Originalidade?

Minha história se fez e se refaz com resquícios de tudo que encontra minhas circunstâncias. O que se apresenta para minha representação pode (ou não), em maior ou menor relevância e intensidade, ser incorporado à forma com que entendo o mundo.
As tintas com as quais pinto as telas da minha existência são variadas. Algumas cores já foram utilizadas por muitos outros artistas e integram minhas obras por serem ainda vivas, intensas; outras matizes, por sua vez, são inéditas, mesclas de algumas cores que ninguém antes havia ousado em compor.
Se alguém sentir-se lesado por algum escrito, favor me comunicar por e-mail que tentaremos resolver isso.
Divirta-se ou se entristeça.
Boa viagem!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Por detrás de nossas ações (Ajudar ou não? Como fazer isso?)

A seguir, texto que escrevi há algum tempo - o título é o mesmo da postagem. Pode parecer falta de criatividade postar minhas antigas produções, mas, pelo contrário, quero compartilhar com quem não teve acesso.

Alguma vez você tentou ajudar alguma pessoa e tal lhe pareceu faltar com educação para retribuir teu esforço, ou se negou a receber sua ajuda? Se a resposta é positiva esta leitura lhe será mais familiar, se negativa aproveite essas linhas como conselhos para não se decepcionar caso isso venha a lhe acontecer futuramente.
Bem, há pessoas que querem abraçar o mundo e apresentar decisões para os problemas de quem quer que seja. Aí surge um detalhe que deve ser levado em conta: as decisões apresentadas por uma pessoa para os problemas de um semelhante são vistas, em muitos casos, à partir da representação de mundo da primeira, sendo que tal não sabe, de fato, o que está se passando com quem tanto anseia ajudar. Por isso, há algo que em Filosofia Clínica se chama Recíproca de Inversão, ou seja, um movimento intelectivo de ir ao mundo da outra pessoa, que auxilia na percepção de tudo o que está envolto na situação, além de contextualizar os dados atuais de acordo com a história da pessoa que se quer ajudar. Assim, pode-se chegar à conclusão de que nem sempre o que parece ser a solução seja, de fato, a solução para aquilo que aflige a outra pessoa.
Não há nada de errado em admitir algumas incapacidades do ser humano frente a algumas situações. Queira ou não, cada pessoa tem limitações que não a possibilitam realizar algo no decorrer desta jornada terrena. Às vezes essa tentativa aleatória de ajudar, calcada em pré-juízos e desconsiderando a história da pessoa, pode levar a problemas ainda maiores. Em algumas situações a ajuda consistirá em não tentar ajudar, pois nesta ânsia de fazer algo por alguém pode-se estar fazendo justamente o que irá ferir ainda mais a alma da pessoa. Isso porque o que sai de nós enquanto expressividade (aquilo que expressamos) nem sempre recebe o mesmo significado por parte da pessoa que está em interseção conosco. Além disso, sem a historicidade da pessoa sabe-se pouquíssimo acerca daquela criatura a quem se está disposto a auxiliar e, assim, corremos o risco de afrontar seu modo de ser se algo sair equivocadamente.
Então, dito isto, surge que cada pessoa possui suas formas de resolver seus problemas e algumas pessoas não toleram que alguém outro apresente possibilidades para uma resolução. Além do mais, é muita pretensão querer que as formas de resolução dos problemas dos outros sejam iguais ou semelhantes às nossas. Claro que há um grande sinal de humanidade em tentar auxiliar alguém, porém quem o faz deve ter ciência e pureza de espírito para saber o que fazer, quando fazer, a forma de fazer e isso se torna mais coerente com a historicidade da pessoa a quem se está prestando tal auxílio. Cada situação exigirá algo que pode ser um abraço, um sorriso, algumas palavras, uma caminhada no bosque, uma música, entre tantas outras coisas. Para tanto, vale lembrar que se deve considerar a maneira de ser do outro, sua representação de mundo e sua história, para que não haja afrontamentos e feridas ainda maiores.
Lidar com gente pressupõe, no mínimo, isso, essa cautela, esse cuidado. Ora, máquinas podem ser quebradas, consertadas; pedras podem ser chutadas, batidas; mas trabalhar com o ser humano é algo muito mais complexo que julgamos ser. Ajudar, sim, mas com paz de espírito para que a situação não perpetue a dor de nosso semelhante. Os resultados às vezes demoram, outras vezes nem vem, outras vezes ocorre algo que não imaginávamos... Saber disso é indispensável. Aprender com isso é sinal de sabedoria.

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