Originalidade?

Minha história se fez e se refaz com resquícios de tudo que encontra minhas circunstâncias. O que se apresenta para minha representação pode (ou não), em maior ou menor relevância e intensidade, ser incorporado à forma com que entendo o mundo.
As tintas com as quais pinto as telas da minha existência são variadas. Algumas cores já foram utilizadas por muitos outros artistas e integram minhas obras por serem ainda vivas, intensas; outras matizes, por sua vez, são inéditas, mesclas de algumas cores que ninguém antes havia ousado em compor.
Se alguém sentir-se lesado por algum escrito, favor me comunicar por e-mail que tentaremos resolver isso.
Divirta-se ou se entristeça.
Boa viagem!

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Crônica Sobre o (mau) Tempo

Não quero tratar do tempo de forma ampla e profunda, como fez Kant. O alemão era 'expert' em metafísica e talvez tenha sido quem mais se dedicou a esta categoria.

Muitas pessoas, após um evento traumático, seja um acidente, o término de um relacionamento, a perda de um ente querido, costumam dizer que o tempo é o melhor remédio. Quando eu ouço isso, penso com meus botões: se tempo fosse o melhor remédio, será que não teria tempo em gotas, em ampolas e pílulas à venda nas farmácias?
Siiim, de fato o tempo é o melhor remédio para algumas pessoas, em determinadas circunstâncias. E para tantas outras, o tempo passa e não produz efeito algum sobre os percalços que as assolaram. 
Como diria meu querido Wil Goya, "sem contexto, tudo é nada".

Não há como parar o tempo. Podemos raptar todas as pilhas de relógios de pulso, de parede e de bolso (ah, estes acho que existiam só num tempo muito remoto - ou será que os relógios de bolso sobreviveram ao tempo?), podemos incendiar todas as baterias de celulares, iphones, tablets, notbooks, computadores de mesa, podemos derrubar as torres das catedrais e seus gigantescos instumentos que indicam os horários em que os sinos soam... e ainda assim o tempo continuará nos ignorando.
Nós é que não temos como ignorá-lo. Estamos presos ao tempo. Ou melhor, aos tempos. Costumamos jogar passado, presente e futuro no liquidificador da vida e ligamos o aparelho na valocidade máxima. Seja o que for que resulta disso, lá está o tempo a circundar nossas escolhas, nossas lembranças, nossas vivências, nossas projeções.
Tempo objetivo, marcado pelo relógio. Tempo subjetivo, aquele que acreditamos controlar.

Para algumas pessoas, tempo amigo, bom aliado na cicatrização de chagas profundas. Para outros, tempo desgraçado, que insiste em infeccionar as feridas.
E saber que o tempo está nem aí cagando para nós...

Já o mau tempo, aquele que vem acompanhado de fortes rajadas de vento e de trovoadas que transformam a noite em dia por alguns segundos, mudando a coloração do céu e o ritmo dos batimentos cardíacos, esse eu passei a temer depois que num temporal minha casa foi descoberta.
Eita sensação desagradável cada vez que o céu vai dando sinais de que a natureza está revoltada com as atrocidade cagadas que o ser humano fez ao longo da história. 

A boa notícia é que o mau tempo já não me preocupa mais como há puco tempo atrás. Tenho experimentado ouvir música com fone de ouvido no volume mais alto que o barulho provocado pelo mau tempo. E não é que tem dado certo?! 
E minha mãe tem se mostrado uma santa no quesito espantar tempo feio. Ela anda pela casa toda, faz caretas, esfrega as mãos, lê trechos da bíblia, joga água benta pela janela, fuma uns cigarrinhos para tentar aliviar a tensão...
O problema agora é que eu passei a temer por incêndios. O que aquela mulher tem queimado de ramos e galhos é coisa impressionante!

E tem dado certo.
Mãe eu te amo!

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