Quem tiver paciência de ler descobrirá do que se referem as imagens*
Abril de 2013. Final de semana. Chapecó/SC. Na sexta, show da Bidê ou Balde. No sábado era para ter Paul Di´Anno, ex vocalista do Iron Maiden, mas o cara cheirou até o limão da tequila no hotel e não teve condições de se apresentar. Percebi que a esmola era demais quando os garçons da casa começaram a distribuir chopp de cortesia para o público que estava em fila e eufórico do lado de fora. Estava explicado o porque do mimo.
No domingo acordei mais cedo que o habitual nos outros domingos e passei em Nonoai/RS, onde teria uma palestra do Fabrício Carpinejar. E teve. Evento fechado. Entrada apenas para quem estampava um crachá no peito. Perguntei para uma meia dúzia de organizadores se teria como assistir, nem que tivesse que ficar em pé, escorado na parede ou sentado no chão. Sem chance. Aliás, deselegância geral daqueles rostos marrentos. Porra! Carpinejar atravessando uma praça, tomando seu chimarrãozinho, sorridente, espontâneo e os tiozinhos da organização com cara de quem comeu e não gostou. Ah, dá licença!
Dei uns passos na direção daquele ser nada discreto em sua maneira de se vestir, estendi a mão para ele, que prontamente apertou minha mão, antes passando para o braço esquerdo o casaco que segurava com a mão direita. Pedi para tirar uma foto com ele. Fui atendido na hora.
Depois do flash, olhei para o lado e vi que algumas pessoas prestavam atenção ao nosso encontro. Posei de entrevistador e perguntei se dava para registrar em áudio nossa conversa. Tendo sua autorização, fiz de conta de usava o celular como captador de áudio. Comecei a perguntar de onde vem inspiração e disposição para tantos trabalhos, livros, artigos em jornais, revistas e blogs, mais o Consultório Sentimental, mais o programa A Máquina na TV Gazeta e tantas outras coisas que fazem parte do seu cotidiano agitado. Gentilmente ele conversou comigo como eu jamais havia imaginado.
Ele percebeu que eu o conhecia ou que, no mínimo, acompanhava seus trabalhos de alguma forma. E eu, que até poucos minutos estava esbarrando na entrada do evento pela falta de credencial, agora estava adentrando a passos lentos para assistir a palestra do Fabrício bem acomodado numa cadeira estofada...
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Novembro de 2013. A Escola José Antônio Ferronato, em parceira com a Secretaria da Educação de Três Palmeiras/RS, estava promovendo uma palestra do Carpinejar. Alguém precisava buscá-lo no aeroporto em Chapecó/SC e depois levá-lo até lá para que pegasse voo de volta para Porto Alegre. O pessoal da escola e da prefeitura me fizeram um favor de confiar a mim essa tarefa. O voo chegou em Chapecó às 8h, a palestra em Três Palmeiras estava marcada para às 9h e às 11h20min era o horário do voo de volta para a capital gaúcha. A "missão quase suicida" conforme descreveu Carpinejar logo ao me cumprimentar, era de tirar o fôlego. E realmente foi.
Tive a oportunidade de conversar com Fabrício sobre vários assuntos. Incrível como pareceu que nos conhecíamos há tempos. Rimos juntos, fizemos desabafos terapêuticos um com o outro, ouvimos um bom rock´n´roll, apreciamos a natureza. Cheguei apresentando-o aos organizadores da palestra, providenciei um cafezinho para ele. Assessoria completa.
Na volta ele autografou meu livro, com dedicatória, e ainda usou-o como tela para uma frase que, logo após fotografar, postou no Facebook e no Instagran.
Que experiência ímpar para mim! Ele talvez tenha esquecido nos dias seguintes, mas eu vou levar na bagagem por um bom tempo.
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*As fotos do início do post são da dedicatória, "Para Everton, meu chofer de luxo do Rio Uruguai. Beijo. Carpinejar" e da frase que ele postou em suas redes sociais.
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