Originalidade?

Minha história se fez e se refaz com resquícios de tudo que encontra minhas circunstâncias. O que se apresenta para minha representação pode (ou não), em maior ou menor relevância e intensidade, ser incorporado à forma com que entendo o mundo.
As tintas com as quais pinto as telas da minha existência são variadas. Algumas cores já foram utilizadas por muitos outros artistas e integram minhas obras por serem ainda vivas, intensas; outras matizes, por sua vez, são inéditas, mesclas de algumas cores que ninguém antes havia ousado em compor.
Se alguém sentir-se lesado por algum escrito, favor me comunicar por e-mail que tentaremos resolver isso.
Divirta-se ou se entristeça.
Boa viagem!

quarta-feira, 20 de março de 2013

crônicas de amor & sexo

Fabrício Carpinejar é uma pessoa um tanto exótica. Sua sua "guíngua pgesa", suas vestes, seus anéis, suas unhas pintadas, seu cortes de cabelo sempre com uma palavra na nuca e, claro, seu enorme potencial de jogar com as palavras o fizeram conhecido pelo país todo. Professor universitário, poeta e jornalista são os rótulos sociais e de formação. Mas muitos outros adjetivos cabem para descrever esse ser irreverente.

Em Ai meu Deus, Ai meu Jesus - Crônicas de Amor e Sexo Carpinejar esbanja conhecimento de causa (e de causos). Muito do livro é ironia, sarcasmo, espontaneidade. O que não dá para negar é que suas histórias pessoais, suas vivências deram origem a grande parte das crônicas. Cotidiano, intrigas, atrações, falhas, aprendizados. 
Quem dera a mistura amor e sexo pudesse estar presente na vida das pessoas!

Compartilho recortes de algumas crônicas.

A carne é forte
"Todos os meus pecados eram um único: bater punheta. Mudava apenas o horário.
Não, não dizia bater punheta. Eu bati punheta somente quando adulto.
Eu dizia: 'eu me toquei, padre'. [...]
Torturado por não ir ao céu, confidenciava por quem me tocava. Acho que não precisava, mas pecado bom é com detalhe.
O padre conheceu minhas fantasias eróticas melhor do que qualquer mulher."

Maldição
"O homem peca por estar exposto. [...] Tenta-se recordar da avó, da tia, da morte, da mendiga mais descabelada, despistar as imagens, mas nada o demove da inflação. O equivalente seria se, excitados, os seios crescessem a ponto de furar o sutiã ou inchar a blusa.
É comum o homem despir na sua imaginação a mulher com quem conversa. [...]
Não se respeita um homem de pau duro. É - de cara - um tarado. [...]
O pau é incontrolável, não tem como suborná-lo ou fazer um acordo - goza de vida própria. [...] Não respeita a mulher de seu melhor amigo ou filha de sua melhor amiga. Endurece e pronto, teimoso que só vendo. O jeito é dobrar as pernas, andar como um pato, botar a pasta na frente e rezar, rezar muito para que ninguém note a diferença."

Falso brilhante
"Temos uma noção de que amor mesmo, de verdade, é exibicionista. [...]
O amor espalhafatoso recebe a fama, mas o amor contido é o mais profundo. [...]
O amor mais contundente é o que não precisa ser visto para existir. E continuará sendo feito apesar de não ser reparado. [...]
Buscá-la no trabalho é o equivalente a oferecer um par de brilhantes. Esperá-la com a comida pronta é o equivalente a acolhê-la com um buquê de rosas vermelhas.
São demonstrações sutis, que não dá pra contar para os outros, mas que contam muito na hora de acordar para enfrentar a vida."

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