Originalidade?

Minha história se fez e se refaz com resquícios de tudo que encontra minhas circunstâncias. O que se apresenta para minha representação pode (ou não), em maior ou menor relevância e intensidade, ser incorporado à forma com que entendo o mundo.
As tintas com as quais pinto as telas da minha existência são variadas. Algumas cores já foram utilizadas por muitos outros artistas e integram minhas obras por serem ainda vivas, intensas; outras matizes, por sua vez, são inéditas, mesclas de algumas cores que ninguém antes havia ousado em compor.
Se alguém sentir-se lesado por algum escrito, favor me comunicar por e-mail que tentaremos resolver isso.
Divirta-se ou se entristeça.
Boa viagem!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Celebrando o presente, preparando o futuro

   O filósofo Mário Sérgio Cortella é reconhecido internacionalmente em virtude de sua consistente trajetória acadêmica, suas publicações, palestras e participações em programas de rádio e televisão. Os noventa minutos de apresentação dessa personalidade, proporcionados pelo Sicredi Região da Produção na confraternização do último sábado, dia 06, deram uma mostra do potencial desse mestre na arte de ensinar. 
     Logo no início de sua fala, Cortella deu uma bela definição de cooperação. Como não sabemos tudo, juntamos o pouco que sabemos com o pouco que outras pessoas sabem e o resultado disso é o crescimento de todos que estão nesse processo. Se cada um ficasse somente com o já sabido, ficaríamos estagnados. Como já disse o poeta inglês John Donne “nenhum homem é uma ilha”. Portanto, esse movimento de compartilhar o que se sabe é essencial e se encaixa perfeitamente como definição de cooperação.
     Passeando por diversos contextos e situações, o filósofo refletiu com a plateia sobre a importância de comemorar o presente e planejar o futuro, título do trabalho daquela manhã. Para tanto, elencou quatro conceitos indispensáveis para o sucesso nessa empreitada, que cito a seguir.
    A humildade, da origem etimológica “humus”, terra fértil, onde tocam os pés, nada tem a ver com subserviência. É a postura de nos reconhecermos como pequenos para, então, vislumbrarmos a possibilidade de engrandecimento; é sabermos que não sabemos tudo e buscarmos saber cada vez mais.
    A coragem, que não é sinônimo da ausência de medo, também é importante. Termos coragem significa enfrentarmos o sentimento do medo, planejarmos seguir adiante na caminhada mesmo com as dificuldades e situações que nos colocam diante do inesperado. Nesse sentido, muitas de nossas conquistas são frutos de nossa coragem, não meramente destino. Basta olharmos para nossa história para identificarmos contextos em que, como diz o dito romano, “a sorte segue a coragem”. Se não tivéssemos tido coragem, talvez não estivéssemos na situação em que nos encontramos atualmente.
    A ambição é outro conceito que devemos ter em mente. Ambição é querer mais e melhor, bem diferente da ganância, que é querer tudo para si. Ao sermos ambiciosos estamos considerando não apenas nosso ego. Ambicionando, disponibilizamos nossas conquistas para toda a sociedade e não agimos meramente guiados pelos nossos desejos individuais.
    A paciência é outro elemento que devemos exercitar. Paciência é nossa capacidade de admitirmos a maturação de alguns processos em nossa vida, ou seja, darmos tempo para que as coisas fluam, para que possam vir a ser aquilo que planejamos ou o mais próximo disso. É importante que não se confunda paciência com lerdeza.
  Amarrando esses quarto conceitos, Cortella elucidou a importância de comemorarmos, sim, o presente. Não menos importante é refletirmos e observarmos que este só é possível devido ao trabalho de muitas pessoas em épocas que ficaram para trás. E, completando essa tríade, planejarmos o futuro com bases sólidas é indispensável para que tenhamos, no futuro, condições de vermos desabrochar as flores das sementes que agora plantamos.
    Tantos outros exemplos de enorme relevância e profundidade foram trazidos por Cortella, tanto na área da educação, quanto na área da economia. Mas acredito que as maiores lições que ele nos deixou são de demanda existencial. São lições que nos puseram em contato com o nosso íntimo, nos fazendo pensar sobre como estamos agindo no cotidiano, como estamos nos comportando em relação a nós mesmos, aos que nos cercam, ao universo como um todo. À partir disso, podemos prever, por aproximação, que herança estamos deixando para as futuras gerações.
    Desfrutemos com alegria do presente que agora temos acesso e edifiquemos um futuro cheio de grandes realizações e conquistas. E que façamos isso de forma coletiva, cooperativa, crescendo juntos. Afinal, parafraseando o encerrou da fala do Cortella, incompletos que somos, precisamos da asa de outras pessoas para podermos alçar voo.
Alegria pela oportunidade ímpar.

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