No Brasil, o trânsito mata. Por dia, várias vidas são ceifadas e famílias ficam órfãs nessa guerra de metal. E o que espanta é que a imprudência continua sendo a causa mortis.
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Final de segunda-feira, último dia do feriadão de Páscoa e Tiradentes, aproveitei o fim de tarde para fazer atividade física. Percorri o trajeto que normalmente faço pela RS 324 e percebi um movimento bem acima do normal. Fileiras enormes de automóveis que pareciam querer abreviar não somente o tempo de viagem, mas o caminho, imaginando alcançar uma velocidade e, sei lá, adentrar em um portal e desembarcar em minutos na própria residência.
Depois de ter acabado minha atividade, sentei num lugar alto, perto do trevo de acesso à minha cidade, para ver o pôr do sol - ofuscado pela formação de nuvens cinzas que tomaram conta do céu. Acabei prestando atenção ao movimento intenso na RS e, em decorrência disso, dezenas de cenas de pura imprudência. O local a que me refiro é no perímetro urbano, velocidade máxima permitida de 60-80km/h, com faixa dupla nos dois sentidos, mas esses fatores foram desprezados por vários motoristas. Vi várias cenas de filme, ultrapassagens de alto risco, desastrosas, freadas bruscas, buzinaços, mão pra fora com o dedo do meio esticado, três carros passando lado a lado na pista, enfim... Claro que a grande maioria dos motoristas estava trafegando com tranquilidade, mas até mesmo estes os imprudentes puseram em risco. Na ânsia de chegar mais cedo, muitas vidas foram interrompidas e muitos leitos de hospitais estão acomodando motoristas e passageiros.
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É muito cômodo culpabilizar apenas o Estado pelas más condições de grande parte de nossas estradas. Mas não tem como negligenciar o fato de que a maioria dos acidentes, fatais ou não, têm a imprudência do motorista como fator determinante. Aliás, procurar culpar algo ou alguém é uma forma de encontrar desculpas, de se eximir de responsabilidades, quando, na verdade, temos que voltar nossa educação justamente para isso: responsabilidade. E educação, aqui, não tem a ver com titulação acadêmica, tampouco com status de classe social.
Se não mudarmos nossa forma de pensar e não alterarmos nosso comportamento no trânsito continuaremos a ver as notícias dessas carnificinas a cada final de semana e feriado estampadas nos meios de comunicação, infelizmente.
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A vida não tem preço e nem hora marcada para terminar. É bom tomarmos ciência de que nossas atitudes podem alterar o rumo de nossa existência.
Seguimos.
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