facas. O Brasil estava quase desligado, ouvindo jazz, acreditando que o jeitinho seria capaz de resolver mais essa. Mas dessa vez não deu. E está registrado na história o vexame que passamos dentro das quatro linhas. Muitos até fazem questão de não querer lembrar mais desse 08 de julho de 2014, mas já está nos anais do mundo da bola. </span><br />
<span style="font-size: large;">Fomos atropelados. Alguém anotou a placa?</span> E.A.C.http://www.blogger.com/profile/05445460814329948851noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4818376045692558344.post-11255091116210756972014-06-30T15:54:00.000-03:002014-06-30T15:54:02.927-03:00Você sente o que sente?<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Fiz essa pergunta, dias atrás, para uma pessoa com a
qual eu conversava. Ela ficou pensativa, fez umas caretas, resmungou e admitiu
que nunca havia pensado nisso.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">De fato, devido à correria da vida contemporânea e aos
muitos compromissos que preenchem os dias das pessoas e consomem muito tempo e
muita energia, muitas delas acabam fazendo suas tarefas quase que
mecanicamente, acionam o piloto automático sem sequer perceber elementos outros
que saiam da rotina preestabelecida. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Ocorre aí um processo semelhante ao que Aldous Huxley
descreve no Admirável Mundo Novo, ou seja, as pessoas tronam-se, de certa
forma, homens e mulheres máquinas, robôs. Acabam por realizar apenas aquilo a
que foram condicionadas a fazer e não sentem, não querem, não aspiram nada além
daquilo que está posto, como se não houvesse possibilidade de outra realidade
para além da que se vivencia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Agora estendo a pergunta a você que está me
lendo. Você sente o que sente? Quando alguma coisa lhe deixa triste,
cabisbaixo, você vivencia essa tristeza ou, apesar de estar se contorcendo de
dor por dentro, fica com um sorriso estampado no rosto? Ou ainda: você consegue identificar quando está bem subjetivamente? Mais: você sabe de onde vem ou o que está causando isso que está sentindo? Será que você não está
com o piloto automático acionado e nem está percebendo?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Entendo que algumas pessoas podem, por suas
características singulares, não demonstrar fisicamente aquilo que lhe vai nas
emoções, ou seus dilemas, os problemas, as atribulações da existência e,
também, as alegrias, as glórias, os gozos que têm pelo caminho. Se comportar
assim por características existenciais é uma coisa bem diferente do que adotar
essa atitude, essa postura baseando-se em fórmulas prontas de pensamentos
mágicos que são vendidos diariamente nas bancas de revistas, nos livros de
autoajuda, nos programas de TV. E o que tenho percebido é que esta última está
se tornando uma tônica. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Então me dirijo, novamente, a você: você sente o que
sente?<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"> Talvez isso não tenha importância para muitas
pessoas. Talvez estar no piloto automático seja a coisa mais producente para
elas devido à constituição das circunstâncias e contextos que estão inseridas.
Mas, para algumas outras, a robitização, o piloto automático, o embrutecimento
não tem nada a ver com elas e então isso merece receber a atenção necessária
para que não traga sintomas contraproducentes à sua forma de ser no mundo.</span></div>
E.A.C.http://www.blogger.com/profile/05445460814329948851noreply@blogger.com2