Originalidade?

Minha história se fez e se refaz com resquícios de tudo que encontra minhas circunstâncias. O que se apresenta para minha representação pode (ou não), em maior ou menor relevância e intensidade, ser incorporado à forma com que entendo o mundo.
As tintas com as quais pinto as telas da minha existência são variadas. Algumas cores já foram utilizadas por muitos outros artistas e integram minhas obras por serem ainda vivas, intensas; outras matizes, por sua vez, são inéditas, mesclas de algumas cores que ninguém antes havia ousado em compor.
Se alguém sentir-se lesado por algum escrito, favor me comunicar por e-mail que tentaremos resolver isso.
Divirta-se ou se entristeça.
Boa viagem!

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Sobre o carnaval

Bem... Cada qual com sua estrutura, seu modo de ser, seu jeito, seus gostos, etc. e tal.
Não tenho a mínima pretensão de ofender alguém ou algum estilo de vida. Quero apenas que minha meia-dúzia de leitores reflitam e cheguem às conclusões que lhes forem pertinentes. 
E segue a vida.



"Ontem foi quarta-feira feira de fogo e eu não vejo a hora de chegar a quarta-feira de cinzas. Não, não é que eu seja inimiga do carnaval – até já brinquei muito em clubes, nos blocos, nas prévias, fui até Olinda em plena terça-feira de carnaval. Portanto, vou falar com conhecimento de causa e revelar algumas verdades que eu encontrei por trás da fantasia do carnaval.
A primeira delas: “O carnaval é uma festa genuinamente brasileira”. Não, não é. O carnaval tal como nós o conhecemos surgiu na Europa, durante a era vitoriana, e se espalhou pelo mundo afora, adaptando-se a outras culturas.
Segunda falsa verdade: “É uma festa popular”. Balela. O carnaval virou negócio, e dos ricos. Que o digam os camarotes vip, as festas privadas e os abadas caríssimos chamadas passaportes da alegria. E quem não tem dinheiro para comprar aquela roupinha colorida não tem também o direito de ser feliz? Não tem não!
E aqui na Paraíba, onde se comemoram as prévias, não é muito diferente, não. A maioria dos blocos vive às custas do poder público e nenhuma atração sobe no trio elétrico para divertir o povo só por ser o carnaval uma festa democrática. Milhões de reais são pagos a artistas da terra (e fora dela) para garantir o circo a uma população miserável, que não tem sequer o pão na mesa.
Muitas coisas hoje me revoltam no carnaval. Uma delas é ouvir a boa música ser calada à força por hits do momento como o “melô da mulher maravilha” e similares que eu não ouso nem citar. Eu fico indignada quando vejo a quantidade de ambulâncias disponibilizadas num desfile de carnaval para atender aos bêbados de plantão e valentões que se metem em brigas e quebra-quebra. Onde estão essas mesmas ambulâncias quando uma mãe precisa socorrer um filho doente, quando um trabalhador está enfartando, quando um idoso do interior precisa se deslocar de cidade para se submeter a um exame? Eu me revolto em ver que os policiais estão em peso nas festas para garantir a ordem durante o carnaval e no dia-a-dia falta segurança para o cidadão de bem exercitar o simples direito de ir e vir.
Mas o carnaval é uma festa maravilhosa. Dizem até que faz girar a economia, que os pequenos comerciantes conseguem vender suas latinhas, seu churrasquinho. Olha, se esses pais de família dependessem do carnaval para vender e para viver passariam o resto do ano à míngua. Carnaval só dá lucro para dono de cervejaria, para proprietário de trio elétrico e para uns poucos artistas baianos. No mais, é só prejuízo.
Alguém já parou para calcular o quanto o Estado gasta para socorrer vítimas de acidentes causados por foliões embriagados? Quantos milhões são pagos em indenizações por morte ou invalidez decorrente desses acidentes? Quanto o poder público desembolsa com procedimentos de curetagem, que muitas jovens se submetem, depois de uma carnaval sem proteção que gerou uma gravidez indesejada? E isso sem falar na quantidade de DST´s que são transmitidas na festa em que tudo é permitido.
Eu até acho que o carnaval já foi bom, mas isso foi nos tempos de outrora".
Rachel Sheherazade. 

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