Originalidade?

Minha história se fez e se refaz com resquícios de tudo que encontra minhas circunstâncias. O que se apresenta para minha representação pode (ou não), em maior ou menor relevância e intensidade, ser incorporado à forma com que entendo o mundo.
As tintas com as quais pinto as telas da minha existência são variadas. Algumas cores já foram utilizadas por muitos outros artistas e integram minhas obras por serem ainda vivas, intensas; outras matizes, por sua vez, são inéditas, mesclas de algumas cores que ninguém antes havia ousado em compor.
Se alguém sentir-se lesado por algum escrito, favor me comunicar por e-mail que tentaremos resolver isso.
Divirta-se ou se entristeça.
Boa viagem!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Buscas

Frequentemente as pessoas traçam metas para si próprias. Algumas querem seguir determinada profissão; outras preferem o caminho dos estudos; há quem almeje constituir família; e, também (mesmo que isso seja pouco frequente e notado), existe quem vive sem fazer plano algum para sua vida. A estes projetos, planos, metas, sonhos, denominamos Buscas, que, grosso modo, são os caminhos existenciais que a pessoa pretende concretizar ao longo de sua vida.
Algumas buscas podem sofrer força coercitiva de vários fatores, tais como as emoções, o raciocínio, os valores, as paixões dominantes, as abstrações, entre tantos outros que poderíamos aqui enumerar. Ademais, a acomodação de uma busca na malha intelectiva da pessoa pode não ser tranquila, tornando sua efetivação impossível em alguns casos, justamente devido a estas relações com outros aspectos.
Uma reflexão breve pode nos indicar se as buscas, os projetos de vida que temos, são mesmo nossas ou foram influenciadas pela família, pela fé, ou por outro fator. Isso pode ser útil para analisarmos os chavões, os ditos populares que trazem regras prontas de convívio. Como exemplo, trago um muito aplicado em livros de auto-ajuda, que diz “nunca desista de seus sonhos”. Em alguns casos, este impulso, esta excitação de não desistir pode ser o que permite que a pessoa siga seu caminho em paz e sinta-se bem com isso. Porém, para outras ocasiões isso pode ser justamente o que deixa a pessoa mal, pois a máxima pode entrar em conflito com algo que não condiz com o contexto todo a que a busca está submetida.
Além das possibilidades citadas acima, pode ocorrer que a pessoa sinta-se realizada somente enquanto busca algo, passando a desprezar ou atribuir valor diferente àquilo que conseguiu, com muito empenho, conquistar. Como exemplo, você pode pegar aquele seu amigo que estava super bem enquanto buscava conquistar a pessoa amada, mas que, tão logo conseguiu conquistar o que almejava, entristeceu, ou mudou, ou percebeu que a relação não era como ele havia planejado. Creio que há alguém assim entre seu círculo de amizades.
Como estamos abordando o assunto da perspectiva da Filosofia Clínica, ficou explícito que as maneiras de cada pessoa de existir no mundo em relação às buscas, como em todo o resto, alongam-se ao infinito. Os modelos pré-estabelecidos e os padrões de comportamento têm pouca ou nenhuma relevância no processo da clínica filosófica, pois o que se toma como ponto de partida é a representação da pessoa que está buscando a terapia. Assim, o filósofo clínico saberá, através da historicidade de quem procura seus serviços e dos mecanismos inerentes à prática terapêutica, quais são as buscas que a pessoa tem, de onde elas se originaram, as possibilidades de efetivá-las, como fazer isso e tudo mais.

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