Originalidade?

Minha história se fez e se refaz com resquícios de tudo que encontra minhas circunstâncias. O que se apresenta para minha representação pode (ou não), em maior ou menor relevância e intensidade, ser incorporado à forma com que entendo o mundo.
As tintas com as quais pinto as telas da minha existência são variadas. Algumas cores já foram utilizadas por muitos outros artistas e integram minhas obras por serem ainda vivas, intensas; outras matizes, por sua vez, são inéditas, mesclas de algumas cores que ninguém antes havia ousado em compor.
Se alguém sentir-se lesado por algum escrito, favor me comunicar por e-mail que tentaremos resolver isso.
Divirta-se ou se entristeça.
Boa viagem!

terça-feira, 10 de julho de 2012

Mais uma da Gangue da Matriz

Eu já havia comentado algo sobre a Gangue da Matriz aqui. Trata-se do rap criado por Tonho Crocco, ex-integrante da banda Ultramen, no qual ele manifesta-se contra o aumento abusivo de salários (73%) que os Deputados Estaduais do Rio Grande do Sul deram a si mesmos num passado recente. Para quem não sabe, a Assembleia Legislativa gaúcha fica localizada ao lado da Praça da Matriz. Daí o nome do rap.
Na época deu um blá-blá-blá na mídia. Moveram processo contra o músico. Depois que a opinião pública se posicionou contra o que, a meu ver foi uma tentativa de abuso de poder, o processo foi retirado.
Eis o vídeo da música tão polemizada.
Os ânimos deram uma acalmada. Mas as falcatruas, ao que tudo indica, não.
reportagem de capa do jornal Zero Hora de 10/07/2012 aborda o caso de Lídia Rosa Schons, uma funcionária da Assembleia Legislativa, que por 15 dias foi flagrada passeando com seu cão e fazendo compras quando deveria estar cumprindo horário no gabinete do Deputado Paulo Azeredo (PDT). Em entrevista ao jornal, ela afirma que 7 dos 15 dias são de suas férias, que teriam sido tiradas apenas "no papel", que trabalha das 08h30min às 13h30min, que tem a mãe doente, precisando de seus cuidados, e que comunicou seus superiores sobre o fato.
O líder da bancada do PDT, Gerson Burmann, o deputado Paulo Azeredo e o chefe de seu gabinete, Jose Renato Heck, isentam-se de responsabilidade pela efetividade (ou melhor, né?!, pela não efetividade) da funcionária. Aquele famoso não é comigo, não vi nada, não sei de nada. Os fatos vão ser apurados pelo Ministério Público e isso vai dar, provavelmente, em algo parecido com pizza.
Não cabe a eu julgar os poderes e atribuições de cada função. Ademais, cada um é dono do seu rabo. Só que tem uma ressalva: admitir as consequâncias de suas escolhas, de suas atitudes é o mínimo que se pode fazer.
Pois bem. Onde vamos chegar? O Ministéio Público já apurou várias vezes a existência de funcionários fantasmas na Assembleia. Fica a pergunta: alguém foi responsabilizado ou obrigado a devolver R$ 1,00 aos cofres públicos? Talvez eu seja um ignorante besta que não esteja sabendo de como terminaram as investigações, mas...
Outra coisa! A reportagem aponta que o salário da funcionária é de R$ 24.300,00. Oras, não me interessa que ela esteja trabalhando na Assembleia desde que os índios foram catequizados pelos portugueses. E não estou pondo em questão seu desempenho, nem diminuindo sua importância naquela casa. Me refiro, apenas, à gritante disparidade salarial. Eu preciso trabalhar 2 anos (e não me envergonho de admitir isso - tampouco me orgulho) para ganhar o que essa funcionária ganha em um único mês. Aliás, o que eu ganho num mês de trabalho deve ser o que ela gasta com a ração que dá para o cão que leva diariamente passear. Alguma coisa está errada nisso tudo, não?
Bem, fica registrada minha indignação. Queria ter poderes mágicos que pudessem diminuir meu sentimento de impotência frente a essa triste realidade.
Sao coisas rotineiras que acontecem ali, ao lado da Catedral Metropolitana, ao lado da Praça da Matriz... 

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