Originalidade?

Minha história se fez e se refaz com resquícios de tudo que encontra minhas circunstâncias. O que se apresenta para minha representação pode (ou não), em maior ou menor relevância e intensidade, ser incorporado à forma com que entendo o mundo.
As tintas com as quais pinto as telas da minha existência são variadas. Algumas cores já foram utilizadas por muitos outros artistas e integram minhas obras por serem ainda vivas, intensas; outras matizes, por sua vez, são inéditas, mesclas de algumas cores que ninguém antes havia ousado em compor.
Se alguém sentir-se lesado por algum escrito, favor me comunicar por e-mail que tentaremos resolver isso.
Divirta-se ou se entristeça.
Boa viagem!

terça-feira, 22 de junho de 2010

Sincericídio

Tem pessoas que se autoprejudicam por serem sinceras. A verdade para elas deve ser posta acima de todas as coisas, como algo do tipo doa a quem doer.
Isso não implica em algo bom ou ruim, positivo ou negativo, certo ou errado. É apenas uma característica de tais pessoas.

No meu caso, várias vezes produzi provas contra eu mesmo. Isso mesmo!
Se a pessoa é pega dirigindo embriagada, cagada de bêbada ao volante ela pode se negar a fazer o teste do bafômetro sob alegação amparada na Constituição de que ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo.
Sincericídio.
Por vezes sinto que se eu omitisse ou distorcesse acontecimentos, fatos, ocasiões, circunstâncias usando de artimanhas que só os experts possuem, estaria evitando muitas dores de cabeça.
O fato é que reluto em me tornar um expert, porque a sociedade dos homens utiliza a denominação mentiroso para os que se encaixam nesta categoria.
Mentirinha aqui, enganação ali e amanhã não se sabe mais a pessoa que se é. Talvez a maior das mentiras e das enganações seja a que acomete o prório eu, o íntimo, o enganar-se a si próprio, o perder-se em si mesmo.


Reflexões morais e éticas podem ser ponderadas a partir disso.
Kant, um filósofo alemão, nos apresenta um imperativo categórico para ser considerado nas ações a serem praticadas. Em outras palavras, seu imperativo categórico postula o seguinte: aja de acordo com a máxima segundo a qual todas as pessoas agiriam diante das mesmas circunstâncias. O dito popular não faça aos outros o que não quer que seja feito com você é, digamos, uma forma simplificada do imperativo.
Por não desejar ser enganado, não tento ludibriar os outros.
Às vezes não há relação nenhuma nisso, pois uma pessoa pode ser sincera e verdadeira pela vida toda e ainda assim (e por isso mesmo) ser feita um fantoche, manipulada e enganada por quem a rodeia.

Quem consegue se por no meu lugar, logo percebe que prefiro uma ferida pela verdade a um regozijo pela falcatrua. Não é que eu seja masoquista; a questão é que vejo perspectivas de crescimento no primeiro, enquanto incapacidades para tanto no segundo caso.

Força. 

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