Originalidade?

Minha história se fez e se refaz com resquícios de tudo que encontra minhas circunstâncias. O que se apresenta para minha representação pode (ou não), em maior ou menor relevância e intensidade, ser incorporado à forma com que entendo o mundo.
As tintas com as quais pinto as telas da minha existência são variadas. Algumas cores já foram utilizadas por muitos outros artistas e integram minhas obras por serem ainda vivas, intensas; outras matizes, por sua vez, são inéditas, mesclas de algumas cores que ninguém antes havia ousado em compor.
Se alguém sentir-se lesado por algum escrito, favor me comunicar por e-mail que tentaremos resolver isso.
Divirta-se ou se entristeça.
Boa viagem!

quarta-feira, 5 de março de 2014

I feel so good today

Em 06/03/2013 eu entrei no expediente do meu trabalho e dei de cara com uma notícia nada agradável na internet: Chorão havia sido encontrado morto em seu apartamento.
- Caraaalho! Que porra é essa?

Por onde naveguei, encontrei a notícia se espalhando de forma viral. As primeiras reações foram o choque e a negação. Impossível conter as lágrimas. Não lembro de uma vírgula do que fiz naquela manhã. Minha cabeça ficou confusa, viajando em ideias complexas. Menos mau que não fiz cagada que comprometesse meu trampo. O fato é que não tinha clima para nada.
De meio dia, em casa, minha mãe me perguntou o que tinha acontecido. Ela percebeu de cara que eu tinha ficado puto com alguma coisa. Uma lágrima caiu do meu rosto e eu disse que tinha perdido um irmão na madrugada que passou. Ela sacou o que estava se passando.  
Meu dia foi pesadíssimo. E algumas semanas que se seguiram após a morte do Chorão foram foda de enfrentar. A forma como a mídia sensacionalista acompanhou o caso me provocou ânsia de vômito. Me deu nojo também de muitos pela saco que sequer conheciam o cara, a música dele, a trajetória dele e saíram idolatrando ou fazendo críticas idiotas a respeito de tudo o que estava acontecendo.
Acompanhei o Charlie Brown Jr desde o primeiro álbum, lá em 1997. Aliás, primeiro CD de rock´n´roll que eu comprei foi Transpiração Contínua Prolongada. A cada lançamento da banda era uma corrida para ter na minha coleção mais um disco. E foi assim até poucos dias, com o La Família 013, o décimo primeiro lançamento da banda com o Chóris de front man. Tive a oportunidade de ver 4 shows da banda, com diferentes formações, num dos quais ganhei do Chorão uma lata de Red Bull. Aprendi com as músicas do Charlie Brown Jr mais do que aprendi com muitos professores que cruzei pela vida. Dessa estreita relação, resultou uma tatuagem em homenagem ao marginal alado.
Um ano amanhã que Alexandre Magno Abrão partiu. O Chorão deixou saudade. Ele ainda tinha muita coisa para viver, muita canção para compor e para cantar, muito palavrão para proferir nos shows, muitas pessoas para ajudar com os projetos que ele bancava. Mas nessa passagem pelos palcos da vida ele deixou muitos exemplos bons, muitas músicas boas, muitas lições de amor que muitos zé roelas deveriam aprender.
É uma honra ter tido a oportunidade de ver esse monstro em atividade. Que possamos levar adiante a energia contagiante desse gênio da nossa música.
Amem e amém!



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