Originalidade?

Minha história se fez e se refaz com resquícios de tudo que encontra minhas circunstâncias. O que se apresenta para minha representação pode (ou não), em maior ou menor relevância e intensidade, ser incorporado à forma com que entendo o mundo.
As tintas com as quais pinto as telas da minha existência são variadas. Algumas cores já foram utilizadas por muitos outros artistas e integram minhas obras por serem ainda vivas, intensas; outras matizes, por sua vez, são inéditas, mesclas de algumas cores que ninguém antes havia ousado em compor.
Se alguém sentir-se lesado por algum escrito, favor me comunicar por e-mail que tentaremos resolver isso.
Divirta-se ou se entristeça.
Boa viagem!

quarta-feira, 16 de julho de 2014

indiferença é a morte?

Dá o play aí e vai curtindo o som enquanto lê. 

Garanto que são poucas pessoas que conhecem essa pérola.

Algumas pessoas tem uma capacidade de desapego que eu chego invejá-las. Há pouco tuitei que estamos numa geração miojo, ou seja, quase tudo é instantâneo, rápido. Num dia o rapaz conhece uma moça, no outro dia eles se amam incondicional e eternamente e, de repente, no terceiro dia aquilo tudo some como se nada tivesse acontecido. É algo semelhante ao que Zigmunt Bauman diz em suas obras, introduzindo o conceito de modernidade líquida, na qual quase tudo se dilui rapidamente, se dissolve, desaparece, não se solidifica. 
De certa forma é um embrutecimento. Um "oba-oba" do velho jargão de "a fila anda". Nada contra quem experiencia a vida dessa forma, mas, para um animal sentimental como eu, isso acaba causando alguns desconfortos.
Vejo nisso certa influência de jargões prontos incitam um certo individualismo, até mesmo um egoísmo demasiado que faz com que pessoas ao redor, próximas se tornem descartáveis, quando não invisíveis. 
Na minha representação de mundo, a indiferença não combina com relacionamentos interpessoais, sejam eles da natureza que forem. São duas coisas que se anulam. Os dois não podem sentar para um café nem por decreto de lei. Eu funciono dessa forma e prefiro esses desconfortos a me embrutecer, a perder a sensibilidade. Sei dos preços - nem sempre tranquilos - que pago por ser dessa forma. Aliás, se alguém passar a me sentir indiferente, é um sinal de que estou me afastando, me tornando morno. E mornidão não combina comigo. Até nas Escrituras tem uma passagem sobre isso. Em Apocalipse 3, 16 está que Deus vomitará os mornos, literalmente "porque és morno, nem frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca".
I
sso é assim para mim, não quer dizer que outras pessoas tenham que concordar, pensar e se comportar assim. Nada disso. Estou apenas traçando algumas considerações a partir da minha percepção, daquilo que vejo como característica de uma época. Provavelmente isso será passageiro, como muitas coisas da história da humanidade que ficaram para trás, deixando ou não saudades.


Quem viver, será que verá?

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