Originalidade?

Minha história se fez e se refaz com resquícios de tudo que encontra minhas circunstâncias. O que se apresenta para minha representação pode (ou não), em maior ou menor relevância e intensidade, ser incorporado à forma com que entendo o mundo.
As tintas com as quais pinto as telas da minha existência são variadas. Algumas cores já foram utilizadas por muitos outros artistas e integram minhas obras por serem ainda vivas, intensas; outras matizes, por sua vez, são inéditas, mesclas de algumas cores que ninguém antes havia ousado em compor.
Se alguém sentir-se lesado por algum escrito, favor me comunicar por e-mail que tentaremos resolver isso.
Divirta-se ou se entristeça.
Boa viagem!

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Você sente o que sente?

Fiz essa pergunta, dias atrás, para uma pessoa com a qual eu conversava. Ela ficou pensativa, fez umas caretas, resmungou e admitiu que nunca havia pensado nisso.
De fato, devido à correria da vida contemporânea e aos muitos compromissos que preenchem os dias das pessoas e consomem muito tempo e muita energia, muitas delas acabam fazendo suas tarefas quase que mecanicamente, acionam o piloto automático sem sequer perceber elementos outros que saiam da rotina preestabelecida.
Ocorre aí um processo semelhante ao que Aldous Huxley descreve no Admirável Mundo Novo, ou seja, as pessoas tronam-se, de certa forma, homens e mulheres máquinas, robôs. Acabam por realizar apenas aquilo a que foram condicionadas a fazer e não sentem, não querem, não aspiram nada além daquilo que está posto, como se não houvesse possibilidade de outra realidade para além da que se vivencia.
Agora estendo a pergunta a você que está me lendo. Você sente o que sente? Quando alguma coisa lhe deixa triste, cabisbaixo, você vivencia essa tristeza ou, apesar de estar se contorcendo de dor por dentro, fica com um sorriso estampado no rosto? Ou ainda: você consegue identificar quando está bem subjetivamente? Mais: você sabe de onde vem ou o que está causando isso que está sentindo? Será que você não está com o piloto automático acionado e nem está percebendo?
Entendo que algumas pessoas podem, por suas características singulares, não demonstrar fisicamente aquilo que lhe vai nas emoções, ou seus dilemas, os problemas, as atribulações da existência e, também, as alegrias, as glórias, os gozos que têm pelo caminho. Se comportar assim por características existenciais é uma coisa bem diferente do que adotar essa atitude, essa postura baseando-se em fórmulas prontas de pensamentos mágicos que são vendidos diariamente nas bancas de revistas, nos livros de autoajuda, nos programas de TV. E o que tenho percebido é que esta última está se tornando uma tônica.
Então me dirijo, novamente, a você: você sente o que sente?
      Talvez isso não tenha importância para muitas pessoas. Talvez estar no piloto automático seja a coisa mais producente para elas devido à constituição das circunstâncias e contextos que estão inseridas. Mas, para algumas outras, a robitização, o piloto automático, o embrutecimento não tem nada a ver com elas e então isso merece receber a atenção necessária para que não traga sintomas contraproducentes à sua forma de ser no mundo.

domingo, 22 de junho de 2014

"de nada adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma"

Muitas pessoas tem sonhos, almejam conquistas que lhe soam como realizações de várias montas.  
Esses anseios tem origem em diversos fatores e variam de acordo com cada indivíduo. Alguns querem realizar algo que seus pais não conseguiram e que agora o incentivam com todo afinco; outros se guiam pelo que está em voga na sociedade em que estão inseridos; outros dão ênfase ao que o coração lhes dita; há ainda quem anseia por desenvolvimento epistemológico; enfim, são infindáveis as possibilidades. 
Não se trata de ser bom ou ruim, bonito ou feio, certo ou errado, tampouco que uma forma de ser é melhor que a outra. São apenas indicativos de características, referências que mostram como a pessoa está estruturada. 
Às vezes essas buscas encontram acolhida na forma de ser da pessoa e são passíveis de realização. Noutras vezes, porém, tais caminhos a serem trilhados pela pessoa não tem nada a ver com a sua estruturação e continuar a insistir nisso pode ser um desperdício de tempo, de energia, podendo até mesmo trazer incômodos tremendos para a existência.
Em Mateus, 16-26, encontramos o seguinte: "de nada adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma". Claro que alguns não estão nem aí para o fato de perderem a alma, já que o que querem é ganhar o mundo, ou fama, ou riqueza, etc.
O que estamos buscando tem a ver conosco? Temos sustentação para nos manter aonde queremos chegar? São algumas reflexões que podem ter alguma relevância quando se ponderam esses elementos.

sábado, 21 de junho de 2014

Pensou em escrever para a garota.
Mas escrever o que? Declarações de um amor romântico, que existe só existe no cinema e em alguns corações espalhados aos ventos, as quais ela acharia antiquadas, bregas? Ou algo sobre sexo, transa, meteção, fodeção, prazer ou ouras coisas que ela talvez achasse grosseria?
Estava ciente daquela velha história: se tenta aproximar, acaba afastando; se tanta dar um espaço, está sendo indiferente. Tinha ciência, também, de que uma interseção traria algumas respostas, mas havia alguns impeditivos que a estavam tornando confusa. Sabia estar num labirinto, num beco sem saídas, numa sinuca de bico, entre a cruz e a espada. Mas, ainda assim, estava disposto a tentar levar adiante aquilo que fazia o coração pulsar mais forte. 
Que porra de educação recebera que não lhe ensinaram nada sobre essas merdas de relacionamentos? E os murros que levou na cara e na boca do estômago com relações que só ele não via que dariam em nada? E tantas outras inquietações. E tantos outros pontos de interrogação. E tantas divagações. E tantas ideias complexas. E tantos sofrimentos, até que se prove o contrário, desnecessários. Tudo isso e mais um amontoado de lixo que só traziam sintomas ruins. 
Percebeu que estava indo longe demais com suas paranoias delirantes e que isso não estava fazendo bem nem a ele mesmo, nem à garota e nem à breve, mas intensa e linda caminhada, que estavam compartilhando juntos. 
Arrumou seu ninho, colocou um jazz para tocar e tentou desacelerar seu pensamentos e acalmar seu coração. Afinal, não poderia estar colocando novamente sua paz em algo fora dele mesmo. Mas estava. E precisava urgente achar uma solução para esse dilema, um equilíbrio para essa situação. Antes que fosse tarde demais...

quarta-feira, 4 de junho de 2014

das minhas elucubrações

Meus pés estão gelados. Meus dedos, dormentes.
O silêncio externo é extremo. Tanto que chego ouvir o barulho das gotículas de água do condicionador de ar.
Outro tipo de silêncio grita e faz eco no meu interior. É a inquietação que por ora me acalma. 
Meus pensamentos estão limitados. Ordenei-os a serem meus amigos. Até que estão se comportando, mas sei que preciso segurá-los a rédeas curtas para que não enveredem por becos sem saída.  
A insônia já foi mais frequente e sinônimo de lamúrias. Ultimamente tem me visitado pouco. E tem sido momentos de gozo, de regozijo.
Sinto meu coração aquecido e em paz...

Não sei por quanto tempo compartilharemos caminhos juntos. Mas já sou grato pelo encontro e pelos passos que demos. 

Esse teu sorriso secreto está me fazendo bem. 
E, por esse e outros motivos, tenho confirmado: eu sou um homem de sorte.