Um pouco de tudo... e também de nada. Aqui expresso minhas representações acerca do que penso, sinto, faço, vivo...
Originalidade?
As tintas com as quais pinto as telas da minha existência são variadas. Algumas cores já foram utilizadas por muitos outros artistas e integram minhas obras por serem ainda vivas, intensas; outras matizes, por sua vez, são inéditas, mesclas de algumas cores que ninguém antes havia ousado em compor.
Se alguém sentir-se lesado por algum escrito, favor me comunicar por e-mail que tentaremos resolver isso.
Divirta-se ou se entristeça.
Boa viagem!
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
Enquanto houver forças, busquemos a paz.
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
Justiça? Que justiça?
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Certa feita ouvi de um grande homem a seguinte indagação: "que justiça é esta que trata como iguais os desiguais?". Muito pode ser ponderado a partir disso.
Mas afinal, que justiça?
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Algumas pessoas afirmam que justiça mesmo é a chamada 'justiça divina', na qual um sobrenatural vai julgar quem é quem e dar os rumos para uma vida pós morte; outras acreditam que justiça é o que promotores, juízes e advogados fazem, separando os bons dos maus, penalizando estes últimos...
Insisto, que justiça?
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Dias atrás liguei a TV e vi a notícia do menino que fora submetido a um ritual de magia negra, tendo várias agulhas inseridas em seus corpo. Procedimentos cirúrgicos de alto risco serão feitos (devem estar sendo realizados ainda) para que o menino tenha os órgãos vitais em pleno funcionamento ou o mais próximo disso. E o que será feito em relação ao padrasto do menino? Será que tem a ver com justiça?
***
No ano passado, se não me engano, lembro-me que uma mãe ficou mais de dois meses presa por ter roubado uma margarina em um supermercado. E sabe o que foi tal roubo? Ela abriu um pote de margarina, pegou uma quantia com o dedo e levou à boca de seu filho de colo que, provavelmente, havia dias não recebia alimento algum.
É justo encarcerar uma mãe por motivo tão idiota como este? Sei, se todas as mães de filhos que passam necessidade roubassem, ficaria difícil a situação; mas sei também que isso foi um episódio único e a mãezinha nem sequer tinha passagem pela polícia...
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Justiça? Onde? Para quem? Como?
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Alguém lembra de mensalão? Renan Calheiros? Dinheiro na cueca? Reitor de Universidade com conta na Suíça ou nas Bahamas? Pastor comprando meio mundo? Etc e tal?!
E o que aconteceu com os responsáveis por tais episódios?
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Por isso que este conceito ultimamente anda rondando meus devaneios...
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Ainda há esperança...
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Então é Natal...
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
Dia do Palhaço - 10 de dezembro
O Amor é Contagioso
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Équiça? Não seria hexa?
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Uma bela canção
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Quero sempre ser idiota
Num dos blogs estava um escrito/artigo de Arnaldo Jabor, no qual ele discorre sobre as maravilhas de ser um idiota. Sim, idiota no sentido de uma pessoa de bem com a vida, que dá valor para as coisas simples e não se deixa levar pelo monstro sistema capitalista.
Então esbocei um comentário. E aí está ele:
Seria tão bom se a idiotice substituísse permanentemente a ganância pelas cifras (R$); se o sorriso espontâneo se sobressaísse ao sorriso forçado da arrogância; se pessoas fossem simplesmente o que são, mortais; se as armas do julgamento se transformassem em corações abertos à compreensão; se o "se" não fosse tão somente "se" e se as pessoas lutassem para este "se" não ficar apenas na utopia...
Paz e luz aos retos de conduta.
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Será que Freud explica?
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Dia da Consciência Negra. Atenção à letra!
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Educação: ou repensamos ou padeceremos
Indignação! Talvez este seja o estado que me encontro quase que permanente quando meus devaneios vão em direção desta temática.
E a situação calamitosa não se dá só aqui no Brasil. Em muitos países está havendo uma certa transferência de responsabilidades, sendo que os pais atribuem à escola o papel que deveria ser deles próprio. Podemos chamar este fenômeno de terceirização dos filhos. Os resultados já são visíveis, tais como baixo rendimento escolar, indisciplina, agressões a colegas, professores e funcionários, descaso com o patrimônio público e uma gama de atitudes que refletem na nossa sociedade.
O psiquiatra Carlos Hecktheuer publicou um artigo sobre a gravação da secretária eletrônica de uma escola da Califórnia. Tal serve como provocação à reflexão sobre o compromisso conjunto entre Estado/escola/ pais no processo educativo. Quando o telefone da escola era chamado, a secretária eletrônica discorria a seguinte mensagem:
"Olá! Para que possamos ajudá-lo, por favor, ouça todas as opções.
Para mentir sobre o motivo das faltas do seu filho - tecle 1;
Para dar uma desculpa por seu filho não ter feito o trabalho de casa - tecle 2;
Para se quixar sobre o que nós fazemos - tecle 3;
Para insultar os professores - tecle 4;
Para saber por que não foi informado sobre o que consta no boletim do seu filho, ou em diversos documentos que lhe enviamos -tecle 5;
Se quiser que criemos seu filho - tecle 6;
Se quiser agarrar, esbofetear ou agradir alguém - tecle 7;
Para agredir um professor novo pela terceira vez - tecle 8;
Para se queixar do transporte escolar - tecle 9;
Para se queixar da alimentação fornecida pela escola - tecle 0;
Mas se você já compreendeu que este mundo é um mundo real e que seu filho deve ser responsabilizado pelo próprio comportamento, pelo seu trabalho na aula, pelas tarefas de casa, e que a culpa da falta de esforço do seu filho não é culpa do professor, desligue e tenha um bom dia!"
E o artigo é encerrado dizendo que o resultado desse descaso com os filhos e com a educação em geral está em todas as partes, com monstrinhos que se tornarão monstrengos e vai saber o que mais... E, como diz o autor do artigo, sem limites não funciona.
Vamos repensar e vamos agir... com urgência.
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Dez minutos chocantes
Enquanto fazia lá minha mistura de sabores, fiquei prestando atenção ao que a televisão noticiava. Foram aproximadamente dez minutos de pavor. Aí as notícias que pude acompanhar:
> 1- Uma mulher que havia sido submetida à uma cirurgia de lipoaspiração morreu por ter ocorrido falha do médico, que, segundo relato polocial, não era cirurgião, mas clínico geral;
> 2- Uma jovem que fizera implantes de silicone sofre com deformação nos seios por seu organismo ter rejeitado as próteses e por ter sido infectada com microorganismos na clínica onde a cirurgia foi realizada;
> 3- Uma adolescente, menor de idade, fez stip-tease para os colegas dentro da sala de aula. Um colega filmou tudo e o filme está rodando o mundo através da internet;
> 4- Uma senhora de 64 anos foi presa pela terceira vez por tráfico de drogas. Na casa dela foram apreendidas dezenas de pedras de crack, maconha e dinheiro.
Putz! Seria cômico se não fosse nossa dura e crua realidade.
Mas, adiante... É hora do banho.
E a noite está apenas começando.
Paz e discernimento para todos.
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Cada um no seu quadrado? (Inversão, Recíproca, etc. e tal...)
Outra ponderação acerca do que é cantado no hit é que se nos fecharmos cada um em nosso quadrado, nossas vivências ficarão enjauladas e nossa visão de mundo restrita ao que há neste encarceramento. Absorver o que é relevante do quadrado do outro, desde que respeitando este outro e tendo cuidado para que isso não entre em conflitos com o que há no nosso quadrado, me parece ser uma ótima sacada; ora, deve haver algo além e aquém do nosso quadrado, não?
Mas não nos preocupemos muito com o que estou escrevendo. Não é errado viver cada um no seu quadrado, como também não há poblema em querer fazer junções entre quadrados para melhor trilhar os caminhos da nossa jornada. Cada um que o faça ao seu jeito, respeitando suas singularidades e tomando cuidado com as representações do outro.
Ah, não nos esqueçamos que as receitas prontas só servem para a culinária... e às vezes os sabores das comidas saem bem diferentes.
Psicanalistas, divirtam-se
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Drogas? Nem pensar!
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Sol e lua
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Possibilidades...
Tem aqueles que têm o corpo quente, mas sentem frio.
Não menos possível é a existência das pessoas que vivem um grande amor e, ainda assim, sentem-se solitárias, vazias...
Se tratando de possibilidades, elas são infinitas e muitas formas de ser que nos soam como estranhas ou inconcebíveis existem enquanto representação de alguma criatura deste vasto mundão de riquíssima fauna humana.
Eu diria que, ao invés de viver cada um no seu quadrado, misturar as diferenças, as qualidades e somar às possibilidades nos revela algo de muito interessante.
Abraço.
sábado, 24 de outubro de 2009
Tem como não lembrar?
Foi em 24 de outubro de 2004 que o mundo ficou mais pesado sobre meus ombros. Meu maior amigo partiu da vida terrena. É uma dor que não cicatriza, que machuca meu íntimo.
Sinto muita saudade sua, pai; só continuo na luta por sua companheira, que é minha maior aliada, e por uma pessoa especial que não teve a oportunidade de te conhecer (sei que é inútil eu dizer/escrever isso, mas quando o faço me dá a sensação de estar remetendo o que escrevo para alguém que está longe e que mandará respostas em breve).
Descanse em paz.
E que tua luz e teus ensinamentos continuem me iluminando e me guiando pelos caminhos do bem.
.otsuguA notrevE
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Patrulha do Riso
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Dezesseis (do que é capaz um coração partido)
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Parabéns Professor!
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Eternamente criança
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Corpo?
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Grana tem, o que falta é transparência
Pois bem, semana passada fomos 'contemplados' como o país sede das Olimpíadas de 2016, que acontecerão no Rio de Janeiro. Internacionalmente o Brasil está nas primeiras páginas dos jornais (como se diz: na vitrine). E eu novamente com a mesma inquietação, ou seja, me perguntando como será o critério utilizado para saber quem lucrará mais com isso.
Sei que temos o outro lado da moeda para considerar, afinal, tudo o que for construído e melhorado para que seja possível a realização de tais eventos ficará como nosso patrimônio e poderá ser utilizado por muitas outras próximas gerações.
O que me dói é o fato de ver algumas comunidades sem as mínimas condições de vida, sem moradia, ou sem saneamento básico, ou desempregadas, ou passando fome, ou tudo isso junto e mais um pouco ainda...
Para isso não tem verba. Também não tem verba para melhor remunerar os policiais que estão todo dia na zona de risco; para melhorar as condições da saúde pública também não tem verba, tanto que a CPMF volta e meia ronda as discussões dos engravatados de gabinete; os investimentos com a educação são míseros, apesar da imensa e enganosa propaganda midiática (e o salário dos professores, então, nem vamos comentar); e tantos outros segmentos da nossa sociedade brasileira que estão, no mínimo, sucateados.
Mas para aumentar o salário dos deputados e dos senadores qualquer hora é hora e não falta dinheiro; para gastos com cartões corporativos e diárias forjadas e com valores exorbitantes nunca dinheiro é problema; mensalão, mensalinho, dinheiro na cueca, caixa 2, contas em bancos estrangeiros, mansões e até mesmo festinhas com sexo pago parecem nunca ter existido na história do nosso país, mas existiram, existem e não será por falta de dinheiro que cessarão.
Pasmem! O que falta é um pouco de vergonha na cara, de caráter, de hombridade e de respeito para com a sociedade. Afinal, grana o Brasil tem (os impostos que são arrecadados denunciam isso); a aplicação dela é que uma farra.
Puto da vida e indignado.
Abraço aos retos de conduta.
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Renato, Cazuza, Everton, morte...
Não aprendemos a lidar com isso na escola, nas rodas de amigos, nos grupos de estudos e me parece que em nenhum outro lugar. Só que, de repente, ela chega sem pedir licença e "boom"! Lá se foi um amigo, uma pessoa querida, um familiar, uma pessoa próxima, etc. e tal.
O duro nisso tudo é que ninguém jamais retornou do quer que seja a morte para dizer o que ela é ou o que ela não é (exceto o caso da literatura cristã e algumas outras historinhas que se encontram espalhadas por aí).
Nesses meus momentos de reflexão, uma música fica vagando pela minha cabeça. Olha só os trechos que deixo aqui:
"É tão estranho, os bons morrem jovens; assim parece ser quando me lembro de você, que acabou indo embora cedo demais".
Mais adiante:
"É tão estranho, os bons morrem antes; me lembro de você e de tanta gente que se foi cedo demais...".
Renato Russo compôs essa canção que ficou eternizada com a Legião Urbana.
Por sinal não sou o primeiro e nem serei o último a pensar na morte, a refletir sobre ela e a sofrer com o vazio que ela deixa nas pessoas que continuam sua trajetória terrena.
E farei isso até que meus dias findem, até que eu saiba o que é essa minha companheira desconhecida. Como, quando, onde e porque será eu jamais saberei, mas eu vou morrer um dia. Até esse dia não chegar eu continuo com minha saga cantando como Cazuza:
"Vida, louca vida, vida breve; já que eu não posso te levar quero que você me leve".
Abraço a todos.
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Uffa! Acordei.
A queda era de um lugar alto demais.
A velocidade que eu caia era muito grande e, mesmo assim, eu não tocava o chão.
Eu não sentia nada.
Eu não enxergava.
Eu não ouvia.
E continuava caindo, caindo, caindo...
Até que meu despertador tocou.
Sim, o despertador!
Eu estava sonhando. O sonho foi interrompido com o barulho do despertador.
Assustado, olhei pela janela e percebi que o dia estava ensolarado.
Eu me toquei para ver se de fato havia sido um sonho.
Me toquei novamente para ter certeza de que acabara de acordar.
Sim, eu havia sonhado e acabara de acordar.
Levantei tropeçando em meus calçados espalhados pelo quarto antes de olhar-me no espelho e ver minha cara amassada.
Dei uns tapas em meu rosto.
Uffa! Acordei.
Sonhei que era uma meleca de nariz, um 'tatu' amassado e jogado cama abaixo.
Nunca imaginei que o caminho entre a cama e o chão fosse tão enorme. Tampouco pensei que tal trajeto pudesse trazer uma sensação tão maluca quanto a que tive enquanto eu é que caia, enquanto eu não sentia nada, enquanto eu não enxergava, enquanto eu não ouvia, enquanto eu era o 'tatu'.
Uffa! Acordei.
Vou ter sempre comigo lenços ao lado da cama.
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Ensaio Sobre a Cegueira I
No livro de José Saramago intitulado Ensaio Sobre a Cegueira, o escritor português descreve uma situação que envolve o leitor do início ao fim, na qual um surto de cegueira assola uma cidade inteira. Não vou aqui contar tudo o que se passa na história, senão perde a graça. O bom mesmo é visitar as páginas do livro. Mas para quem não gosta muito de ler, tem o filme da obra, que leva o mesmo nome. Mesmo não contemplando todos os elementos que há no livro, o filme é uma boa dica.
Nos próximos dias postarei mais uma reflexão sobre esse tema. A partir da leitura da obra ou do filme, farei observações acerca da única mulher que podia ver (droga!, contei mais um detalhe)...
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Memória ou digital?
Há quem prefira curtir o momento e nem dá importância em registrar. Inversamente também ocorre, ou seja, muitos não contemplam o momento e só se preocupam em clicar fotos e mais fotos do que quer que seja (ou vídeos, claro). A era digital nos mostra cada vez mais adeptos desta última hipótese. A impressão que tenho é que para tais pessoas mais vale os outros saberem que se fez algo ou que se foi a algum lugar. Daí vão fotos e vídeos para blogs, sites de relacionamento, etc. e tal.
Na minha concepção, o registro mais significante é aquele que fica na memória, não da câmera digital, mas da pessoa.
Sei que é bacana compartilhar com os demais os bons momentos vividos, mas minha maior alegria é rememorar o que vivi e poder regozijar-me com isso.
Não estou querendo sobrepor uma maneira de ser à outra. Apenas estou elucidando que, para mim, na maioria das vezes, o que é determinante é o registro na memória. Se para você o que importa são as fotos e demais registros que podem ficar para a posteridade, aproveite os recusros digitais e compartilhe com quem você bem entender.
Abraço.
sábado, 5 de setembro de 2009
Canibalismo? Neste caso, a favor!
Depois de uma manhã de atividades a tarde estava convidativa para ver um filme.
O escolhido da vez foi "Vivos", produzido em 1993. Trata-se de um drama que relata a história verídica da queda do avião que trasportava um grupo de jogadores uruguaios de rugby, no ano de 1972, em pleno inverno andino.
Na queda, alguns tripulantes tiveram suas vidas interrompidas. Entre os sobreviventes, vários estavam feridos gravemente. Sem perspectiva de serem resgatadas, enfrentando o frio e a escasses de água e de comida, as pessoas viam-se a cada hora mais desesperadas. Com o passar dos dias, muitas delas padeceram. Restaram 16 sobreviventes ao final da história, que somou 10 semanas de sofrimento.
A reflexão que mais me instigou foi o fato de só haver sobreviventes graças aos atos de canibalismo. Aham, isso mesmo! Logo após a queda, alguns mantimentos deram sustância às pessoas. Porém, a comida logo acabou. Por volta do nono dia, a solução encontrada pelo grupo foi comer carne dos semelhantes mortos na queda. A princípio alguns se recusaram alegando questões religiosas, culturais, étnicas... Mas a fome era tanta que todos acabaram se rendendo a esta hipótese.
Neste caso, a necessidade foi maior do que qualquer outro aspecto considerado pelas pessoas envoltas àquela situação. Cito um trecho de uma música do Gabriel, O Pensador, que ilustra bem isso, na qual o músico nos fala que "a necessidade é maior que a moral".
Pois bem, submetido às mesmas circunstâncias em que encontravam-se aquelas pessoas, qual a atitude que você tomaria? O que você estabeleceria como critério para decidir se comeria ou não a carne das pessoas mortas no acidente? E mais, independente de ter comido ou não, como você ficaria após a sucessão de tais eventos?
Cada qual com suas considerações, afirmações, incertezas, dúvidas...
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
Offer - Alanis Morissette
Aprenda a dar valor às pequenas coisas. Elas podem fazer uma enorme diferença em sua vida.
Contemple as belezas da natureza. Ela não cobra nada em troco de se deixar apreciar.
Quando cair, se refaça e levante-se.
Muita paz e muita luz para todos.
Abraço.
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Ouça, por favor*
Quando peço para você me ouvir e você começa a me dizer por que eu não deveria me sentir assim, está ferindo os meus sentimentos.
Quando peço para você me ouvir e você acha que precisa fazer alguma coisa para resolver o meu problema, você não me ajudou, por mais estranho que pareça.
Não fale nem faça – apenas ouça.
Conselhos são baratos. Com pouco dinheiro, você compra uma revista, um jornal ou um livro cheios de conselhos. E isso eu posso fazer por conta própria. Não sou incapaz.
Talvez me desanime e hesite com freqüência, mas não sou incapaz.
Quando você faz por mim alguma coisa que eu posso e preciso fazer por conta própria, você contribui para o meu medo e para a minha insegurança.
Mas, quando você aceita como um fato natural que eu sinta o que sinto, por mais irracional que seja, aí eu não preciso me preocupar em convencer você e posso tentar entender o que está por trás desse sentimento irracional.
E, quando isso estiver claro, as respostas serão óbvias e não precisarei de conselhos.
Sentimentos irracionais fazem sentido quando entendemos o que está por trás deles.
Talvez seja por isso que rezar funciona às vezes para algumas pessoas – porque Deus é mudo e não dá conselhos, nem tenta consertar as coisas.
Deus apenas ouve e deixa você descobrir as coisas por conta própria.
Então, por favor, ouça, apenas ouça.
E, se quiser falar, espere um pouco a sua vez – e eu ouvirei você".
*Texto literal, extraído do livro ‘Histórias para Aquecer o Coração dos Adolescentes’, lançado em 2005 pela Editora Sextante. Os organizadores do livro são Jack Canfield, Mark Victor Hansen e Kimberly Kirberger. O texto não possui autoria conhecida e consta no livro como ‘Autor Desconhecido’.
Bacana, né!?
Ouvir, estar aberto ao que a outra pessoa diz com sua linguagem falada. Porém, escutar é algo mais profundo, que vai além do nosso aparelho auditivo. Para escutar precisamos nos despir de tudo o que temos como verdade (o máximo que podemos, pois totalmente é impossível). A escuta é uma arte e por meio dela captamos os gestos, as expressões, a respiração, os suspiros, as falas, os silêncios, as lágrimas, os sorrisos...
Exercitemos nosso ouvir para podermos aprimorar nossa escuta: eis um desafio para demonstrarmos afetividade pelo outro, eis uma lição de amor.
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Buscas
Algumas buscas podem sofrer força coercitiva de vários fatores, tais como as emoções, o raciocínio, os valores, as paixões dominantes, as abstrações, entre tantos outros que poderíamos aqui enumerar. Ademais, a acomodação de uma busca na malha intelectiva da pessoa pode não ser tranquila, tornando sua efetivação impossível em alguns casos, justamente devido a estas relações com outros aspectos.
Uma reflexão breve pode nos indicar se as buscas, os projetos de vida que temos, são mesmo nossas ou foram influenciadas pela família, pela fé, ou por outro fator. Isso pode ser útil para analisarmos os chavões, os ditos populares que trazem regras prontas de convívio. Como exemplo, trago um muito aplicado em livros de auto-ajuda, que diz “nunca desista de seus sonhos”. Em alguns casos, este impulso, esta excitação de não desistir pode ser o que permite que a pessoa siga seu caminho em paz e sinta-se bem com isso. Porém, para outras ocasiões isso pode ser justamente o que deixa a pessoa mal, pois a máxima pode entrar em conflito com algo que não condiz com o contexto todo a que a busca está submetida.
Além das possibilidades citadas acima, pode ocorrer que a pessoa sinta-se realizada somente enquanto busca algo, passando a desprezar ou atribuir valor diferente àquilo que conseguiu, com muito empenho, conquistar. Como exemplo, você pode pegar aquele seu amigo que estava super bem enquanto buscava conquistar a pessoa amada, mas que, tão logo conseguiu conquistar o que almejava, entristeceu, ou mudou, ou percebeu que a relação não era como ele havia planejado. Creio que há alguém assim entre seu círculo de amizades.
Como estamos abordando o assunto da perspectiva da Filosofia Clínica, ficou explícito que as maneiras de cada pessoa de existir no mundo em relação às buscas, como em todo o resto, alongam-se ao infinito. Os modelos pré-estabelecidos e os padrões de comportamento têm pouca ou nenhuma relevância no processo da clínica filosófica, pois o que se toma como ponto de partida é a representação da pessoa que está buscando a terapia. Assim, o filósofo clínico saberá, através da historicidade de quem procura seus serviços e dos mecanismos inerentes à prática terapêutica, quais são as buscas que a pessoa tem, de onde elas se originaram, as possibilidades de efetivá-las, como fazer isso e tudo mais.
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Por detrás de nossas ações (Ajudar ou não? Como fazer isso?)
Alguma vez você tentou ajudar alguma pessoa e tal lhe pareceu faltar com educação para retribuir teu esforço, ou se negou a receber sua ajuda? Se a resposta é positiva esta leitura lhe será mais familiar, se negativa aproveite essas linhas como conselhos para não se decepcionar caso isso venha a lhe acontecer futuramente.
Bem, há pessoas que querem abraçar o mundo e apresentar decisões para os problemas de quem quer que seja. Aí surge um detalhe que deve ser levado em conta: as decisões apresentadas por uma pessoa para os problemas de um semelhante são vistas, em muitos casos, à partir da representação de mundo da primeira, sendo que tal não sabe, de fato, o que está se passando com quem tanto anseia ajudar. Por isso, há algo que em Filosofia Clínica se chama Recíproca de Inversão, ou seja, um movimento intelectivo de ir ao mundo da outra pessoa, que auxilia na percepção de tudo o que está envolto na situação, além de contextualizar os dados atuais de acordo com a história da pessoa que se quer ajudar. Assim, pode-se chegar à conclusão de que nem sempre o que parece ser a solução seja, de fato, a solução para aquilo que aflige a outra pessoa.
Não há nada de errado em admitir algumas incapacidades do ser humano frente a algumas situações. Queira ou não, cada pessoa tem limitações que não a possibilitam realizar algo no decorrer desta jornada terrena. Às vezes essa tentativa aleatória de ajudar, calcada em pré-juízos e desconsiderando a história da pessoa, pode levar a problemas ainda maiores. Em algumas situações a ajuda consistirá em não tentar ajudar, pois nesta ânsia de fazer algo por alguém pode-se estar fazendo justamente o que irá ferir ainda mais a alma da pessoa. Isso porque o que sai de nós enquanto expressividade (aquilo que expressamos) nem sempre recebe o mesmo significado por parte da pessoa que está em interseção conosco. Além disso, sem a historicidade da pessoa sabe-se pouquíssimo acerca daquela criatura a quem se está disposto a auxiliar e, assim, corremos o risco de afrontar seu modo de ser se algo sair equivocadamente.
Então, dito isto, surge que cada pessoa possui suas formas de resolver seus problemas e algumas pessoas não toleram que alguém outro apresente possibilidades para uma resolução. Além do mais, é muita pretensão querer que as formas de resolução dos problemas dos outros sejam iguais ou semelhantes às nossas. Claro que há um grande sinal de humanidade em tentar auxiliar alguém, porém quem o faz deve ter ciência e pureza de espírito para saber o que fazer, quando fazer, a forma de fazer e isso se torna mais coerente com a historicidade da pessoa a quem se está prestando tal auxílio. Cada situação exigirá algo que pode ser um abraço, um sorriso, algumas palavras, uma caminhada no bosque, uma música, entre tantas outras coisas. Para tanto, vale lembrar que se deve considerar a maneira de ser do outro, sua representação de mundo e sua história, para que não haja afrontamentos e feridas ainda maiores.
Lidar com gente pressupõe, no mínimo, isso, essa cautela, esse cuidado. Ora, máquinas podem ser quebradas, consertadas; pedras podem ser chutadas, batidas; mas trabalhar com o ser humano é algo muito mais complexo que julgamos ser. Ajudar, sim, mas com paz de espírito para que a situação não perpetue a dor de nosso semelhante. Os resultados às vezes demoram, outras vezes nem vem, outras vezes ocorre algo que não imaginávamos... Saber disso é indispensável. Aprender com isso é sinal de sabedoria.
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Eu entendo...
Cada pessoa possui uma representação do mundo em que vive e uma forma única de vivenciar o que se lhe apresenta. Isso já observava o filósofo alemão Schopenhauer (1778-1860). Em decorrência disso resulta que cada pessoa possui uma forma de ser no mundo, sendo que tal é infinitamente única, singular, inigualável. É este um dos princípios que estruturam a Filosofia Clínica. Nesta abordagem terapêutica, sintetizada pelo filósofo gaúcho Lúcio Packter, a pessoa é vista de acordo com a estruturação que ela possui e a terapia se estabelece a partir daí. Portanto, desaparecem os rótulos, os estereótipos, os pré-julgamentos, as patologias. Ao invés disso, o que será levado em conta é a forma como a pessoa representa as coisas em seu mundo existencial. Desta forma trabalha-se do indivíduo à terapia, não de teorias prontas ao indivíduo.
Lições como estas, quando levadas à cabo no dia-a-dia, auxiliam no entendimento de várias situações com as quais nos deparamos. Se tivermos em mente que cada pessoa possui uma forma única de ser e que esta forma encontra motivos em alguns fatores que condigam à representação de mundo dela, provavelmente passaremos da atitude do julgamento para uma outra mais humilde e mais humanitária, a saber, da compreensão.
Vou dar um exemplo do que pode acontecer em clínica e algumas implicações. Um homem procura o terapeuta dizendo que quer melhorar sua auto-estima, que quer gostar mais de si mesmo para poder gostar dos outros (um dos milhares de jargões filosóficos atuais). Bem, o costumeiro é trabalhar para restituir a auto-estima da pessoa, afinal é isso que a trouxe à terapia. Pois veja só o que pode acontecer se isso for feito aleatoriamente, sem considerar a estrutura da pessoa e desprezando sua historicidade e os contextos aos quais esta queixa está submetida: ela passa a gostar mais de si mesma, só que seu casamento, a relação com os filhos e com os colegas de trabalho viram um caos, pois agora o tal homem do exemplo pensa ser o centro das atenções. Ele deixou de trocar carícias com a esposa; ele não tem mais tempo para brincar com as crianças; ele não conversa mais com o pessoal da empresa; isso e muito mais porque está muito ocupado com sua auto-estima.
Viram o que ocorreu? Aparentemente conseguimos auxiliar a pessoa que veio ao consultório. Aparentemente, pois o que resultou disso é mais prejudicial ao tal homem do que ele continuar sendo uma pessoa sem auto-estima. Aliás, o que tem de mais em ser alguém que não tem a mínima auto-estima? Em Filosofia Clínica isso não é certo, não é errado, não é feio, não é bonito, não é antiético, não é patologia. É, acima de tudo, a forma da pessoa ser no mundo.
Por questões semelhantes, na clínica filosófica a queixa inicial do partilhante não é, necessariamente, o que será trabalhado com ele, pois esta queixa pode ser apenas algo sintomático, vindo de alguma outra monta e sem ser determinante em sua malha intelectiva. Além disso, precisamos saber um mínimo da história da pessoa para sabermos, por aproximação, a forma que ela se comporta no mundo, sua forma de ser. Fazemos isso para não incorrer em equívocos e para saber o que e como trabalhar com a pessoa de forma producente para ela.
Ter conosco estas considerações gerais pode ser muito útil para vermos algumas coisas por uma ótica diferente, na qual o entendimento e a compreensão do mundo do outro e das circunstâncias envolvidas em determinada situação surge como mais relevante que o juízo antecipado, que o preconceito, que a discriminação, que as tipologias.
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Imparcialidade ou imparidade?
Imparcialidade = neutralidade; justiça.
Imparidade = desigualdade.
São duas palavras bem próximas no dicionário, na mesma página, porém, com significados opostos.
Bem, na noite que passou assisti um jogo na tv. O time para o qual eu torcia perdeu por 2x1. Até aí, tudo bem, pois num jogo de futebol são somente três as possibilidades: ou o time pelo qual estou torcendo ganha, ou empata, ou perde. A compreensão disso auxilia a gostar de futebol sem aquela doença por um time. Claro que tenho minhas inclinações pelo Colorado, Internacional, também conhecido como Campeão de Tudo, mas quando ele perde, como na noite que passou, não fico chutando tudo o que vejo pela frente e xingando quem se atrever a falar comigo (confesso que já fui assim, mas agora seguro só para mim, fico na minha, mesmo não gostando nada de perder e ficando um pouco irritado).
Mas tem uma coisa que me deixa mais puto da vida do que ver o time que torço ser derrotado: a forma que os narradores e comentaristas do centro do país se dirigem aos times gaúchos e do Sul do Brasil em geral. Quem nunca ouviu na hora do gol do Inter ou do Grêmio um narrador soltar um grito de gol bem mixuruca, desanimado? Mas quando o adversário balança as redes das equipes do Sul eles abrem e peito e soltam a voz num goooooooooool que chega a dar eco no retorno da tv. E os critérios para comentar as faltas, então? Um jogador da equipe do Sul esbarra no adversário e lá vem o comentarista dizendo que houve agrassão, que a falta foi desleal, que houve uso excessivo de força, que é para cartão amarelo, ou vermelho e bla, bla, bla. Aí quando o adversário dá um carrinho sem bola em alguém aqui da parte de baixo do mapa brasileiro, chegando com os dois pés levantados e propositadamente, o comentarista alega que houve simulação e tal e coisa e coisa e tal. Além disso tem impedimentos inventados quando os times do Sul atacam, ou então impedimentos não vistos quando tais equipes se defendem, e por aí vai. E o pior é que não é só uma emissora que faz isso, tem vários canais que é sempre a mesma coisa.
Ora, cadê a imparcialidade que tanto se diz que os profissionais devem ter? Sei, da mesma forma que tenho inclinação pelo Inter, os caras da tv podem ter por algum time, ou por times de determinada região. Mas escancarar isso em rede nacional é dose de aguentar.
Mídia bairrista que vá para o quinto dos infernos!
E mais, imparcialidade o caralho! O que se vê é o justo-oposto: imparidade, desigualdade, puxação de saco...