Originalidade?

Minha história se fez e se refaz com resquícios de tudo que encontra minhas circunstâncias. O que se apresenta para minha representação pode (ou não), em maior ou menor relevância e intensidade, ser incorporado à forma com que entendo o mundo.
As tintas com as quais pinto as telas da minha existência são variadas. Algumas cores já foram utilizadas por muitos outros artistas e integram minhas obras por serem ainda vivas, intensas; outras matizes, por sua vez, são inéditas, mesclas de algumas cores que ninguém antes havia ousado em compor.
Se alguém sentir-se lesado por algum escrito, favor me comunicar por e-mail que tentaremos resolver isso.
Divirta-se ou se entristeça.
Boa viagem!

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Por um 2015 mais do caralho do que foi 2014

Já tomei banho de chuva no último dia do ano. 
E já tomei banho de champanhe na madrugada da virada.
Já vesti cuecas e camisetas de várias cores. 
Inclusive já passei sem essas peças de roupa.
Já usei tênis novinho, tênis batido, havaianas e até experimentei os pés descalços.
Já fiz simpatia de pegar em grana, comer variedades de frutas, mostrar a bunda para a lua, etc e tal.
Já enchi a cara de bebidas e chorei. 
Quando não bebi nada, chorei assim mesmo.
Já fiz mil e um planos e resoluções. 
E também não planejei sequer o que comeria no dia seguinte.
Já mandei sms em massa para amigos e conhecidos. 
E liguei para os do coração, claro.
Enfim, quem nunca, né!? Isso é meio que de praxe para muita gente em se tratando de virada de ano.
Para o réveillon que se aproxima, não planejei nada. 
Vai ser tudo ao natural, de forma espontânea, sem muita frescura.
E, diferente das outras vezes, não vou desejar um feliz 2015 com adjetivos mil. 
Apenas vou desejar que seja um bom ano, cheio de saúde e que se possa ser o que se é. 
Direto e reto.
E vou emanar energias positivas para que você possa gozar das coisas boas da vida e enfrentar de cabeça erguida e de peito aberto o que está por vir. 
É isso que está implícito no meu "feliz 2015!"
Para mim, está de bom tamanho se os dias do meu ano tiverem café, alguns minutos de música e outros de leitura e algumas construções compartilhadas com pessoas que tenho o privilégio de encontrar pelo caminho.
O resto eu dou um jeito.
Assim vou me despedindo de 2014 e firmando para entrar em 2015.
Seguimos...  

sábado, 27 de dezembro de 2014

O que habita minha alma

Na madrugada passada, lendo um texto do Rubem Alves chamado A alma é música, destaquei o seguinte: "a alma, no seu lugar mais fundo, está cheia de música." No mesmo momento me veio à cabeça uma música que ouvia com meu pai. Essa lembrança foi instantânea. A fita k7 branca, o rádio toca fitas preto com o botão de apertar para dar play e o de girar para dar volume, a estante onde o rádio ficava, a sala na antiga casa de madeira, entre tantos outros detalhes que saltaram à memória. Momento nostálgico.
***
Isso me remeteu também à teoria platônica da reminiscência, que afirma que aquilo que aprendemos já está em nós, ou seja, estamos apenas rememorando algo que nossa alma já havia apreendido. A alma, por ter habitado o mundo inteligível, onde se contemplam as verdades absolutas, mesmo agora fazendo morada no mundo sensível, onde tudo é cópia imperfeita daquele outro, tem a capacidade de resgatar aquilo que antes foi contemplado, que, portanto, já está em nós.
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 A canção que lembrei é Shiny Happy People, do R.E.M. Ela fala de amor, de cuidado, de pessoas felizes dando as mãos e rindo.
Tenho a impressão que minh´alma deslumbrou muitas maravilhas no mundo inteligível. E é um prazer inominável quando eu resgato essas lembranças que já estão em mim, como nesse caso.
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Seguimos...


quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Celebrando o presente, preparando o futuro

   O filósofo Mário Sérgio Cortella é reconhecido internacionalmente em virtude de sua consistente trajetória acadêmica, suas publicações, palestras e participações em programas de rádio e televisão. Os noventa minutos de apresentação dessa personalidade, proporcionados pelo Sicredi Região da Produção na confraternização do último sábado, dia 06, deram uma mostra do potencial desse mestre na arte de ensinar. 
     Logo no início de sua fala, Cortella deu uma bela definição de cooperação. Como não sabemos tudo, juntamos o pouco que sabemos com o pouco que outras pessoas sabem e o resultado disso é o crescimento de todos que estão nesse processo. Se cada um ficasse somente com o já sabido, ficaríamos estagnados. Como já disse o poeta inglês John Donne “nenhum homem é uma ilha”. Portanto, esse movimento de compartilhar o que se sabe é essencial e se encaixa perfeitamente como definição de cooperação.
     Passeando por diversos contextos e situações, o filósofo refletiu com a plateia sobre a importância de comemorar o presente e planejar o futuro, título do trabalho daquela manhã. Para tanto, elencou quatro conceitos indispensáveis para o sucesso nessa empreitada, que cito a seguir.
    A humildade, da origem etimológica “humus”, terra fértil, onde tocam os pés, nada tem a ver com subserviência. É a postura de nos reconhecermos como pequenos para, então, vislumbrarmos a possibilidade de engrandecimento; é sabermos que não sabemos tudo e buscarmos saber cada vez mais.
    A coragem, que não é sinônimo da ausência de medo, também é importante. Termos coragem significa enfrentarmos o sentimento do medo, planejarmos seguir adiante na caminhada mesmo com as dificuldades e situações que nos colocam diante do inesperado. Nesse sentido, muitas de nossas conquistas são frutos de nossa coragem, não meramente destino. Basta olharmos para nossa história para identificarmos contextos em que, como diz o dito romano, “a sorte segue a coragem”. Se não tivéssemos tido coragem, talvez não estivéssemos na situação em que nos encontramos atualmente.
    A ambição é outro conceito que devemos ter em mente. Ambição é querer mais e melhor, bem diferente da ganância, que é querer tudo para si. Ao sermos ambiciosos estamos considerando não apenas nosso ego. Ambicionando, disponibilizamos nossas conquistas para toda a sociedade e não agimos meramente guiados pelos nossos desejos individuais.
    A paciência é outro elemento que devemos exercitar. Paciência é nossa capacidade de admitirmos a maturação de alguns processos em nossa vida, ou seja, darmos tempo para que as coisas fluam, para que possam vir a ser aquilo que planejamos ou o mais próximo disso. É importante que não se confunda paciência com lerdeza.
  Amarrando esses quarto conceitos, Cortella elucidou a importância de comemorarmos, sim, o presente. Não menos importante é refletirmos e observarmos que este só é possível devido ao trabalho de muitas pessoas em épocas que ficaram para trás. E, completando essa tríade, planejarmos o futuro com bases sólidas é indispensável para que tenhamos, no futuro, condições de vermos desabrochar as flores das sementes que agora plantamos.
    Tantos outros exemplos de enorme relevância e profundidade foram trazidos por Cortella, tanto na área da educação, quanto na área da economia. Mas acredito que as maiores lições que ele nos deixou são de demanda existencial. São lições que nos puseram em contato com o nosso íntimo, nos fazendo pensar sobre como estamos agindo no cotidiano, como estamos nos comportando em relação a nós mesmos, aos que nos cercam, ao universo como um todo. À partir disso, podemos prever, por aproximação, que herança estamos deixando para as futuras gerações.
    Desfrutemos com alegria do presente que agora temos acesso e edifiquemos um futuro cheio de grandes realizações e conquistas. E que façamos isso de forma coletiva, cooperativa, crescendo juntos. Afinal, parafraseando o encerrou da fala do Cortella, incompletos que somos, precisamos da asa de outras pessoas para podermos alçar voo.
Alegria pela oportunidade ímpar.