Originalidade?

Minha história se fez e se refaz com resquícios de tudo que encontra minhas circunstâncias. O que se apresenta para minha representação pode (ou não), em maior ou menor relevância e intensidade, ser incorporado à forma com que entendo o mundo.
As tintas com as quais pinto as telas da minha existência são variadas. Algumas cores já foram utilizadas por muitos outros artistas e integram minhas obras por serem ainda vivas, intensas; outras matizes, por sua vez, são inéditas, mesclas de algumas cores que ninguém antes havia ousado em compor.
Se alguém sentir-se lesado por algum escrito, favor me comunicar por e-mail que tentaremos resolver isso.
Divirta-se ou se entristeça.
Boa viagem!

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Eu entendo...

A seguir um artigo que escrevi e encontrei em meus arquivos.

Cada pessoa possui uma representação do mundo em que vive e uma forma única de vivenciar o que se lhe apresenta. Isso já observava o filósofo alemão Schopenhauer (1778-1860). Em decorrência disso resulta que cada pessoa possui uma forma de ser no mundo, sendo que tal é infinitamente única, singular, inigualável. É este um dos princípios que estruturam a Filosofia Clínica. Nesta abordagem terapêutica, sintetizada pelo filósofo gaúcho Lúcio Packter, a pessoa é vista de acordo com a estruturação que ela possui e a terapia se estabelece a partir daí. Portanto, desaparecem os rótulos, os estereótipos, os pré-julgamentos, as patologias. Ao invés disso, o que será levado em conta é a forma como a pessoa representa as coisas em seu mundo existencial. Desta forma trabalha-se do indivíduo à terapia, não de teorias prontas ao indivíduo.
Lições como estas, quando levadas à cabo no dia-a-dia, auxiliam no entendimento de várias situações com as quais nos deparamos. Se tivermos em mente que cada pessoa possui uma forma única de ser e que esta forma encontra motivos em alguns fatores que condigam à representação de mundo dela, provavelmente passaremos da atitude do julgamento para uma outra mais humilde e mais humanitária, a saber, da compreensão.
Vou dar um exemplo do que pode acontecer em clínica e algumas implicações. Um homem procura o terapeuta dizendo que quer melhorar sua auto-estima, que quer gostar mais de si mesmo para poder gostar dos outros (um dos milhares de jargões filosóficos atuais). Bem, o costumeiro é trabalhar para restituir a auto-estima da pessoa, afinal é isso que a trouxe à terapia. Pois veja só o que pode acontecer se isso for feito aleatoriamente, sem considerar a estrutura da pessoa e desprezando sua historicidade e os contextos aos quais esta queixa está submetida: ela passa a gostar mais de si mesma, só que seu casamento, a relação com os filhos e com os colegas de trabalho viram um caos, pois agora o tal homem do exemplo pensa ser o centro das atenções. Ele deixou de trocar carícias com a esposa; ele não tem mais tempo para brincar com as crianças; ele não conversa mais com o pessoal da empresa; isso e muito mais porque está muito ocupado com sua auto-estima.
Viram o que ocorreu? Aparentemente conseguimos auxiliar a pessoa que veio ao consultório. Aparentemente, pois o que resultou disso é mais prejudicial ao tal homem do que ele continuar sendo uma pessoa sem auto-estima. Aliás, o que tem de mais em ser alguém que não tem a mínima auto-estima? Em Filosofia Clínica isso não é certo, não é errado, não é feio, não é bonito, não é antiético, não é patologia. É, acima de tudo, a forma da pessoa ser no mundo.
Por questões semelhantes, na clínica filosófica a queixa inicial do partilhante não é, necessariamente, o que será trabalhado com ele, pois esta queixa pode ser apenas algo sintomático, vindo de alguma outra monta e sem ser determinante em sua malha intelectiva. Além disso, precisamos saber um mínimo da história da pessoa para sabermos, por aproximação, a forma que ela se comporta no mundo, sua forma de ser. Fazemos isso para não incorrer em equívocos e para saber o que e como trabalhar com a pessoa de forma producente para ela.
Ter conosco estas considerações gerais pode ser muito útil para vermos algumas coisas por uma ótica diferente, na qual o entendimento e a compreensão do mundo do outro e das circunstâncias envolvidas em determinada situação surge como mais relevante que o juízo antecipado, que o preconceito, que a discriminação, que as tipologias.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Imparcialidade ou imparidade?

Consultando meu dicionário observo o seguinte:
Imparcialidade = neutralidade; justiça.
Imparidade = desigualdade.
São duas palavras bem próximas no dicionário, na mesma página, porém, com significados opostos.
Bem, na noite que passou assisti um jogo na tv. O time para o qual eu torcia perdeu por 2x1. Até aí, tudo bem, pois num jogo de futebol são somente três as possibilidades: ou o time pelo qual estou torcendo ganha, ou empata, ou perde. A compreensão disso auxilia a gostar de futebol sem aquela doença por um time. Claro que tenho minhas inclinações pelo Colorado, Internacional, também conhecido como Campeão de Tudo, mas quando ele perde, como na noite que passou, não fico chutando tudo o que vejo pela frente e xingando quem se atrever a falar comigo (confesso que já fui assim, mas agora seguro só para mim, fico na minha, mesmo não gostando nada de perder e ficando um pouco irritado).
Mas tem uma coisa que me deixa mais puto da vida do que ver o time que torço ser derrotado: a forma que os narradores e comentaristas do centro do país se dirigem aos times gaúchos e do Sul do Brasil em geral. Quem nunca ouviu na hora do gol do Inter ou do Grêmio um narrador soltar um grito de gol bem mixuruca, desanimado? Mas quando o adversário balança as redes das equipes do Sul eles abrem e peito e soltam a voz num goooooooooool que chega a dar eco no retorno da tv. E os critérios para comentar as faltas, então? Um jogador da equipe do Sul esbarra no adversário e lá vem o comentarista dizendo que houve agrassão, que a falta foi desleal, que houve uso excessivo de força, que é para cartão amarelo, ou vermelho e bla, bla, bla. Aí quando o adversário dá um carrinho sem bola em alguém aqui da parte de baixo do mapa brasileiro, chegando com os dois pés levantados e propositadamente, o comentarista alega que houve simulação e tal e coisa e coisa e tal. Além disso tem impedimentos inventados quando os times do Sul atacam, ou então impedimentos não vistos quando tais equipes se defendem, e por aí vai. E o pior é que não é só uma emissora que faz isso, tem vários canais que é sempre a mesma coisa.
Ora, cadê a imparcialidade que tanto se diz que os profissionais devem ter? Sei, da mesma forma que tenho inclinação pelo Inter, os caras da tv podem ter por algum time, ou por times de determinada região. Mas escancarar isso em rede nacional é dose de aguentar.
Mídia bairrista que vá para o quinto dos infernos!
E mais, imparcialidade o caralho! O que se vê é o justo-oposto: imparidade, desigualdade, puxação de saco...

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Sim, as contradições fazem parte da dialética da vida.

Aham, eu percebi o equívoco.
Digamos que foi proposital.
Mas se foi proposital deixa de ser equívoco, não?
Um blog com nome 'Eu Na Madruga' ter sua primeira postagem durante uma tarde ensolarada é dose, né!?
Deixa pra lá! Pense o que quiser.
Criei este blog para externalizar algumas coisas que trago comigo e compartilhar algumas idéias com quem passar por aqui fazer uma visita.
Nele haverá um pouco de tudo (e, também, de nada), dependendo da minha disponibilidade e estado de espírito no momento em que sentar minha bunda para ouvir o 'tlec-tlec' das teclas e descarregar algo sobre o computador. Afinal, ele aceita tudo, não é?
Bem, boas vindas para mim! Boas vindas aos visitantes também.
Aproveitem ao máximo a passagem pelo 'Na madruga'. Se é que se aproveita algo do que deixo escrito aqui.
Abraço.