Originalidade?

Minha história se fez e se refaz com resquícios de tudo que encontra minhas circunstâncias. O que se apresenta para minha representação pode (ou não), em maior ou menor relevância e intensidade, ser incorporado à forma com que entendo o mundo.
As tintas com as quais pinto as telas da minha existência são variadas. Algumas cores já foram utilizadas por muitos outros artistas e integram minhas obras por serem ainda vivas, intensas; outras matizes, por sua vez, são inéditas, mesclas de algumas cores que ninguém antes havia ousado em compor.
Se alguém sentir-se lesado por algum escrito, favor me comunicar por e-mail que tentaremos resolver isso.
Divirta-se ou se entristeça.
Boa viagem!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Pa e Ma-ternidade - Responsabilidades

Reproduzo a seguir um texto da galera da Perestroika. O título é Filho não é Barbie
Considero um puta texto. Tipo, dá pra pensar muita coisa a partir da leitura dele.
Como o pessoal da agência diria, do caralho!
Para visitar a página da Perestroika, vá para www.perestroika.com.br/
Bom proveito.
E torçam para o pessoal de lá não me processar por reproduzir na íntegra. heheheh

"Fico um pouco impressionado com a quantidade de amigos, mas principalmente de amigas, que tenho que não param de falar em ter filhos. Na verdade, não é o fato de ter filhos que me impressiona. Isso é meio da natureza. Não adianta: uma hora os hormônios começam a borbulhar e não há quem segure.
Para ser bem sincero, o que me incomoda é que muitas amigas falam desses assunto com uma naturalidade assustadora. Parece que estão comprando um eletrodoméstico, parece que estão tirando uma Coca-cola de uma Coke Machine. Muitas vezes, parece que estão comprando uma Barbie. Para brincar. Para deleite próprio. Para “vestir que nem a mamãe”.
Eu não sei. Não tenho filhos e, talvez, esteja cagando regra com o cu dos outros. Não sou daqueles caras apaixonado por crianças e, por isso, tenho uma análise um pouco mais racional da coisa. Mas quero, e quero muito ter filhos num futuro próximo.
Sempre que penso nisso, penso no tamanho da responsabilidade que é educar, proteger, zelar, instruir um bebê.
Que agora, pequeninho, parece que vai ser doce e inofensivo para sempre. Mas quando for grande, ele vai pegar o carro depois de uma festa e dirigir bêbado. Ou não: vai achar por bem pegar um táxi.
Vai sentir uma dor de cabeça forte e correr direto para o hospital. Ou não: vai tomar um Tylenol e deixar passar.
Vai experimentar todo e qualquer tipo de droga para expandir os sentidos até o limite da overdose. Ou não: vai achar que isso é perigoso e que já é feliz sem barato.
Vai entrar para uma seita neo-nazista. Ou não: vai lutar pelos direitos das minorias.
Vai transar sem camisinha em orgias indescritíveis. Ou não: vai entrar para a Igreja Universal, casar virgem e virar o melhor jogador de futebol do mundo.
Vai fugir de casa. Ou vai estar com 40 anos em casa, sendo sustentado por você.
Vai ser hétero, homo ou pansexual.
Vai votar na Dilma, no Serra ou no Eymael.
Pode ser que ele nasça lindo, com cabelo liso, loiro, olhos azuis e vire ator de novela. Ou pode ser que nasça com uma doença degenarativa e incurável, que transforme a árdua tarefa de educar um filho em algo ainda mais complicado.
Pode ser que, com 31 anos na cara, o seu filho esteja num blog, dando a sua opinião, influenciando pessoas. Dizendo besteiras ou pensamentos interessantes.
Resumindo: seu filho pode ser um cara do caralho. Ou pode ser um merda. E, por mais que você ache que tem controle sobre isso, a verdade é que você não tem. Em parte, sim, você tem. Mas nunca na totalidade.
Por mais que ele tenha total influência da sua carga genética, seja carne da sua carne, e que vá ser criado dentro dos princípios que você acredita que são corretos para se viver em sociedade, é uma roleta russa.
Você pode estar botando no mundo o próximo Nelson Mandela. Ou o próximo Maníaco do Parque.
Não sei se é a crise da meia idade, não sei se é a influência sarcástica do Monty Python, mas eu ando pensando muito no sentido da vida.
Agora, se eu pareço pessimista, se eu pareço desencorajar você a ter filhos, por favor: você me entendeu mal. Ter filho deve ser uma coisa do caralho. Deve ser um sentimento de amor incondicional, que coloca em segundo plano todo resto.
Acredito nisso, e tanto acredito que quero ter os meus.
Mas ter um filho não é comprar um filhote de labrador, que qualquer arrependimento é só doar para o Cão Sem Dono. Não é uma Barbie, que você brinca quando quer. Ter filho é a maior felicidade, mas também a maior responsabilidade que você vai ter em toda a sua vida.
Sei lá. Para mim, o ponto mais importante é: um filho não é algo que você tem para você. O filho você tem para ele mesmo.
Claro, quando o Vinícius de Moraes escreve sobre filhos, tudo é lindo. Tudo é idealizado. Mas eu acredito que é preciso uma boa reflexão antes de parar de tomar pílula.
Talvez, antes de tê-los, seja preciso (pelo menos tentar) sabê-los."

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