Originalidade?

Minha história se fez e se refaz com resquícios de tudo que encontra minhas circunstâncias. O que se apresenta para minha representação pode (ou não), em maior ou menor relevância e intensidade, ser incorporado à forma com que entendo o mundo.
As tintas com as quais pinto as telas da minha existência são variadas. Algumas cores já foram utilizadas por muitos outros artistas e integram minhas obras por serem ainda vivas, intensas; outras matizes, por sua vez, são inéditas, mesclas de algumas cores que ninguém antes havia ousado em compor.
Se alguém sentir-se lesado por algum escrito, favor me comunicar por e-mail que tentaremos resolver isso.
Divirta-se ou se entristeça.
Boa viagem!

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Tristeza na medida certa

Dias atrás fiz uma postagem chamada "Você sente o que sente?" na qual apontei para processos mecânicos que algumas pessoas executam, muitas vezes sem mesmo dar-se conta disso, ao ponto de não saberem o que se passa com elas próprias ou ao seu redor.
Hoje não fujo muito dessa temática. Poderia até mesmo repetir a pergunta. Traço considerações acerca de termos consciência daquilo que está em interseção conosco, ou seja, de termos certa propriedade de como nos percebemos e de como somos afetados por aquilo que encontra-se em nossas circunstâncias.
Claro que não se trata de darmos nomenclaturas com exatidão matemática àquilo que vivenciamos, mas por proximidade podemos vislumbrar nossos horizontes.
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Várias vezes esbarramos com o dito que rir é o melhor remédio. Não desprezemos a importância do riso no cotidiano, mas também adotemos uma postura crítica quanto a isso. Se rir curasse tudo, bastaria que, frente aos problemas e infortúnios que surgem na vida, assistissemos um filme de comédia. Perdeu um ente querido, vai na farmácia e compra ataques de riso em pílulas ou em gotas. Rompeu uma relação, vai a um espetáculo de stand up comedy. Quer ficar imune aos conflitos existenciais, seja um bobo alegre. No entanto, sabemos que as coisas não acontecem assim magicamente.
Algumas vezes é necessário uma pausa, uma atenção da pessoa à aquilo que a está perturbando, causando incômodo, desconforto, dor. Isso pressupõe um processo e cada qual pode fazer isso respeitando seu jeito de ser no mundo, suas singularidades. Costumo me referir a isso com a expressão "lamber as feridas", ou seja, vivenciar isso para que a situação tenha um desfecho que possibilite seguir em frente, o mais em paz possível.
Por incrível que pareça, as pequenas doses de infelicidade podem ter muita experiência a nos legar. Que tenhamos serenidade para absorve-las.
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"Saudáveis são os que sentem tristeza. Apenas muito recentemente começamos a descobrir que negar a tristeza é negar uma função da natureza humana e que tal negação às vezes produz consequências diretas. A tristeza, como qualquer emoção verdadeira, é acompanhada por certas mudanças físicas e pela liberação de certa energia psíquica. Se essa energia não for liberada no processo normal de tristeza, torna-se destrutiva dentro da pessoa. Até uma doença física pode se desenvolver por causa de uma tristeza não resolvida. Qualquer fato, qualquer conscientização que contenha uma sensação de perda podem, e devem, ser sentidos. Isso não significa uma vida de incessante tristeza. Significa estarmos dispostos a admitir uma emoção honesta, m vez de sempre ter de rir da dor. Admitir a tristeza que acompanha qualquer perda não é apenas permissível - é uma opção saudável".
Donald L. Anderson