Originalidade?

Minha história se fez e se refaz com resquícios de tudo que encontra minhas circunstâncias. O que se apresenta para minha representação pode (ou não), em maior ou menor relevância e intensidade, ser incorporado à forma com que entendo o mundo.
As tintas com as quais pinto as telas da minha existência são variadas. Algumas cores já foram utilizadas por muitos outros artistas e integram minhas obras por serem ainda vivas, intensas; outras matizes, por sua vez, são inéditas, mesclas de algumas cores que ninguém antes havia ousado em compor.
Se alguém sentir-se lesado por algum escrito, favor me comunicar por e-mail que tentaremos resolver isso.
Divirta-se ou se entristeça.
Boa viagem!

sábado, 10 de março de 2012

As respostas prontas

Li no Jornal Diário Catarinense de hoje que Lucio Mauro Filho está viajando pelo país com seu monólogo "Clichê". O espetáculo é, de certa forma, uma crítica ao excesso de frases feitas e conta com mais de 600 expressões clichês que se expandem e se reproduzem diariamente.
Em uma rápida entrevista dada ao jornal, o ator declara algo que merece ser ponderado: "Com o advento da internet as pessoas estão cada vez mais rasas". Isto é, de fato, verificável na maioria das conversações do mundo cibernético, principalmente em redes sociais, onde as frases feitas são repetidas com extrema frequência.
O perigo de utilizar os jargões é que eles podem estar deslocados do significado original, além de desprezarem uma série de fatores.  

Vamos a um exemplo: No "Pequeno Príncipe", do escritor Antoine de Saint-Exupéry, uma frase ultrapassou gerações e vem sendo reproduzida aos quatro ventos. Trata-se de algo que uma raposa ensinou a uma criança, ambas personagens do livro, sobre o amor: "Só se vê bem com o coração; o essencial é invisível aos olhos". Pois bem, para o enredo do livro esta é uma verdade que tem um contexto. Ela revela ainda os traços de como pensava Saint-Exupéry, o autor da obra. Mas isso não implica que esta seja uma verdade universalmente válida quando se trata do amor ou de qualquer outro tema. 
Pode acontecer que, mesmo se tratando de amor, alguém tenha uma representação de mundo na qual o que tem mais valor é justamente o contrário, ou seja, aquilo que olhos veem. Isso já seria suficiente para derrubar a lição de que "o essencial é invisível aos olhos".

Ainda outros jargões são utilizados como se valessem para todas as pessoas e em todas as situações.
"Errar é humano, perdoar é divino". Algumas pessoas perdoam porque tem uma ligação amorosa, ou por amizade, ou por caridade e por tantos outros motivos. Mas isso não quer dizer que elas sejam divindades ou seres de outra galáxia.
"Para amar o outro é preciso amar a si mesmo". Não precisamos nos esforçar para perceber que algumas pessoas não estão nem aí para si mesmas e amam profundamente outras.
"É dando que se recebe". Então há sempre este processo de troca, de escambo no qual se da algo pensando em ser retribuido?
Esses e outros infindáveis exemplos podem contribuir para que pensemos que cada pessoa tem uma representação única de mundo e que não necessariamente ela vai pensar e agir como pensa e age a maioria. Algumas até vão nesse ritmo, mas não todas...

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