Numa reunião com minha chefia, eu estava anotando alguns compromissos profissionais que tenho prazo para cumprir. Depois de anotar, me dei por conta que restam algumas últimas páginas da agenda desse ano que está findando. Comecei a voltar as páginas. Algumas em branco, outras rabiscadas com canetas de cores diferentes, alguns "ok" em coisas que foram feitas, alguns palavrões ou anotações bizarras de quando o momento não era muito bom, balanços da grana que ganhei e da grana que torrei, extratos bancários presos com clips, bilhetes grampeados, enfim, aquela bagunça organizada que só eu sei como entender.
Folheando os dias, retrocedendo os meses fiz uma espécie de retrospectiva de 2013. Objetivamente estava tudo ali. Ou quase tudo. Mas aí é que pensei "tá bom, do mundo lá fora está muito bem compilado o ano de 2013. Mas e o meu mundo aqui dentro, como foi?".
Não é fácil fazer uma anamnese, uma análise de si mesmo, mas às vezes é necessário. Aproveitei a ocasião e dei uma desintegrada do que estava ao meu redor e me empenhei nessa tarefa.
Olhei para trás e percebi onde minhas escolhas me trouxeram. Interessante como algumas coisas que na hora da decisão pareceram idiotice agora soam como producentes ao meu estilo de vida, à minha estruturação. E o inverso também. Muitas coisas que pareciam ser a melhor saída agora eu vejo que não foram escolhas tão maduras ou que poderiam ter sido diferentes.
As coisas poderiam ter sido diferentes. Sim, poderiam. Para isso as minhas escolhas tinham que ter sido diferentes. E tais escolhas diferentes provavelmente alterariam a forma das coisa estarem agora. Não é matemática, é existência. Só podemos usar a aproximação como critério, não a exatidão. Nessa de passar a limpo o ano, posso me orgulhar dos meus acertos e dos meus deslizes. Considerando meu eu agora, posso ver meu amadurecimento em alguns aspectos com relação ao eu que foi e está sendo lapidado.
Sim, eu mudei. Em algumas coisas mudei radicalmente. E isso está longe de ser contradição. É sinal de que atualizei algumas coisas que precisavam ser atualizadas na minha forma de pensar, de agir, de ser.
Aliás, que dádiva ter me dado o direito de efetivar algumas mudanças sem medo de quebrar a cara logo ali na frente. Que bom ter deixado para trás algumas coisas que não me faziam bem e já não agregavam nada à minha existência. Que bom ter sido esse bicho-homem com possibilidades mil e ter escolhido e ter feito caminhos tão confortáveis para o meu coração e para a minha alma.
Claro que 2013 não foi conto de fadas, sempre com final feliz e "viveram felizes para sempre". Passei alguns perrengues, levei algumas quedas fortes, apanhei feio em e de algumas circunstâncias. Mas isso vem no pacote da vida. Alguns percalços são inevitáveis na trajetória mundana. Menos mau que consegui trabalhar comigo mesmo, ler e interpretar os sinais que a vida me deu, encaixar as peças dos quebra-cabeças, lamber minhas feridas e voltar a ver o brilho do sol e da lua, sentir o vento no corpo, os cheiros e aromas das flores e aquilo tudo que renova as energias.
Importante ressaltar aquele ombro amigo, aquele abraço apertado, aquelas palavras de conforto e de incentivo de muitas pessoas que tenho contato. Muitos anjos disfarçados de pessoas me ajudam diariamente a pelear e a dar o melhor de mim em tudo o que faço. Minha gratidão a essas almas nobres, sempre.
Pesando os prós e os contras, o que foi bom e o que poderia ter sido melhor, o que eu queria e o que de fato se concretizou 2013 foi um ano "do caralho!". Essa expressão é para sinalizar intensidade. Foi bacana. Eu fiz ser bacana, me esforcei para fazer isso acontecer.
Para o próximo ano minha prece é que não nos falte saúde, força e sensibilidade para vivermos intensamente aquilo que nossa existência carece para ser agradável. E isso é singular para cada indivíduo. Não quero apenas que 2014 traga coisas boas, porque o universo não cumpre promessas: ele não promete nada. Quero preencher o ano com coisas boas. Quero deixar minha marca em tudo aquilo a que me propuser a fazer. Quero praticar a minha religião do amor, que á única revolução verdadeira. E quero ser uma pessoa melhor. "Não melhor do que ninguém, mas o melhor que eu puder ser", como diria Chorão.
E aproveitando as palavras do saudoso e eterno marginal alado, "a vida é uma boca a ser beijada, mas a vida só gosta de quem gosta de viver. A vida não quer ser desperdiçada. Aproveite o seu tempo, está tudo aí pra você".
Abraços de urso e beijos de beija-flor.
Um pouco de tudo... e também de nada. Aqui expresso minhas representações acerca do que penso, sinto, faço, vivo...
Originalidade?
Minha história se fez e se refaz com resquícios de tudo que encontra minhas circunstâncias. O que se apresenta para minha representação pode (ou não), em maior ou menor relevância e intensidade, ser incorporado à forma com que entendo o mundo.
As tintas com as quais pinto as telas da minha existência são variadas. Algumas cores já foram utilizadas por muitos outros artistas e integram minhas obras por serem ainda vivas, intensas; outras matizes, por sua vez, são inéditas, mesclas de algumas cores que ninguém antes havia ousado em compor.
Se alguém sentir-se lesado por algum escrito, favor me comunicar por e-mail que tentaremos resolver isso.
Divirta-se ou se entristeça.
Boa viagem!
As tintas com as quais pinto as telas da minha existência são variadas. Algumas cores já foram utilizadas por muitos outros artistas e integram minhas obras por serem ainda vivas, intensas; outras matizes, por sua vez, são inéditas, mesclas de algumas cores que ninguém antes havia ousado em compor.
Se alguém sentir-se lesado por algum escrito, favor me comunicar por e-mail que tentaremos resolver isso.
Divirta-se ou se entristeça.
Boa viagem!
segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
fazer o possível ou fazer o melhor?
Estava vendo uma palestra do filósofo Mário Sérgio Cortella e num determinado momento ele fala sobre a questão de se fazer o possível e de se fazer o melhor.
Várias vezes, quando precisamos de alguma coisa, ouvimos alguém sentenciando "estou fazendo o possível" ou "farei o possível". Se aplica também ao plural disso. Diz Cortella que muitas vezes esse "fazer o possível" é indicativo de mediocridade. É como que se não tivesse empenho nisso que está sendo feito. Ou feito de forma morna, tipo "por mim tanto faz".
Para o filósofo, por outro lado, o que potencializa o crescimento existencial é se fazer o melhor dentro das condições que se tem, até que se tenha condições melhores de fazer ainda melhor.
Várias vezes, quando precisamos de alguma coisa, ouvimos alguém sentenciando "estou fazendo o possível" ou "farei o possível". Se aplica também ao plural disso. Diz Cortella que muitas vezes esse "fazer o possível" é indicativo de mediocridade. É como que se não tivesse empenho nisso que está sendo feito. Ou feito de forma morna, tipo "por mim tanto faz".
Para o filósofo, por outro lado, o que potencializa o crescimento existencial é se fazer o melhor dentro das condições que se tem, até que se tenha condições melhores de fazer ainda melhor.
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Outra coisa que merece destaque nas falas de Cortella é o fato dele seguidamente frisar que pessoas grandes sabem de sua pequenez e por isso tendem ao crescimento, enquanto que pessoas pequenas que se sentem grandes tendem a rebaixar os outros de alguma maneira.
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É possível fazer uma conexão disso que foi mencionado com o trecho da música Camisa 10 Joga Bola até na Chuva, do Charlie Brown Jr.
"Sem desandar, sem humilhar ninguém.
É assim que eu quero ser, sim, um cara melhor. Não melhor do que ninguém, mas o melhor que eu posso ser.
O tempo passa e tudo muda. E você tem que aprender que existem vários caminhos.
Escolha um pra você"
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Qual caminho você escolheu, fazer o possível ou fazer o seu melhor?
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