Originalidade?

Minha história se fez e se refaz com resquícios de tudo que encontra minhas circunstâncias. O que se apresenta para minha representação pode (ou não), em maior ou menor relevância e intensidade, ser incorporado à forma com que entendo o mundo.
As tintas com as quais pinto as telas da minha existência são variadas. Algumas cores já foram utilizadas por muitos outros artistas e integram minhas obras por serem ainda vivas, intensas; outras matizes, por sua vez, são inéditas, mesclas de algumas cores que ninguém antes havia ousado em compor.
Se alguém sentir-se lesado por algum escrito, favor me comunicar por e-mail que tentaremos resolver isso.
Divirta-se ou se entristeça.
Boa viagem!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Sala de aula III

Já expus algumas de minhas opiniões em Sala de aula I e em Sala de aula II. Prossigo, então, com algumas considerações sobre a educação.

Miguel Arroyo publicou um livro chamado Ofício de Mestre: imagens e auto-imagens (Petrópolis, RJ: Vozes, 2000), no qual aborda temas relevantes sobre o contexto educacional brasileiro. Ele faz uma retomada histórica dos caminhos que o processo de ensino-aprendizagem percorreram até estarem como hoje estão estabelecidos. Quando Arroyo fala em educar, ele se refere a educar para a vida, ou seja, uma educação que transcende as quatro paredes da sala de aula e os conteúdos a serem desenvolvidos no decorrer do ano letivo. É uma espécie de humanização, um rompimento com algumas noções tradicionais sobre o que se entende por educação.
O papel do professor, por esta lógica ou por esta ótica, seria, então, além de ensinar, educar. Porém, ao que me parece, muitos docentes estão se restringindo cada vez mais a ensinar. Claro que em muitas situações percebemos alguns professores incorporarem o papel existencial de mestres, conduzindo, além do ensino, a educação dos seus alunos, visto que a família de certa forma terceiriza esta tarefa para a escola. 
Para o autor, a escola deve ser um espaço para desenvolver as potencialidades dos alunos enquanto seres humanos, não um ambiente limitador que reproduza as opressões que a sociedade impõe aos mesmos. Em suas palavras, "A escola e nossa prática docente não tem que reproduzir necessariamente a sociedade injusta e discriminatória que aí está." (p. 64). Dar visibilidade aos alunos e tentar compreender sua forma de ser é uma tarefa indispensável neste processo. Não menos importante é romper com a visão que encara os alunos meramente como números. Há a necessidade de resgatar a humanidade e tratar as pessoas como pessoas, não como coisas.
Nesta perspectiva, a escola deve ser ambiente de diálogo, onde todos possam expressar seus anseios, suas dificuldades, mostrarem-se em suas singularidades. "No silêncio os alunos poderão aprender saberes fechados, competências úteis, mas não aprenderão a serem humanos. Não aprenderão o domínio das múltiplas linguagens e o talento para o diálogo, a capacidade de aprender os significados da cultura." (p. 165).
Vale ressaltar que o autor não crê em magia que vá fazer isso se tornar possível imediatamente. São os pequenos gestos e afazeres diários que irão mudar o cenário, tanto para os educadores quanto para os educandos. E ele deixa um recado: se o aluno não se motivar e não se interessar em saber, não há mestre que o faça aprender.
Fica a dica para a leitura da obra, que aborda muitos outros temas além desse recorte que fiz.

Abraço. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário